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Diário das Sessões ao Senado

sumo, resultando daí a quâsi paralisação da exportação do nosso vinho do Parto com. as saas consequências, que hoje são más, mas amanhã serão péssimas e depois, tremendas e de efeitos irremediáveis.

Chamo por isso a atenção do Governo para este assunto que é momernoso e inadiável.

AS causas principais que apontei em relação à França e Noruega, lia a juntar a perda dos mercados da Rússia e da América do Norte onde a campanha contra o alcoolismo obrigou o poder exocu-tivo a tomar medidas de proibição dr. entrada, o que não quere dizer que nunca como agora, se abusasse ali tanto dos alcóis e das bebidas espirituosas.

O mesmo sucede no Canadá com excepção do estado de Quebec onde são admitidos os nossos vinhos, mas cuja importação é pequena.

Sr. Presidente: grave é pois este assunto para a economia nacional,, momentoso para os interesses e para a vida do Douro, e justificado é o meu desejo e urgência de ouvir a respeito da sua solução o Sr. Ministro dos Estrangeiros, para o país saber o que se tem feito a fim de sair desta situação aflitiva-da qual o Douro, o Porto e o Norte sentem já o horrível peso.

Além disso Sr. Presidente, eu desejaria ouvir o Sr. Piesiderite do Ministério e Ministro da Agricultura sobre o ca?o da iam falada proposta duma ct\sa do Canadá que nos forneceria trigo e farinha em troca de vinhos do Porto e Madeira.

Diz-se que à tal proposta, em princípio aceitável, foram sugeridas alterações e que realmente foi modificada e melhorada pele seu apresentante; mais se diz que foram favoráveis as informações da comissão de comércio ou dos trigos do Ministério da Agricultura mandada reunir "pêra dar o seu parecer, tendo até um dos sons membros —o que ali representa a Associação Central da Agricultura— ido fazer uma conferência a essa Associação explicando a sua atitude e a economia de tal proposta.

£0 que há de positivo ou de definitivo sobre o caso?

Conforme era de supor fui interpelado na reunião do Porto, eu e também o iius-tre Deputado e meu querido aniigp, Sr.

Nuuo Simões, que estava presente, sobre o que era e havia a respeito da proposta do Canadá, mas como o viver em Lisboa e ser Senador não quere dizer que ande no segredo dos deuses, respondi que nada mais sabia, além do que"os jornais tinham contado, e que estava aguardando que uns dias decorressem para preguntar notícias e informações ao Sr, Ministro da Agricultura aqui no Senado.

Pediram-nos então que não descurássemos o caso que tanto poderia beneficiar o Douro, o comércio de vinhos do Porto e o país.

Peço portanto ao Sr. Ministro de Comércio que transmita estas minhas obser-vaçQes e preguntas aos Srs. Ministros dos Estrangeiros e da Agricultura com o meu pedido de prontas respostas e informações que, ao país,.tanto interessam. '

Também a Associação Comercial do Porto e os lavradores do Douro desejavam que, representantes seus, tratassem como Sr. Ministro dos Estrangeiros, e em França com o Governo Francês destes assuntos, de acordo e sob a presidência do Ministro de Portugal; parece porém que houve dúvidas, ou falta de desejo de que essa comissão do caso se ocupasse.

Ignoro o que efectivamente se tenha passado, mas acho bem quo o Governo seja juiz da oportunidade e do modus fa-ciendi porque compreendo que pode o assunto envolver melindres do vária or-don:. Mas o que não percebo é que as semanas passem umas após outras, e quo os meses vão decorrendo sem que só saiba, ou se veja ter-se feito qualquer cousa no sentido de melhorar a situação!

As dificuldades não se resolvem, nem se diminuem com o adiamento das questões e estudo da sua resolução, ou das providências a adoptar, ao contrário, aumentam o complicam-se, e ó isso o quo está sucedendo no caso presente.