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6 Diário da Câmara dos Deputados

Diz-se que a aguardente de figo luto deve ser aplicada nos vinhos; mas eu afirmo que, desde que ela seja devidamente rectificada, poderá servir para tal efeito.

Diz-se mais que o álcool de figo não é álcool industrial, que não é igual ao de vinho, e que não pode nem deve ser aplicado nos vinhos.

Ora o álcool de figo, depois de devidamente rectificado, não se distingue do álcool vínico.

O Sr. Dogoberto Guedes (interrompendo): - V. Exa. defende então que se beneficiem os vinhos com álcool de figo?

O Orador: - Êsse problema foi recentemente tratado na Revista Agrícola Portuguesa, e tem dois aspectos. Porém, o mais importante é o aspecto económico.

E certo que nós devemos proceder de maneira a que lá fora só acreditem as marcas dos nossos vinhos; mas é preciso que também atendamos a que os seus preços devem ser abordáveis.

O Sr. Visconde de Pedralva, quando foi Ministro da Agricultura, disse que não era necessária a importação de álcool, visto que nós tínhamos cá um produto que podia ser aplicado em igualdade do circunstâncias.

Para que vamos nós, pois, prejudicar essas regiões se todos são agricultores? E não são só os interêsses do sul, mas também os do Douro, que são prejudicados.

Repito: se se fala da proibição da distilação de milho, de trigo, de farinha de pau, de melaço, de açúcar, etc. está bem; mas com relação a um produto como o figo, que é, naturalmente, fermenticida, isso é que não está certo.

O que é preciso é evitar as falsificações.

Na Revista Vinícola, página 66, V. Exas. encontram o seguinte:

Leu.

Como V. Exas., vêem é preferível o emprego da aguardente de figo para vinhos de consumo imediato.

O Sr. Dagoberto Guedes: - Dizem que se encorporam mais fàcilmente e é mais económico.

O Orador: - Para os vinhos generosos é preferível o álcool puro.

Eu quis varrer a minha testada, e também porque entendo que devemos atender as reclamações na medida do possível.

Apoiados.

O discurso será publicado na íntegra t revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Dagoberto Guedes não fez a revisão dos seus "àpartes".

O Sr. Pereira Forjaz: - Sr. Presidente: não sei se só encontra na sala o Sr. Ministro do Comércio ou algum membro do Govêrno porque antes de fazer as considerações parei as quais pedi a palavra desejo chamar a atenção do titular na pasta do Comércio para o estado em que se, encontra a velha e histórica ponte que passa sôbre o Lima e que deu o nome à mais linda vila de Portugal: Ponte de Lima. E urgente que S. Exa. mando proceder a uma vistoria e às mais urgentes reparações, pois ameaça ruína êsse monumento nacional. O rodar de camiões pesadíssimos têm feito progredir assustadoramente o estado do deterioração. Espero que o Sr. Ministro do Comércio determine prontas providencias.

Pedi a palavra para apresentar um projecto de lei que tem por fim inaugurar eficientemente aquilo que se poderá denominar a política da família; e digo inaugurar, porque as medidas já promulgadas sôbre vinculação da terra e imposto de rendimento não tem tido aquela constante aplicação que ora para desejar.

Numa das últimas estatísticas demográficas verifica-se que no distrito de Lisboa, em 1918, morreram 38:000 pessoas e nasceram apenas 20:000 crianças. No distrito do Pôrto, em 1919, nasceram 19:000 crianças e 20:000 foi o número dos óbitos! Isto denuncia uma baixa de natalidade que se irá avolumando só não lhe acudirmos depressa; isto seria até um tenebroso índice dum suicídio nacional! As raças suicidam-se como os indivíduos; no século IV A. C. a Grécia florescente decaiu depois que Platão e Aristóteles popularizaram a esterilidade; dois séculos após a mesma Grécia já não tinha soldados para opor às legiões romanas e perdia a sua independência.