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Setêão de 21 de Abril de 1920

percentagem não foi- transferida para os cofres do Estado, estando, naturalmente, a aguardar os débitos dos diversos Ministérios.

Sr. Presidente: não se deve levantar dificuldades à realização deste empréstimo, visto o objectivo a que visa, mas que as anuidades sejam pagas pela Administração Geral dos Correios e Telégrafos. * Não é exigir muito.

A Administração dos Correios e Telégrafos que vá buscar às suas receitas próprias, elevando as taxas, se tal for preciso, a importância necessária para ocorrer ao pagamento das anuidades, indo buscar dinheiro, ó claro, à elevação das taxas, visto que são os particulares os beneficiados.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Lúcio de Azevedo):—Ouvi, com atenção, as considerações dos Srs. Senadores e. vejo, com satisfação, que o critério geral seguido por esta Câmara ó o de entrarmos num período de realizações práticas.

Representando o empréstimo em projecto um novo encargo para o Estado, ele, contudo, -fará com quê surja um acréscimo de receitas que dará o necessário para fazer face a esse encargo,

O estado das -nossas linhas telefónicas e .telegráficas, especialmente estas,'é tudo quanto há de mais odesgraçado e insustentável .-

Todo o material está em más condições, na mais completa ruína. Precisamos de o reformar completamente para satisfazer às exigências, sempre crescentes, deste importante ramo ' do serviço público e das nossas comunicações com o estrangeiro.

A Administração Geral dos Correios e Telégrafos tem já pendentes negociações para aquisição de novos aparelhos e novo material. Infelizmente as condições económicas da sua exploração não o tem permitido fazer dentro de s seus recursos.

A agravar esta situação do material temos.tido a indisciplina do pessoal que tam graves perturbações trouxe à vida do País.

Estou certo, porém, de que já chegou-o tempo da reflexão e quo esta classe, cônscia das suas responsabilidades e dos seus

deveres,. entrará nó. bom caminho e- auxiliará o Governo e o Congresso da República de forma que melhorada a exploração dos serviços pela aquisição de mais convencente material e reparadas as linhas os serviços, se tornem digo os do nosso País o da época que atravessamos.

E evidente que, além das ^deficiências-da nossa rede telegráfica e telefónica, há ainda a considerar a deficiência da rede de telegrafia sem fios, que ainda há uma meia dúzia de anos se- estabeleceu entre nós. Pelo que diz respeito a esta últimay representando as despesas de instalação verbas muito grandes, não se poderia, de momento, e com os presentes recursos da Administração Geral dos Correios, tal qual se mantêm, estabelecer esse novo sistema de telegrafia, com todos os postos necessários às conveniências e exigências comerciais, não só do continente como ainda das nossas ilhas. - Disse o Sr. Vasco Marques que a Madeira se lamenta profundamente pela indiferença dos poderes públicos para com os interesses daquela ilha, e para com as suas necessidades mais instantes.

Devo dizer que discordo, em-.parte, dessa sua opinião, .porque sendo eu um parlamentar, não muito antigo, mas, em todo o caso, de alguns anos, recordo-me bem do carinho com. que o Congresso^da República sempre acolheu os projectos de lei que na Câmara dos Deputados foram apresentados pelo falecido Visconde da Ribeira Brava, os quais, 'por via de regra, eram sempre aprovados. Não pode, pois, a linda Ilha da Madeira considerar-se como a Irlanda portuguesa, sendo certo que todos os portugueses têm a maior admiração pelo povo audacioso e trabalhador daquela Ilha, coimo ainda pelos-seus encantos e riquezas naturais.