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Sessão dê 8 e 9 de Abril de 1921

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Nesse organismo onde deviam predominar os interessados, e em que os empregados fossem do Estado, para ele ter uma função executiva, e para lhe dar todas as facilidades às medidas e providências adoptadas, reunir-se-ia tudo o que dissesse respeito a exportações.

A verdade é que nós em matéria de exportações temos uma cousa que ó absolutamente primitiva, cada um faz o que quer, sem nenhum espírito de sequência, nem lógica.

Não há a esse respeito nada organizado,, tudo é primitivo e antiquado.

E necessário, pois, de uma vez para sempre, estabelecer um organismo que tenha na sua mão todos os meios de acção e de estudo indispensáveis, a fim de pôr, numa só peça, evidentemente com diversas secções, todo o problema da nossa exportação para o estrangeiro.

Mas de momento, o que é preciso fazer, são as gestões necessárias para modificar a situação em que se encontra Portugal relativamente à França e à Noruega.

Com relação a este problema eu não posso senão prometer ao Sr. Lobo Alves que transmitirei com a possível brevidade, e até seria inútil dizer a S. Ex.a, visto que eu sou homem do norte, com o meu maior empenho, para que S. Ex.a, o respectivo Ministro, duplique os seus esforços.

A respeito da questão da troca dos vinhos por trigo, com o Canadá, eu não conheço senão o que S. Ex.a conhece, e o que dizem os jornais.

Todavia, alguém que conhece de perto esse problema, disse-me que ele não reveste todas aquelas vantagens que à primeira vista poderia parecer.

Contudo, repito, eu transmitirei ao Sr. Ministro da Agricultura as considerações de S. Ex.a, e estou certo de que ele logo que possa, informará pormenorizadamente S. Ex.a

Certamente, S. Ex.a o Sr. Lobo Alves fará ao Sr. Presidente do Ministério a justiça de supor que só uma razão muito forte e muito grave poderia fazer demorar a solução de um problema que é para Portugal tam importante e tam vital, pois S. Ex.a sabe que uma das nossas maiores dificuldades é o trigo, uma das nossas maiores necessidades é o ouro, e uma di-

ficuldade a resolver é a exportação dos nossos vinhos do Porto.

É claro que não há um problema, a não ser que ele tivesse um reverso de .medalha de carácter excepcional, a que se possa dar solução, e o Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura lha não procure dar.

Em todo o caso eu prometo dizer ao Sr. Presidente do Ministério que, logo que a S. Ex.a seja possível, venha ao Senado dar as explicações que ao caso se referem.

No que respeita ao meu Ministério, referiu-se o ilustre Senador à ponte do Pinhão.

Eu não a vi. Mas vi a ponte de Viana do Castelo, que está por assim dizer, podre.

Há' outras que estão desmanteladas completamente.

Em Caminha vi uma ponte de madeira arruinada.

O Sr. Ernesto Navarro (interrompendo) :—E se V. Ex.a ícôsse à Figueira da Foz, teria ocasião de ver outra ponte em completa ruína por falta de pintura.

O Orador:—As pontes precisam realmente que se lhes atenda. Mas os nossos orçamentos são duma exiguidade terrível. (Apoiados).

Nós temos uma porção imensa de pontes e uma rede relativamente considerável de estradas.

Todavia, as verbas são escasas. Tem havido afinal de contas, distribuição de verbas de cinco contos para aqui e cinco contos para ali, e isso, dá este resultado: é que muitas estradas não são reparadas.

Não há um conjunto na resolução do problema.

O Sr. A.ntónio Maria da Silva, então titular da pasta do Fomento, elaborou uma lei que tem toda a razão de ser e que é preciso defender.

S. Ex.a viu logo, em 1913, a questão. Pegar em dinheiro que serve apenas para reparar 100 ou 200 metros, não vale nada. (Apoiados).

Mas nessa altura, ainda cinco contos eram slguma cousa; hoje não são nada.