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REPÚBLICA PORTUGUESA

SECRETARIA DA ASSEMBLEIA NACIONAL

DIÁRIO DAS SESSÕES

SUPLEMENTO AO N.º 43

ANO DE 1950 15 DE ABRIL

ASSEMBLEIA NACIONAL

V LEGISLATURA

CONTAS GERAIS no ESTADO DE 1948

Parecer da comissão encarregada de apreciar as contas públicas

(Artigo 91.º da Constituição)

INTRODUÇÃO

1. O parecer das Contas Gerais do Estado publica-se este ano sob o signo de uma depressão económica e financeira, dentro do País, que pode ferir substancialmente, nos tempos próximos, o seu desenvolvimento material.
Não é que esteja em causa por agora o equilíbrio das contas públicas - nem a Constituição o permitiria. Se a actividade, porém, estagnar ou não atingir nível que assegure conveniente cobrança de receitas, só um meio aparece para manter o equilíbrio orçamental - que é o de reduzir as despesas.
Ora o nível da compressão destas tem limites e não pode ir além deles, sob pena de deprimir mais ainda a actividade económica.
Parece, assim, tudo indicar que chegou o momento de fazer o balanço geral das disponibilidades financeiras e de estabelecer programas adequados a desenvolvimentos futuros.
Havia quem julgasse serem pessimistas certas previsões dos pareceres das contas, algumas sugeridas até nos tempos em que a euforia de receitas e as facilidades de crédito permitiam uma política de grandes gastos. E algumas vezes, nesta longa e incompreendida série de esforços, orientados no sentido de acordar muitos para a realidade da vida que o País pode viver, o próprio relator das contas teve dúvidas momentâneas sobre o fundamento de previsões que a sua pena traçara ano após ano.
Mas os números são faie-tos duros e reais e eles indicavam que o País não podia por muito tempo suportar financeiramente consumos que não tivessem como contrapartida aumento de riqueza; que a fortuna do País é limitada por factores que não podem ser alterados de um dia para o outro.
A publicação de planos de obras e de aumento de despesa, a tendência para as executar sem, por vezes, se olhar se elas poderiam ser mais económicas, o próprio ar que se respirava nas ruas em matéria de consumos dispensáveis e até supérfluos, constituía um obstáculo à compreensão das modestas, singelas palavras de