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14 Diário da Câmara dos Deputados

Tive a honra de ser seu correligionário.

Colega de S. Exa. nesta casa do Parlamento durante mais de uma legislatura, sempre o encontrei acompanhando com dedicação não só o seu Partido, como as próprias instituições que nobremente serviu.

Em todos os campos da sua actividade política, quer como Deputado pelo Sabugal, que lhe fica devendo importantes serviços, quer como funcionário do Supremo Tribunal Administram o, cuja secretaria dirigiu por vezes, interinamente, como chefe e sempre com a máxima competência, êle foi sempre um modelo de lealdade, de correcção e do dedicação. Por isso é que eu disso há pouco que a Câmara se honrava aprovando um voto de sentimento pela perda dêste grande cidadão e antigo membro do Poder Legislativo.

Pela minha qualidade de parente, embora afastado, e de amigo pessoal do ilustre extinto, quero deixar-lhe aqui neste momento a homenagem sincera e sentida da minha dor, tanto mais sincera e tanto mais sentida quanto é certo que, ainda dois dias antes da morte de Manuel Teles de Vasconcelos, eu tinha recebido um cartão de S. Exa. agradecendo-me os pêsames que eu lhe enviara pelo falecimento de uma pessoa de sua família.

Compreendem, portanto, V. Exa. e a Câmara.com quanta mágoa ou recebi, depois das últimas notícias do S. Exa., e a breve trecho, a nova triste e dolorosa da sua morte.

Por todas as razões que acabo de expor deixo aqui consignada a minha dor e o meu sentimento profundíssimo pela morte do ilustre cidadão, que foi em vida Manuel Teles de Vasconcelos.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador não reviu.

O Sr. Felizardo Saraiva: - Sr. Presidente: vejo desaparecer, nesta hora de luto para nós, uma das mais nobres figuras da vida portuguesa: Manuel Teles de Vasconcelos.

Neste momento ou não quero olhar às seus crenças políticas para constatar apenas que êle foi alguém que honrou o nosso meio, emquanto viveu.

Sr. Presidente: afastado, depois da República, para o remanso da sua quinta no campo, êle soube respeitar sempre a marcha dos acontecimentos públicos da política portuguesa. E justo é, e oportuno, que eu saliente à Câmara que nós, seus conterrâneos, soubemos também, por nossa vez, respeitar as suas convicções.

Manuel Teles de Vasconcelos era dentro da Guarda um velho combatente político da causa monárquica, combatente que honrava o seu ideal e que nunca tentou perseguir os republicanos que, adentro do sou credo político, se têm sabido conduzir por um caminho honrado. E nessas condições - posso dizê-lo - estão todos os republicanos seus conterrâneos.

Nesta hora de luto para a cidade da Guarda devo dizer que o meu concelho sente que o passado de Manuel Teles de Vasconcelos não tem, na verdade, confronto possível com o de alguns seus irmãos políticos, que o próprio sidonismo teve de expulsar para além-fronteiras.

O Partido Republicano Português e aliás, toda a facção republicana desta Câmara só se honra prestando ao ilustre extinto, nesta hora, a homenagem sincera do seu profundo pesar.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Pina de Morais: - Sr. Presidente: associamo-nos, com profundo pesar, ao voto de sentimento proposto por V. Exa.

Tenho dito.

O Sr. Presidente: - Em vista da manifestação da Câmara, considero aprovado o voto de sentimento proposto.

O Sr. Presidente: - Vai entrar em discussão o projecto do lei n.° 14-C.

Foi lido na Mesa e seguidamente foi aprovado na generalidade e na especialidade, sem discussão.

O Sr. Guilhermino Nunes: - Requeiro a dispensa da última redacção do projecto de lei que acaba de ser aprovado.

Procede-se à votação dêste requerimento.

O Sr. Presidente: - Está aprovado.

O Sr. Estêvão Aguas: - Requeiro que entre em discussão o parecer n.° 19 da