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DIÁRIO DAS SESSÕES — N.º 158
José Dias de Araújo Correia.
José Luiz da Silva Dias.
José Maria Braga da Cruz.
José Pereira dos Santos Cabral.
José Rodrigues de Sá e Abreu.
José Soares da Fonseca.
José Teodoro dos Santos Formosinho Sanches.
Júlio César de Andrade Freire.
Luiz de Arriaga de Sá Linhares.
Luiz Cincinato Cabral da Costa.
Luiz da Cunha Gonçalves.
Luiz Lopes Vieira de Castro.
Luiz Maria Lopes da Fonseca.
Luiz Mendes de Matos.
Manuel da Cunha e Costa Marques Mano.
Manuel José Ribeiro Ferreira.
D. Maria Baptista dos Santos Guardiola.
Mário Correia Teles de Araújo e Albuquerque.
Mário de Figueiredo.
Rui Pereira da Cunha.
Salvador Nunes Teixeira.
Sebastião Garcia Ramires.
O Sr. Presidente: — Estão presentes 54 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 38 minutos.
Antes da ordem do dia
O Sr. Presidente: — Está em reclamação o Diário da última sessão.
Pausa.
O Sr. Presidente: — Como nenhum Sr. Deputado deseja usar da palavra sôbre o Diário, considera-se aprovado.
Pausa.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Melo Machado.
O Sr. Melo Machado: — Sr. Presidente e Srs. Deputados: eu devo à Assemblea Nacional algumas palavras de gratidão pelo esplêndido preâmbulo que esta Assemblea quis dar à manifestação de sábado passado.
Nessa admirável sessão não faltou sequer aquela oratória a que alguns chamam antiga, simplesmente porque não podem ou não sabem usar dela, mas que em todas as circunstâncias entusiasma e aquece o coração.
Foi depois a memorável sessão em que S. Ex.ª, com o seu admirável discurso, engrandeceu esta Assemblea e avisou-a de que terá de intensificar o seu trabalho de fiscalização.
Êsse discurso memorável proferido nesta Assemblea é mais um marco precioso a atestar o longo e feliz caminho percorrido.
Depois foi o grande dia. Apareceram por aí uns papéis, apareceram os costumados boatos terroristas e, todavia, Sr. Presidente, os primeiros perderam o dinheiro todo e os segundos perderam o tempo e a saliva; é que nestes dias admiráveis os portugueses só tinham olhos e ouvidos para ver e ouvir o Sr. Presidente do Conselho.
Vozes: — Muito bem, muito bem!
O Orador: — Bastou que uma voz fraca, que todavia, embora imerecidamente, representava a lavoura portuguesa, a terra-mãi, a terra, base e estrutura principal da economia nacional, para que, de norte a sul e de êste a oeste, um mar de gente chegasse à capital para prestar as suas homenagens ao Sr. Presidente da República e ao Sr. Presidente do Conselho.
Pela manhã tivemos a manifestação sintética, mas cheia de ternura e de carinho, a S. Ex.ª o Chefe do Estado, e à tarde foi aquilo que V. Ex.as puderam ver.
Não tenho necessidade de fazer a descrição dessa manifestação verdadeiramente deslumbrante; tenho apenas que dizer que o momento culminante dessa manifestação foi aquele em que espontâneamente um côro admirável de unidade, de afinação e de ritmo entoou o hino nacional. Os sons graves e harmoniosos dessa imensa multidão de mais de cem mil pessoas subiram ao firmamento e ecoarão pelo mundo em testemunho da nossa unidade em volta do Chefe do Govêrno. Mas vejam V. Ex.as o que é a miséria humana: no meio dos grandes pensamentos que estavam em todos nós naquele famoso dia, eu tive um pensamento egoísta, e êsse feio pecado confesso publicamente.
É que, Sr. Presidente e Srs. Deputados, todos o sabem, tenho sido o Deputado mais rabujento desta Assemblea. Uns dos nossos têm-me classificado de impertinente; outros, a cada uma das minhas perlengas mais ousada ou impertinente têm profetizado que não voltarei a êste lugar, que, como V. Ex.as sabem, ocupo já há onze anos...
O Sr. Mário de Figueiredo: — E muito bem!
O Orador: — Há ainda determinado sector que suporá ou pode supor que estou disposto a caminhar no seu sentido, e eu não gosto de confusões.
Pensei que a minha presença ao lado do Sr. Presidente do Conselho atestava que eu tinha muita honra, muito orgulho em servir, mas servir com um S muito grande, em servir com independência e dignidade, e, porque não dizê-lo, com altivez e com verdade.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem, muito bem! O orador foi muito cumprimentado.
O Sr. Duarte Marques: — Sr. Presidente: desejo manifestar a V. Ex.ª os meus agradecimentos pela gentileza do aviso telegráfico da abertura extraordinária desta assemblea. Infelizmente só hoje me foi possível comparecer.
Factos que desconheço, certamente filhos da missão militar que estou desempenhando nos Açores, mas alheios à minha própria vontade, motivaram as minhas faltas, pelo que junto com as minhas homenagens e desculpas a V. Ex.ª vão os meus pedidos de justificação das mesmas.
Desejo também, Sr. Presidente, manifestar de viva voz a minha solidariedade à sessão passada de 8, em que se apreciou a cessação das hostilidades na Europa, e ainda os meus mais calorosos aplausos às palavras de S. Ex.ª o Sr. Presidente do Conselho proferidas nessa sessão.
Pressente-se, mas desconhece-se pelo silêncio que envolveu o sacrifício despendido, aliás silêncio que mais realça altruistamente êsse sacrifício, as horas de amargura vividas por aqueles a quem coube o pesado encargo de velar pela integridade nacional perante o conflito mais devastador que a história regista, sabendo manter acima de tudo uma posição clara e nítida ante os conflitos que certamente se desenrolaram em especial através das chancelarias.
Na verdade, Sr. Presidente, eu não sei qual seja maior sacrifício: se governar nações em guerra, se governar defendendo as nações da guerra, sem quebra da sua própria dignidade.
Vozes: — Muito bem!