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Diário da Câmara dói Deputado»

Á. modificação do coeficiente tirou à lei o carácter especial que ela tinha. Tenho dito.

O Sr. Carvalho da Silva : — Sr. Presidente: aproveitando a presença do Sr. Ministro do Trabalho e, interino, do Comércio, quero fazer a S. Ex.a umas pre-guntas que reputo da .maior importância. Os jornais reproduziram, em correspondência do Eio de Janeiro, a impressão produzida em toda a colónia portuguesa e em todos os brasileiros do desembarque naquela cidade dum numeroso grupo de funcionários e funcionárias enviadas pelo Governo Português para dar maior brilho à Exposição Portuguesa, que ainda se não sabe quando abrirá, visto que os pavilhões ainda estão por acabar.

Também dos jornais consta que o Sr. comissário geral, pregun;ado sobre o motivo de semelhante expedição, declarara que toda aquela gente lhe fora empurra-'da para lá, e que não tivera remédio senão levá-la.

Posteriormente, a público veio também pelos jornais que não tinha sido realmente o Governo Português quem mandara essa expedição, mas sim o Sr. comissário geral, que se havia encarregado de organizá-la.

Não quero, Sr. Presidente, entrar na apreciação do ponto de vista que haja presidido ao envio dessa expedição, nem porventura na apreciação da escolha das célebres bailarinas nem dos distintos cantores enviados ao Brasil, que talvez a estas horas, umas e outros, estejam a ensaiar o programa que hão-de executar no Rio de Janeiro (Risos), como não quero entrar em minudências, visto que não disponho para isso dos elementos que me seriam indispensáveis. E porque os não tenho, eu passo a dirigir as seguintes preguntas ao Sr. Ministro, interino, do Comércio:

£ Foi ou não foi o Governo quem mandou esses funcionários e funcionárias ao Rio de Janeiro?

Se não foi o Governo, Ateria sido porventura o Sr. comissário geral quem se permitiu a tal, sem consultar o Governo ?

£ Entende o Governo que toda essa gente deve continuar a receber os vencimentos em ouro que lhe são atribuídos?

Desejo que o Sr. Ministro do Comércio me elucide a este respeito: jí> um ponto acerca do qual o país precisa ser esclarecido, e sobretudo precisamos saber também qual o estado de adiantamento da construção dos pavilhões; se sim ou não. poderemos acabar esses pavilhões a tempo de realizar a exposição, ou se porventura o Estado Português terá de alugar ou comprar um palácio em que se exibam as habilidades artísticas dos funcionários que para lá foram.

Desejava também explicações sobre a ida dum barbeiro ao Rio de Janeiro, que talvez corresponda àquele critério que presidiu ao envio das bailarinas e cantores, para que se apresentem oeni'barbeados para o bom efeito da exibição e_ higiene.

Sr. Presidente: preganto também aã Sr. Ministro do Comércio se, dado o caso de lhe ser necessário, será preciso man-mais algum barbeiro para que os referidos cantores se apresentem bem barbeados e escanhoados, como escanhoado está sendo o País polo Governo?

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando restas condições restituir as notas taqwgraficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Ministro do Trabalho e, interino, do Comércio (Vasco Borges): — Direi ao Sr. Carvalho da Silva que o Governo não tem responsabilidade alguma a respeito dos funcionários que foram enviados pelo comissariado geral à Exposiçiio do Rio de Janeiro, e.que ele entendeu daver enviar. (Apoiados).

O Governo — e nisto fica destruída qualquer intenção que o Sr. Carvalho da Silva tenha tido pela sua pregunta — o Governo não ordenou ou sequer manifestou desejo algum a tal respei;o. -

O Sr. Carvalho da Silva: <_ que='que' nas='nas' sanciona='sanciona' suas='suas' exorbitou='exorbitou' saber='saber' comissário='comissário' ou='ou' governo='governo' entende='entende' nomeações='nomeações' pelo='pelo' sr.='sr.' o='o' p='p' contrário='contrário' essas='essas' se='se' então='então' desejava='desejava' funções.='funções.'>