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Sessão de 8 e 9 de Abril de 1921

Justificação de faltas

Do Sr. António Gomes de Sousa Varela.

Para a comissão de infracções e faltas.

Declaração de voto

Declaro que, se estivesse presente na sessão de 6 do corrente, votaria contra o projecto de amnistia, por o Governo não se ter exprimido com clareza se ela era oportuna ou não.—Bernardo Pais de Almeida.

Para a acta.

Representação

Da Câmara Municipal de Castelo Branco pedindo que seja mantida alein.°999. Para o «.Diário do Governo».

Últimas redacções

Foi aprovada a última redacção do projecto de lei n.° 414, concedendo amnistia a crimes políticos, religiosos e sociais.

Aprovada também a última redacção de projecto de lei n.° 617, concedendo amnistia a militares do Corpo Expedicionário Português.

Antes da ordem do dia

O Sr. Presidente: — Tendo falecido o Sr. Alexandre Braga que, no fôro português brilhantemente se salientou, o na vida política fez elevada propaganda das ideas republicanas, proponho que se lance na acta desta sessão um voto de profundo sentimento.

O Sr. Pereira Osório: —Em nome deste lado da Câmara, associo-mo, de toda a minha alma, ao voto de sentimento proposto por V. Ex.a pela perda que a República acaba de sofrer.

Alexandre Braga foi um grande tribuno, que pôs ao serviço da República o melhor da sua inteligência, do seu-saber o do seu esforço, servindo-a com o maior "brilho, dedicação c patriotismo.

Ninguém quo aqui se encontra presente poderá esquecer os discursos brilhantíssimos que, nas ocasiões mais solenes que tem atravessado a República, ele pronunciou na. outra casa do Parlamento e nos Congressos.

A sua falta há^de sentir-se por muito

tempo, porque infelizmente homens como aquele que, • pela sua palavra eloquente, conseguia dominar as multidões e ato os indivíduos de grande categoria intelectual, vão desaparecendo.

Morreu precisamente no momento em que mais desejaria viver para fechar com chave do ouro a sua grande obra'pela intervenção na guerra, prestando homenagem aos soldados desconhecidos com um daqueles monumentais discursos, perfeito na forma o no conceito, do quo só ele tinha o segredo.'

O Sr. Lima Alves: — Ainda estão no Palácio do Congresso da República à consagração dos cidadãos republicanos que junto deles vão desfilando, os restos mortais desses soldados, que simbolizam o heróis TU o da Pátria, e se deixaram varar pô-las balas e metralha inimigas nos campos da batalha.

Ainda ontem a bandeira nacional ocupava, a meia haste, a posição fúnebre, em sinal de sentimento; mas ontem mesmo, om homenagem às glórias representadas por esses heróis ela subiu ao topo dos mastros. Todavia, já hoje a República se vê ferida no seu coração por um golpe dos mais profundos derivado da morte de um grande republicano, como foi Alexandre Braga. '

Aqueles que simbolizam o heroísmo pátrio morreram como soldados lutando com as armas na mão.

Alexandre Braga foi também sempre um soldado da República, ainda que não morresse com as armas na mão, batalhando sempre por ela no campo das ideas; foi um soldado da República que lutou, como poucos, durante todo o tempo da propaganda.

A sua palavra brilhante, mesmo sublime, era verdadeiramente íascinadora para a causa da República.

Foi às.suas machadadas que, na maior parte, se deve o derruir das antigas instituições.