O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 8 de Janeiro de 1919 5

A pág. 7, linha 23 da 2.ª coluna, onde se lê «ser», leia-se «seja».

A pág. 8, linha 31 da 1.ª coluna, onde se lê «momento», leia-se «monumento».

A pág. 8, linha 42 da 1.ª coluna, onde se lê «atravessar», leia-se abrandar».

A pág. 8, linha 40 da 1.ª coluna, onde se lê «momento», leia-se «monumento».

O REDACTOR — Adelino Mendes.

Discurso do SP. Senador Queiroz Veloso, na sessão n.° 1, em 3 de Dezembro de 1918

O Sr. Queiroz Veloso: — Sr. Presidente: pedi a palavra porque represento nesta Câmara as Universidades portuguesas, e a vitória dos aliados, mais do que uma vitória da Força, foi a vitória absoluta, completa e decisiva da Idea. Cumpre me tambêm dizer que falo em nome dalguns Srs. Senadores independentes dêste lado da Câmara, que me deram a honra de me escolher para usar da palavra em nome de S. Exas.

Sr. Presidente, quando, em fins de 1914, os monitores austríacos do Danúbio bombardeavam Belgrado, ainda os chefes de Estado dos dois impérios centrais podiam impedir a tremenda conflagração; estava isso inteiramente nas suas mãos, pois bastava submeter a contenda entre a Austria-Hungria e a Sérvia a uma arbitragem.

Mas não o fizeram! O atentado de Serajevo era, o pretexto, o pretexto há tanto tempo ansiado pela casta militar dos dois impérios para lhes dar a supremacia sôbre o mundo.

Não devemos, porêm, atribuir a responsabilidade da guerra apenas aos dois imperadores e à casta militar dominadora dos dois impérios. Pelo menos, na Alemanha, a guerra não teve só o apoio, mas a verdadeira cumplicidade do povo, cuja educação nacional tinha por base o soberano culto da fôrça.

A história prova que nação alguma, por muito grandes que sejam as suas fôrças potenciais, pode aspirar à dominação do mundo. Era, na realidade, absurdo supor que todas as nações da Terra se sujeitassem à hegemonia da Alemanha, aceitando a imposição das suas instituições, da sua organização económica, da sua cultura, do seu espírito militar e centralista.

Foi a Bélgica, Sr. Presidente, que deu tempo à França para erguer essa heróica barreira do Mame, contra a qual devia esmagar-se a formidável investida teutónica. Mas depois de ganha essa gloriosa i batalha, transformada assim a guerra de movimento em guerra de posição, a vitória final seria segura e certa para aqueles beligerantes, que tivessem mais recursos globais, maior resistência moral, cuja fé fôsse capaz de dominar todos os desalentos, de vencer todos os desânimos. E foi o que aconteceu com as nações aliadas, cujos desastres eram como que novos estímulos para a sua esperança na vitória. O supremo êrro da Alêmanha foi julgar que pela fôrça bruta das armas, isto é, com os ataques em massa da sua infantaria, com os seus monstruosos canhões, com os seus enormes Zeppelius, com os seus submarinos, podia vencer o mundo inteiro. A grandeza colossal da sua espantosa máquina de guerra, iam largamente e tara perfidamente preparada, fê-la cair na tremenda ilusão de que o Direito e a Justiça estavam apenas, no número dos seus exércitos, na rapidez das suas metralhadores, nas toneladas de metralha vomitada pelos seus canhões!

Sôbre Paris, Sr. Presidente, arremessava balas a gigantesca Berta, a mais de 100 quilómetros de distância; e Paris ficava serena e confiante, porque nela palpitava a alma imortal da França, que a cada novo revés como que ganhava novas fôrças para a definitiva desforra. E esta serenidade, esta confiança na inexorável justiça da sua causa, nunca a perderam as Nações Aliadas, nos mais trágicos dias dêstes longos quatro anos.

Ao Presidente Wilson dirigiu o ilustre Senador, que me precedeu, uma saudação especial, recordando a célebre mensagem, por êle lida, ao Senado norte-americano, entre aclamações de entusiasmo, êsse histórico documento, mixto de sanções práticas e de idealismo religioso, onde vibrava a própria alma da humani-