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6 Diário das Sessões do Senado

se o seu director, a escrituração era irregular, mudava-se constantemente de pessoal, não havia responsabilidades...

Ora, os Transportes Marítimos deviam saber como as cousas tinham sido feitas,,

Rugeroni, chamado a fazer declarações sôbre o assunto, disse que as libras que tinha recebido a mais se encontrariam no preço do carvão que tinha sido pago com uma diferença grande.

No juízo de investigação criminal foi instaurado um processo para se averiguar como fora feita a duplicação do pagamento do frete do Solborg.

A comissão, querendo ver o mesmo processo, dirigiu-se ao juízo de investigação, o qual disse que o processo havia sido enviado ao Ministério das Finanças. No Ministério das Finanças disse-se que o processo tinha ido para a Procuradoria Geral da República.

A Procuradoria Geral da República respondeu que enviara o processo para o Procurador da República junto da Relação de Lisboa.

Nesta altura, tendo a comissão deliberado fazer um exame à escrita de Rugeroni & Rugeroni, visto ela defender-se dizendo que tinha enviado as £ 13:487-15-0 a Vivian.

Pediu-se a Rugeroni uma cópia da carta que acompanhou a remessa da importância recebida, cópia do respectivo recibo, e de todos os domais documentes relativos a essa remessa, mas nenhum dêsses documentos foi fornecido à comissão!

O Sr. Presidente: - S. Exa. já fala...

Vozes:-Fale, fale.

O Sr. Presidente: - Em vista da manifestação da Câmara pode V. Exa. continuar.

O Orador: - Pediu a comissão, por mais de uma vez, a Rugeroni & Rugeroni os documentos comprovativos da entrega do dinheiro recebido por aquela firma, respondendo ela sempre com evasivas.

Perante tal procedimento, a comissão resolveu fazer um exame à escrita da firma Rugeroni & Rugeroni, Lda.

Como seria provável que a correspondência com a casa Vivian & C°, fôsse e aã inglês, dirigiu-se a comissão ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, pedindo dois peritos para aquele exame, pedido que foi imediatamente satisfeito.

A diligência foi praticada ao encerrarem-se os serviços do escritório, a fim de se evitarem quaisquer prejuízos que, porventura, pudessem dela resultar.

Caso digno não só de admiração mas de muita estranheza!

Nos copiadores do cartas e nos livros de contabilidade da casa comercial Rugeroni & Rugeroni, Lda., escriturados no tempo decorrido desde a compra do carvão em Inglaterra - novembro de 1917 - e o dia do exame - Fevereiro de 1922 - não logrou a comissão encontrar o mínimo vestígio de correspondência com a casa Vivian & C°, de Londres, ou da recepção das £ 13:487-15-0, ou da remessa de qualquer importância à referida casa, por conta do carvão trazido pelo vapor Solborg!

Uma voz: - Admirável!

O Orador: - Todavia a comissão possui documento comprovativo de que Rugeroni & Rugeroni enviaram a Vivian & C°, em 6 de Dezembro de 1918, um cheque de £ 4:668-5-3 em- liquidação do vapor Solborg.

Vozes: - É extraordinário!

O Orador: - No processo há, também, uma declaração assinada por Rugeroni & Rugeroni afirmando que a importância recebida dos Transportes Marítimos do Estado, para pagamento do carvão e frete do vapor Solborg, fora entregue a Vivian & C°, de Londres, por um dos sócios da firma, entre Abril e Maio de 1919!

Não é esta a única flagrante contradição de Rugeroni & Rugeroni, acêrca do destino dado às £ 13:487-15-0.

O que é absolutamente certo é que Vivian & C° só receberam £ 4:668-5-3.

E não deveriam receber mais, porque as restantes £ 8:483-9-9, representam a importância do frete pago ao vapor Solborg, por intermédio da Casa Torlades, que o recebeu multo anteriormente à data em que, indevidamente, também o recebeu Rugeroni & Rugeroni.

Por ocasião dêste exame apareceu um advogado da firma a pedir para fazer de-