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26 DE NOVEMBRO DE 1968 1851

O Sr. Mário Dias Pereira: - Sr Presidente. Nesta hora de grande transcendência histórica, a nossa presença na Câmara Corporativa reveste-se de um alto significado e prova à evidência que o regime corporativo institucionalizado tem a sua vida para além dos homens, vale por si, pelo que contém na sua doutrina, pela sua incidência na vida política e económico-social da Nação. Não é um regime que, como muitos supunham, só viveria enquanto durasse a força que lhe imprimiam os homens responsáveis pela sua manutenção e criação e, neste caso concreto, enquanto estivesse à frente do Governo o Sr. Prof. Doutor Oliveira Salazar.
É que a doutrina corporativa é uma doutrina que se destina a dignificar o homem, a permitir a vida em sociedade, sem atropelos e dentro de um espírito de colaboração e de solidariedade de interesses, é um sistema que, sem preconizar a luta improfícua de classes, diz que «a revolução continua enquanto houver um lar sem pão»
E o povo português só quer esta luta, só quer esta revolução, só quer o bem comum, dentro de um espírito de concórdia e de compreensão. E, porque o povo assim pensa e assim quer, continuou-se. Portugal, continuaram as instituições, que são o nosso orgulho perante o Mundo e a razão de ser do nosso equilíbrio económico-financeiro e do desenvolvimento do País.
Elas são o reflexo da política sabiamente concebida por esse homem ímpar que é o Presidente Salazar, o maior português deste século, como o disse o Sr. Presidente da República, a quem eu, em nome dos trabalhadores portugueses, respeitosamente saúdo com a afirmação de que poderá contar connosco.
Efectivamente, essa figura única de governante, a quem já se faz justiça, só será um dia devidamente apreciada à luz da história, em toda a sua dimensão e perspectiva, mesmo que os ventos da história, como hoje tanto se diz, soprem seja de que lado for. Os tais ventos não apagarão a memória nem a obra desse gigante, que até na doença á diferente da maioria dos mortais e até na luta contra a morte tem ultrapassado aquilo que é normal.
For e é um homem que poderemos considerar providencial. Apareceu na cena política quando já havia descrença na salvação da Pátria, e o seu afastamento da governação dá-se numa altura em que á Nação, com as suas estruturas políticos e administrativas devidamente montadas, pode já caminhar por si. E a maneira como se afasta é também única, processa-se sem solução de continuidade, sem convulsões, dentro de um clima de fé, de esperança e de união à volta do leito em que continua a imolar-se pela Pátria, que foi sempre a razão de ser da sua vida e a quem se doou totalmente para que fosse perene.
E a perenidade da Pátria está em todos nós, portugueses, que saberemos manter intactos os princípios que nos legou, que saberemos ser dignos dele.
E nesta fidelidade ao seu pensamento está a maior homenagem que lhe poderemos prestar e na continuação da sua obra está a sua permanência junto de nós.
E entre o passado e o futuro, entre o que foi e o que será o regime corporativo, temos as afirmações do presente, as declarações precisas e claras do Sr. Presidente do Conselho, Prof Doutor Marcelo Caetano, homem digno de continuar a obra de Salazar, e que, mesmo considerando ciclópica a sua tarefa, não a enjeitou, não recusou servir e, dando provas de total desinteresse pela sua vida, a colocou ao serviço dos outros, ao serviço de todos os portugueses, mesmo que não pensem como nós, mesmo que se considerem separados por uma barreira ideológica.
E nesta sua entrega plena à realização do bem público há já um vínculo forte de união, da união de todos os portugueses, que, logo na sua primeira comunicação ao País, disse desejar ver concretizada. E este seu desejo tem sido expressado implicitamente em todas as suas atitudes e na maneira como tem encarado o corporativismo em todas as suas incidências e implicações.
É que, efectivamente, o corporativismo é uma doutrina de união, contém em si, na sua essência, o princípio da unidade, quer se trate de problemas que digam respeito ao trabalhador, quer a entidade patronal, porque todos se dirigem ao homem que é o centro da política corporativa.
E o Prof. Doutor Marcelo Caetano foi um dos obreiros do corporativismo, foi um dos doutrinadores responsáveis pela sua estruturação e divulgação. O seu passado, a sua vida, quer no Governo, quer na cátedra, são a afirmação do que acabo de expor.
E, porque é igual a si mesmo, porque sempre viveu os princípios da doutrina que informam o seu espírito, daí ter dado prevalência, logo no começo das suas funções da Presidente do Conselho, aos problemas ligados a vida corporativa.
E não foi, com certeza, por feliz acaso que faz sair um diploma legal que cria junto da Câmara Corporativa uma secção permanente, que recebe os presidentes das corporações e lhes expõe magistralmente o que pensa das corporações e que se dirige ao Ministério das Corporações para dar aos delegados do Instituto Nacional do Trabalho uma palavra de ordem e para os saudar, afirmando assim ao País a conta em que tem esses serviços do Ministério e o que espera da continuação da sua obra.
Todos estes factos tão recentes e que todos conservam na lembrança são a afirmação concludente de como encara a política corporativa, de como confia no seu dinamismo e na sua eficiência, se todos nos unirmos à sua volta, se todos seguirmos o seu exemplo magnífico de dedicação e lhe dermos o nosso esforço e a nossa colaboração leal.
E os trabalhadores portugueses, que eu aqui represento nesta hora alta da história pátria e que sempre se orgulharam de manter íntegras aquelas qualidades de honradez, dignidade de carácter, lealdade e amor ao trabalho que nos fizeram grandes, saberão ser fiéis colaboradores, saberão honrar a herança de Salazar e ser dignos continuadores do Sr. Prof. Doutor Marcelo Caetano.
E disso pode estar certo o Sr. Presidente do Conselho. As palavras que proferiu no passado dia 6 de Novembro, quando afirmou no Ministério das Corporações e Previdência Social « foi-me tão grato vir a esta casa saudar-vos e ouvir do Sr. Ministro das Corporações a certeza de que os seus funcionários continuam fiéis aos propósitos que nos anos 80 constituíram a grande promessa de reforma social então formulada na legislação corporativa», poderão aplicar-se a todos nós, a todos os que trabalham no sector corporativo e até nos outros sectores da vida nacional, porque, como muito bem disse nessa altura, «o corporativismo tem de ser vivido e praticado pelo País inteiro».
E sob a sábia orientação do Sr. Ministro das Corporações, esse homem que corajosamente, mas com prudência, tem avançado no campo das realizações sociais, nós continuaremos a lutar por Portugal maior.
Daqui desta Câmara Corporativa, onde têm assento os trabalhadores do País, onde as nossas pretensões justas são ouvidas e aceites, eu saúdo o Sr. Prof. Doutor Gonçalves de Proença, como um dos maiores responsáveis pela política social destes últimos anos.
E, para terminar, Sr Presidente, eu quero dizer a V. Ex.ª que, se até aqui já estávamos total e incondicio-