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4 Diário da Câmara dos Deputados

dado geral. Nunca fui atendido, quando a despesa seria insignificante. Mas para a quinta do um funcionário gastam-se 50 contos com um telofone que se destina a servir três meses ao ano.

Tenho pena de não ver presente o Sr. Ministro do Comércio para lhe pedir que fizesse aos telefones o mesmo que o Br. Ministro da Guerra fez aos automóveis, que os retirou a quem dêles não precisava.

Desejo também que o Govêrno me informe se tem conhecimento do que se passou numa assemblea da Companhia das Águas, onde se disse que havia alguns Ministros que se vendiam.

Nessa as s embica atacou-se a República; e eu pregunto qual é a pena que o Govêrno aplica a quem disso que havia Ministros que se vendiam.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro da Justiça e dos Cultos (José Domingues dos Santos): — Insisto com o Sr. Tavares de Carvalho para me dizer em que mês se fez a instalação do telefone, para saber se foi durante a vigência dêste Govêrno. Parece-me que não; porque êste Govêrno tem tomado medidas para terminar com o abuso dos telefones, como acabou com o abuso dos automóveis.

No meu gabinete há apenas um telefone; e tenho até negado a concessão de telefones, ainda mesmo pagando os funcionários as despesas.

O que posso afirmar é que o abono dos telefones vai acabar; e o Sr. Tavares de Carvalho prestou um serviço ao Govêrno lembrando o que há a fazer.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Nunca foi meu intuito criar dificuldades ao Govêrno. Apenas desejo informar V. Exas.

O Orador: — O facto é q no toda a gente brama; e os que mais bramam são os que menos razão têm e que nenhum remédio dão.

Sr. Presidente: outro assunto tratou o Sr. Tavares do Carvalho: o que se passou na Companhia das Águas.

Eu sou informado de que a essa assemblea assistiu alguém que já foi mem-

bro desta Câmara e que não deixaria passar sem protesto qualquer calúnia; é o Sr. Manuel José da Silva.

Eu sei que se fazem afirmações caluniosas, e que — doloroso é dizê-lo — se fazem-se por toda a parte.

Apoiados.

Por toda a parto se acusam os homens da República de vendilhões, quando são os acusadores quem menos autoridade tem para o fazer.

É preciso reagir contra êste estado de cousas.

E preciso mostrar que não estamos dessorados, o punir por todas as formas essas campanhas.

De outra forma acabaremos por ser varridos daqui.

Eu não tenho dúvida em chamar a atenção dos meus delegados. Mas, uma vez êsses homens chamados, dirão que, nada sabem, que nada ouviram.

O Sr. Carlos Olavo: — Nem testemunhas se arranjariam.

O Sr. Vasco Borges: — Resume-se tudo nisto: um accionista referiu-se em termos-inconvenientes aos Ministros da República, mas o director da Companhia repeliu essas afrontas, sendo o accionista censurado pela assemblea.

O Orador: — Repito: não tenho dúvida em chamar a atenção dos meus delegados para êstes factos.

Apoiados.

É preciso acabar com estas calúnias.

O orador não reviu.

O Sr. Jorge Nunes: — Como não está presente o Sr. Ministro da Agricultura nem o Sr. Ministro do Interior, peço ao Sr. Ministro da Justiça o favor de transmitir a S: Exas. as minhas considerações.

Até hoje não mo foram fornecidos os documentos que pedi pelo Ministério da Agricultura, apesar do o Sr. Presidente, por duas vozes, por intermédio da Secretaria do Congresso, ter instado por Ossos documentos, que me são indispensáveis.

Peço ao Sr. Ministro o favor de transmitir ao Sr. Ministro das Colónias estas minhas palavras.