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Diário das Sessões do Senado

Outro assunto necessito ainda trazer no conhecimento do país e esse c o quo diz respeito ao estado do ensino elementar tócnico. ••'

Todos sabem que nos países que rolam no grande concerto das nações., o ensino elementar técnico é a base dos seus maio-.rés progressos.

Pondo de parte, por agora, o aspecto .geral que podo revestir osso importante serviço público, outro há que necessita .ainda dentro do mesmo assunto que o Sr. Ministro do Comércio esclareça. Refiro-* -mo ao modo como está sendo posto cm prática o recrutamento do pessoal docente para o ensino técnico elementar. Esse recrutamento faz-so por concurso docu-inental ao qual podem concorrer os professores liceais.

Nada mais atentatório da índole e natureza desse ensino do que admitir nele os professores liceais que pela sua educação especial não podem ser técnicos em condições do servir com vantagem o ensino prático industrial e comercial.

Também, nosso sentido, envio para a Mesa uma nota de interpelação.

O Sr. Sousa Varela: — Sr. Presidente: n.a sessão de 3 do corrente, tive a honra -de pedir a V. Ex.a a palavra para quando •estivesse presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

S. Ex.a, por motivos de todos conheci-, -dos, não tem podido comparecer a esta Câmara e. como eu, devido ao meu estado de saúde, não poderei comparecer às sessões da próxima semana, vou chamar .a atenção do Senado para o assunto que -desejo tratar sobre o qual apresentarei uma moção, razão do pedir hoje a palavra.

Não tenho preocupações oratórias de nenhuma espécie, direi as cousas, como -costumo, com toda a sinceridade e franqueza, empregando frases simples e talvez .rudes a que, todavia, imprimirei a eorrcc--ção própria deste lugar.

Uma das maiores riquezas deste país ó a vinicultura.

Se não fosse o nosso vinho, nos últimos três anos, ter-nos-iamos visto em sérias dificuldades, visto que os proprietários não poderiam atender as reclamações dos trabalhadores rurais que lhe eram exigidas pelo elevado preço das subsistências o exigências legítimas e talvez tmabém ilegítimas do comércio, e poderíamos estar sujeitos até a uni conflito social.

Sendo a nossa produção vinícola de mais de l milhão de pipas e não havendo este ano mais de metade, o actual preço está reduzido a mais do 00 por cento.

Na colheita passada, em Novembro ou Dezembro, o preço do vinho comum atingiu 200$ por cada pipa. Não sei, Sr. Presidente, a quo atribuir tamanha baixa no preço no actual momento.

Presentemente já se vende vinho a 100$. Mas não são só os vinhos lisos, silo também os vinhos licorosos, que existem em enormes quantidades nas adegas que se estão desvalorizando. De forma que isto pode trazer — e traz com certeza— um difícil transe para a nossa situação económica.

Os vinhos do Douro existentes nas adegas atingem, segundo sou informado, a-100:000 pipas. Os vinhos licorosos do sul também abarrotam nas adegas.

Ora, tudo isto se podo remediar desde que o Governo trate, com o cuidado e o carinho que um tal caso reclama, de fazer tratador com a França e a Noruega, a fim de se conseguir a exportação dos nossos vinhos licorosos e dos nossos vinhos comuns.

Com o caudal do ouro que viria para o nosso país do conseguirnento dos citados tratados minto lucraria todo o país.

Eu, Sr. Presidente, levantando este assunto, que reputo importantíssimo, mas que não posso tratar desenvolvidamente por não possuir os conhecimentos técnicos e scientíficos doutros colegas, pois sou simplesmente um pequeno lavrador e um prático; mas, tendo a honra de ter representação nesta Câmara, cumpro assim o meu dever. Falo com sinceridade. e para ruim isso é tudo, como para mina também é já bastante o levantar esta questão de alto interesse para. o país.