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Diário das Sessões do Senado

disso, a instalação de uma estação de telegrafia sem fios, obedece a pontos de vistas de conjunto, principalmente sob o aspecto do seu raio de acção, em relação à distância qiie separa- as illias do arquipélago da Madeira, e em relação à distância q;ue as separa do continente.

Todos esses assuntos tem de ser estudados com a maior ponderação, para não suceder, como no continente ern que há poucas estações de telegrafia sem fios, mas de mais para as necessidades co serviço. Xuir País pobre como o nosso, nós temos um posto de telegrafia sem £os em Monsanto, outro em Sintra o projecta-se um outro em Oeiras. Ora isto não se harmoniza com a pobreza do nosso Tesouro.

E j compreendo que durante o estado de guerra as exigências da n:esma gaer-ra obrigassem a ter estações telegráficas militares completamente independentes das estações civis, mas agora., terminada a guerra e num País pobre, não se compreende quo tenhamos o luxo de possuir urna estação radiotelegráfica em Monsanto, oatra em Sintra e uma outra em projecto ein Oeiras. (Apoiados).

Basta qce tenhamos uma com um gran-do raio de acção. (Apoiados),

Nestas condições, entendo que o assunto deve ser estudado com toda a atenção, olhando simplesmente às conveniên-. cias nacionais, sem nos preocuparmos com as conveniências deste ou daquele Ministério ter uma estação de telegrafia sem fios, pelo gosto de estar em Lisboa, ou perto desta cidade o pessoal que .a •serve. (Apoiados).

Sem .dúvida que a Madeira, já pela sua situação geográfica, já por ser um ponto de escala de toda a navegação para a Ainériea e .África e vice-versa, tem direito a oiins, estação de telegrafia sem fios, mas basta que essa estação tenha um. •raio de acção para a pôr em comunicação com os navios que cruzam a certa distância das suas costas.

O assunto será apreciado pela Administração Geral dos Correios e Telégra-.fos, e pela minha parte, se eu me conservar neste lugar, por algum tempo, pode S. Ex.a estar certo de que ele terá o merecido apoio, na devida altura e oportunidade.

Salvo os reparos feitos pelo ilustre Se-inador," Sr. Alvares Cabral, com respeito

às estações de telegrafia sem fios na Ilha de S. Miguel, devo dizer que eu desconhecia a existência dessas estações, mas prometo dedicar a esse caso toda a minha atenção, com quanto não saiba qual seja a orientação da Administração Geral dos Correioss e Telégrafos sobre a rede radiotelegráfica em projecto.

Quanto aos receios, na parte financeira do projecto, apresentados pelo Sr. Cons-tâncio de Oliveira, devo dizer que.S.Ex.a tem razão quando afirma que, nem sempre, os serviços autónomos do Estado têm correspondido ao objectivo para que foram criados, mas a verdade é que se tem dado essa autonomia -no convencimento de que se facilitaria a obra administrativa pela redução de muitas peias burocráticas, tirando, dela o máximo rendimento.,

Os maus amigos da República e os inimigos dela têm mantido a opinião pública numa agitação permanente, desviando a atenção dos Governos dos problemas mais instantes, por isso nem sempre os serviços públicos têm corrido de forma a realizar o máximo de economia, aperfeiçoamento e eficiência.

Muitos desses serviços têm de ser remodelados e novos processos de direcção e administração têm de ser postos em prática.*.

Estou certo de que, com o auxílio deste empréstimo, que vai ser bem aplicado, e convenientemente, aos serviços dos cor-. reios, telégrafo» e telefones, e com o novo espírito de disciplina e.ordem da sua corporação, certamente esses serviços entrarão num período novo e fecundo de prosperidade o progresso.

Poder-se há fazer uma administração proveitosa, tendo em vista tirar dela o máximo rendimento para o Tesouro como indemnização dos-seus sacrifícios. Só assim se explica que o Estado faça o sacrifício de inscrever, como encargo anual, esta pesada verba de 422.000$ por ano para amortização deste empréstimo.

O Senado, votando este projecto, presta um grande serviço à administração dos correios e telégrafos, ao País e à República. (Apoiados)'.