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sunto que necessitava, talvez, a presença do Sr. 'Presidente do Ministério.

Como S. Ex.a não está presente peço a qualquer dos Srs. Ministros que aqui "se encontram a fineza de transmitirem as minhas considerações a S. Ex.a

PU desejaria ser elucidado sobre os motivos qne levaram o Governo a substituir repentinamente no comando da guarda republicana no Forjo o tenente-coronel Sr. Lereno.

Preciso desde já acentuar que não sou de opinião de que o Sr. Ministro do Interior, o Sr. comandante da guarda republicana e o Sr. Ministro da Guerra como chefe supremo do exército, não tenham o direito de transferir e colocar onde entenderem os vários oficiais, Tnas como essa transferência ou substituição se deu em circunstâncias muito especiais, depois da ida ao Porto de certos elementos do partido de reconstitutção, nacional, dá-me à impressão de que se trata de um castigo imposto.

Eu não posso deixar de pedir ao Sr. Presidente do Ministério quo me diga as raz.ões por que esse oficial foi transferido, tanto mais que eu há tempo, conversando com S. Ex a ouvi dizer-lhe que nenhum oficial do Porto seria desviado e que o Sr. Lereno tinha contra si um processo disciplinar.

Peço a qualquer dos Srs. ministros presentes o obséquio de comunicar ao Sr. Presidente do Ministério este meu desejo, que não abandonarei porque se trata de uru caso que reputo de imprescindível conhecimento da Câmara.

Para terminar as minhas considerações, peço a.V. Ex.a, Sr. Presidente, que consulte a Câmara sobre se permite que, sem prejuízo da ordem do dia, entre o mais breve possivel em discussão o parecei" n.° 389.

Foi aprovado este requerimento.

O Sr. lyiinisti-o da Agricultura (João Luís Kicar.do): — Sr. Presi.derite: não pude ouvir as primeiras palavras do Sr. Álvaro de Castro: em todo o caso, pelo que ouvi, julgo que S. Ex.a esteve fazendo considerações sobre o decreto do açúcar, querendo demonstrar que havia excesso de favoritismo para pá produtores, com manifesto prejuízo para o Estado e para o i consumidor. j

Diário da Câmara dos Deputados

Devo dizer à Câmara que não tenho na minha pasta os elementos precisos para responder a S. Ex.a, mas trá-los hei amanhã ou depois para elucidação do ilustre, Deputado e de toda a Câmara.

O objectivo do Grovêrno foi o seguinte: quando eu entrei pára o Ministério estava já organizada uma comissão para estudar o abastecimento do açúcar sacarino. Dessa comissão faziam parte várias entidades, entre as quais se contavam três representantes da Câmara dos Deputados, os Srs. Manuel José da Silva (do Porto), Manuel José da Silva (de Olivoira .de Azeméis), que nunca foi à comissão, e o Sr. Costa Júnior.

. Eu tinha a pretensão de fazer baratear o açúcar e fazer o abastecimento do país cm quantidades suficientes, porquanto tinha verificado que no ano passado apenas tinham vindo para o continente, aproximadamente, 22:000 toneladas de açúcar, quando é certo que antes da guerra, como V. .Ex.as sabem, a quantidade «de açúcar consumido no continente era de 36:000 toneladas.

Havia, portanto, um déficit 'de 14:000 toneladas.

As manigâncias, permita-se-me o termo, as falcatruas que se íaziam na distribuição', deram em resultado que só uma pequena, parto da população do país comprava açúcar ao preço da tabela.

Eram aqueles que compravam o açúcar nas bichas, não para consumo próprio, mas para o vender por preços superiores ao da compra, a uma legião de estafetas que do toda a parte vinham a Lisboa comprá-lo, para mais tarde o venderem na província por todo o preço. Eni íace desta situação e ainda em presença das manigâncias que praticavam à sombra das requisições municipais, eu procurei ver se conseguia o açúcar suficiente para o abastecimento do país, do forma a evitar as irregularidades até então cometidas.

TÍA7e, porém, ocasião de constatar que os produtores coloniais não estavam dispostos, sequer a colher a cana sacarina, uma vez que se mantivessem os preços então existentes. Bastava que esta ameaça se tomasse realidade para que o açúcar desaparecesse do mercado irremediavelmente.