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26 DE NOVEMBRO DE 1958 56-(121)

[ver tabela na imagem]

Vejamos a razão principal dos saldos negativos dos três últimos anos:
Até 1955 era permitido aos Indonésios frequentar livremente os portos da província, onde, em troca de copra que se lhes comprava e se reexportava depois, eles adquiriam grandes quantidades de artigos de fácil colocação nos seus territórios.
A propósito do desaparecimento da reexportação de copra de origem indonésia, que era uma das fontes de relativo bem-estar da província, é interessante o relatório de 1956 do Conselho de Câmbios da província, de que transcrevemos a parte que queremos focar:

Os reflexos do desaparecimento da reexportação de copra de origem indonésia, reexportação que dava alma a um intenso movimento de trocas, a continuação de más colheitas de café Arábica, tudo agravado pela alteração de cotações depressivas da borracha, ocasionaram em 1955 que decaísse sensivelmente o valor das exportações e mostram-nos em 1956 toda n extensão do recuo provocado.
Em 1955, porém, o crédito bancário, concedido a juro mais barato e facilidade de reformas acordadas de 10 por cento de amortização, supriu a quebra do valor da exportação, e a importação acusou por isso ainda subida de valor.
Mas em 1956, retraído o crédito, pela limitação do desconto, sem que a exportação se levantasse, os stocks de mercadorias estagnavam, com todas as consequências na satisfação dos compromissos bancários, e a importação veio a situar-se em menos 2 milhões do valor atingido no ano anterior.
Ë evidente que não houve regresso do nível de vida atingido; mas sem dúvida nenhuma que o poder de compra foi afectado.

Ora, não oferece dúvida nenhuma que o ano de 1957 se integra sem descontinuidade na fase de reajustamento que se iniciou a seguir ao afrouxamento da conjuntura altista do café e da borracha, afrouxamento iludido até 1955 pela reexportação anómada da copra de origem indonésia, a que acabamos de fazer referência.
O aumento de volume da produção de géneros exportáveis não foi favorecido por colheitas felizes de café e borracha.
Por outro lado, as cotações destes produtos opulentos mirraram, de modo que ao aumento de produção não correspondeu um crescimento paralelo de valor. Acresce que a capacidade de consumo interno alargou-se e manteve-se em constante progressão, tendendo para um nível legítimo em ritmo surpreendente.
Por outro lado, o Governo da província - altamente interessado em guindar para o nosso tempo uma população atrasada e infra - alimentada e em promover o enriquecimento demográfico - não quis refrear a procura, antes a influiu e animou por via de investimentos em obras públicas importantes e por dilatação do crédito.
Daqui o novo agravamento da balança comercial em 1957.
Segue-se um quadro elucidativo das principais mercadorias importadas pela província em 1957 e da variação dos respectivos valores em cada um dos três anos anteriores:

[ver tabela na imagem]

e nestoutro a origem das mesmas:

[ver tabela na imagem]

Analisando o primeiro quadro, não pode deixar de se observar a modéstia da produção industrial da província ao reparar-se na tradicional necessidade do recurso aos mercados externos para se acudir à satisfação de necessidades alimentares, de vestuário, farmacêuticas, de higiene e conforto, etc.
Em contrapartida, porém, as quantidades de cimento e ferro adquiridas dão uma ideia do ritmo muito satisfatório que a construção civil parece estar adquirindo em tão pequeno meio como Timor.
Do último quadro se vê, por sua vez, que a importação efectuada nos países estrangeiros foi em 1957 muito superior ao somatório dos fornecimentos de origem nacional. O facto não surpreende, dada a situação geográfica da província, a dois passos de Hong-Kong, Singapura, Japão e outros grandes centros comerciais