10 DE AGOSTO DE 1972 1507
daqueles que do estrangeiro nos atacam, respondem os soldados de Portugal, velando pelos verdadeiros interesses dos povos integrados na Nação Portuguesa e pela defesa dos territórios, com a serenidade e bondade de quem procura devotar-se a uma sincera cruzada de paz. É, por evidente enorme o contraste entre quem assim procede, e os secretários da subervsão que teimam numa luta que não provocámos.
Nesta missão de guerra defensiva que também é de paz, tudo tem sido feito para não se excederem paixões ou se fomentem ódios, antes se procurando, socorrendo-me de palavras do Sr. Presidente do Conselho, «o convívio das raças a formação progressiva de sociedades onde todos os homens tenham os mesmos direitos independentemente da cor da pele e onde os lugares de direcção sejam atribuídas em função da capacidade de cada um para os exercer». Assim, e ainda na mesma linha de pensamento, «a construção pacífica da sociedade multirracial portuguesa é única via - que leva a resultados construtivos - com vantagens para a África e para o Mundo».
A guerra traduz-se afinal nas agressões por guerrilhas vindas do exterior, em determinadas zonas do exterior, em determinadas zonas dos territórios, e que assim é demonstra-o a presença de V.Ex.ª, Sr. Presidente da República, quando das visitas às províncias ultramarinas, que são carne e sangue da nossa Mãe-Pátria, em íntimo contacto com as multidões que o acarinhavam, dão à vontade e com o mesmo calor humano em que sempre é envolvido nas visitas a qualquer recanto de Portugal.
Essas manifestações de portuguesismo transbordante das populações de todas as raças, de todos os credos e de todas as origens que V.Ex.ª comovidamente sentiu nas deslocações que efectuou, contrapõem-se a toda a gama de exportações panfletárias com que por vezes aos pretendem atingir. Pois só pela profunda impressão e repercussão que essas triunfais viagens causaram no Mundo, ficou o País a dever a V.Ex.ª mais um inestimável serviço.
apesar de todas as vicissitudes, perigos e ciladas, uma coisa nunca poderemos esquecer: «quantos caíram ignorados, perdidos sobre as águas ou nas paragens longínquas de além-mar ...» e a segurança e o labor de quantos aí se acolhem à sombra da nossa Bandeira.
Por tal motivo o nosso esforço tem de permanecer no sentido de travar as guerrilhas vindas do exterior, constituídas por assassinos e violadores, orientados por grupos sem legitimidade e alimentados, por uma onda avassaladora de ideologias de índole subversiva e imperialismos económico-financeiros, a coberto de falsa bandeira de libertação de povos, quando alguns alinham entre os maiores opressores de nações civilizadas!
Contra todas as hipocrisias e todas as explorações, contra todas as tentativas dissimuladas de intromissão. Portugal tem de continuar, como alguém escreveu, a dar ao Mundo o exemplo admirável de uma Nação, dispersa no espaço pela multiplicidade dos seus territórios, mas unida no sentimento de uma viva comunidade nacional.
O Sr. Almirante Américo Tomás tem sido realmente, no momento histórico que atravessamos, a expressão da unidade que deve constituir preocupação dominante e imprescindível a congregar a família portuguesa, de maneira que a vanguarda, que se pretende converter também em teatro de luta, se mantenham coesas e invulneráveis aos factores da intranquilidade, do desalento e da desagregação, obedecendo assim a um imperativo patriótico indiscutível.
Na hora difícil que atravessamos, como noutros momentos da nossa vida nacional, exige-se pureza de ideal, disciplina, unidade de acção.
Como Nação aplurirracial que somos, impõe-se que os elementos mais conscientes desta comunidade ... modesta a sua forma de vida, a sua linha de actuação, no sentido de pouparmos este agregado humano aos perigos da desunião, aceitando voluntáriamente a ideia de que hoje, mais do que nunca, se torna essencial uma disciplina política, factor indispensável para qualquer programa social ou económico. Não nos deixemos iludir nem arrastar por certas vozes enganadoras, que à sombra de palavras sonoras, de um significado discutível, querem conduzir-nos aos caminhos ínvios da derrocada. em nome da liberdade, cujo conceito ... os seus interesses, pretendem implantar a anarquia, em nome de um apregoado progresso, palavra mágica de sentido cada vez mais difícil de precisar, não teriam dúvidas em nos conduzir pelos caminhos da aventura à noite tenebrosa das incertezas.
A palavra sensata e realista já foi dita e vivemos o momento em que todos os elementos úteis, todos os homens de boa vontade, todos os portugueses que, na realidade, se sintam verdadeiramente portugueses, juntem os seus esforços, aproveitem almegadamente todos os seus potenciais humanos e espirituais para o grande movimento onde têm lugar quantas desejem a integridade da Pátria e onde apenas não cabem aqueles que a negam.
Encarando realístiamente os verdadeiros interesses do País, manifestemos, de alma aberta, as nossas opiniões, mas não procuremos acentuar em denuncia e sem exacta noção das realidades o que, porventura, seja motivo de desacordo. Não exigimos milagres, não tentemos resolver imprudentemente tudo quanto exige penduração e uma autêntica hierarquização de valores e de necessidades e, assim, olhemos de frente tudo quanto desinteressadamente nos une, já que na hora dramática e decisiva que vivemos, só na união inteligente e patriótica, a merecer sabedoria e virilidade, encontraremos o verdadeiro caminho que nos permitirá sobreviver e continuar a revelar ao mundo, humildemente, mas com firmeza, que sabemos alicerçar a nossa felicidade terrena, vivendo a preocupação do progresso material, sem nunca esquecer o perfeito sentido dos valores amorais e espirituais.
Quantas vezes nas perspectivas da História se viram grandes ideias soçobrar só porque os homens isoladamente não foram suficientemente generosos, para abdicar de pequenos sentimentos e, até, por vezes, de ressentimentos, que os haviam de conduzir trágicamente a desastres irremediáveis!
Unamo-nos pois para agir e, agindo, para salvarmos a integridade e panenidade de uma Pátria, construída no decurso dos séculos, à luz de grandes ideais a que não são alheios os mais altos sentimentos humanos, argamassada no sangue dos nossos heróis e dos nossos mártires e no suor de tantos homens humildes e desconhecidos do nosso povo, grandes na alma e na generosidade dos seus sentimentos, que souberam através do tempo defendê-la e engrandecê-la. Saibamos, portanto, compreender esses extraordinários exemplos, abatendo todas as divergências e todos os interesses de grupo para juntar os nossos esforços na ... ingente de defender a integridade da Pátria.
Simboliza V. Ex.ª, Sr. Presidente da República, esse tão necessário elemento de união entre todos os portugueses autênticos. De formas diversas e em múltiplos locais deste País pluricontinental, tem V.Ex.ª constan-