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8 DE JANEIRO DE 1963 1659

cão; enobrecem as elites locais e constituem, por vezes, recurso estimável para outras tarefas de valorização social.

Dos 340 juizes existentes no continente, em 1960, pertenciam à cidade de Lisboa 103 e à cidade do Porto 43. Dos 1887 advogados inscritos na Ordem, 785 exerciam a sua actividade na capital e 224 no Porto. O distrito de Coimbra possuía, ainda assim, um número mais elevado de advogados (101) do que os distritos de Viseu (75) e da Guarda (37).

Nos domínios das manifestações culturais, os elementos respeitantes aos editores-livreiros inscritos no respectivo grémio, ao movimento das bibliotecas e dos museus, à imprensa periódica, aos espectáculos e aos grupos desportivos revelam certa actividade na região do Mondego. Para tanto concorre, fundamentalmente, a natureza universitária de Coimbra.

O movimento das casas de espectáculos, no que respeita a média de espectadores por 1000 habitantes, dava um índice de 3194 para o continente, 1362 no distrito de Coimbra, 396 no distrito da Guarda, 479 no distrito de Viseu, 13 946 na cidade de Lisboa e 11 431 na cidade do Porto.

As condições de habitação ilustram igualmente as excelências ou deficiências do equipamento social.

Em 1950 havia no distrito de Coimbra 86 551 famílias com habitação ocupando um fogo sem electricidade e água o só 20 548 com electricidade e 10 799 com água. A relação agrava-se mais quando nos restringimos a certas zonas rurais. No concelho de Pampilhosa da Serra, por exemplo, contavam-se 3455 famílias com habitação ocupando um fogo sem electricidade e água e só 28 com casa de banho, 40 com electricidade e 54 com água.

Sr. Presidente: uma referência, ainda que bastante sumária, a alguns aspectos da produção nos três distritos envolve anotações conexionadas com a agricultura, silvicultura, pesca, indústrias extractivas, indústrias transformadoras e electricidade.

Afirma-se geralmente que os três distritos têm uma feição agrícola. Ainda aqui se reflecte, em dada medida, aquela verdade generalizada a quase todo o País: uma estrutura essencialmente agrícola, não pelo excessivo valor dos recursos naturais, mas antes porque não existe indústria.

Não se trata, no caso presente, de uma única região agrícola, mas antes de uma zona variada, onde, ainda assim, é possível considerar afinidades de estruturas ou complementaridades de aptidões.

Uma nota comum, é a da excessiva divisão da propriedade. De resto, o parcelamento tem-se acentuado nas últimas décadas.

O distrito de Coimbra, que em 1877 contava com 567 689 prédios rústicos inscritos na matriz, a que correspondia uma área média por prédio de 0,70 ha, viu esse número elevado para l 152 099 em 1954 e a correspondente área média diminuída para 0,34 ha. De igual modo, o número de prédios subiu, no distrito da Guarda, de 349 215 (com uma área média por prédio de 1,57 ha) para 662 524 (com 0,83 ha de área média) e, no distrito de Viseu, de 621 493 (com 0,81 ha de área média por prédio) para l 594 380 (com 0,31 ha de área média).

O grande número de explorações, nos três distritos, oscila, quanto a área, entre 0,25 ha e 3 ha. Com mais de 50. ha apenas existiam 20 explorações no distrito de Coimbra, 72 no distrito da Guarda e 6 no distrito de Viseu.

As árvores de fruto e as oliveiras integram-se normalmente nas explorações agrícolas. De facto, das 75 665 explorações do distrito de Coimbra, 65 764 dispunham de pomares, olivais ou árvores dispersas. O mesmo acontecia em 39 404 explorações das 54 322 do distrito da Guarda e em 74 703 das 89 312 do distrito de Viseu.

Infelizmente, o número de pomares é relativamente pequeno, e mesmo quanto a pomares industriais a sua importância é ainda mais reduzida.

O inquérito às explorações agrícolas de 1954 revela ainda assim riqueza em amendoeiras (no distrito da Guarda e fora da zona do Mondego), castanheiros (Guarda e Viseu), cerejeiras (Viseu), laranjeiras (Coimbra e Viseu) e macieiras. Mas ainda aqui, regra geral, se reflectem as deficiências da fruticultura portuguesa.

O inquérito de 1954 permitiu apurar as seguintes existências quanto ao número de oliveiras:

[...Ver tabela na imagem]

A produção por quintal de azeitona, em 1960, foi inferior ao valor médio do continente (0,16) no distrito de Coimbra (0,14) e ligeiramente superior nos distritos da Guarda e de Viseu (O,17). Coimbra é igualmente o distrito onde o grau de acidez do azeite é, em regra, mais elevado.

Não obstante os esforços realizados nos últimos tempos, ainda existem lagares de azeite primitivos ou com deficiente capacidade de aproveitamento. Tal situação prejudica a riqueza oleícola da região.

A produção do vinho em 1960 atingiu os seguintes quantitativos:

[...Ver tabela na imagem]

O contributo da região do Dão é importante, mesmo no conjunto da produção portuguesa.

Se esta agricultura nos três distritos é deficiente nas suas estruturas e na produtividade de algumas explorações, também não é rica em equipamentos. Os números de ]960 permitem afirmar que dos 9550 tractores existentes no continente apenas 141 pertenciam ao distrito de Coimbra, 107 ao distrito da Guarda e 40 ao distrito do Viseu, e que das 5097 debulhadoras 227 encontravam-se no distrito de Coimbra, 387 no da Guarda e 248 no de Viseu.

O arrolamento geral de gado e animais de capoeira de 1955 tem naturalmente interesse para o cômputo dos efectivos pecuários.

Assim, dos 895 489 bovinos existentes, 50 153 pertenciam ao distrito de Coimbra, 30 799 ao da Guarda e 68 231 ao de Viseu. Qualquer destes valores distritais está longe dos de Braga (113 659), Porto (106 169) ou Viana do Castelo (86 705). Quanto aos ovinos (3 592 912 no continente), 120 799 pertenciam ao distrito de Coimbra, 277 678 ao da Guarda e 234 749 ao de Viseu. Estes números são bastante inferiores aos de Beja (455 418), Évora (416 498), Portalegre (402 972) e Castelo Branco (349 180).

As possibilidades silvícolas dos três distritos são grandes, cobrindo já largas manchas de florestas algumas regiões. Mas, como adiante acentuaremos, o caminho a percorrer é ainda muito vasto.

O eucalipto e o choupo têm conquistado nalgumas zonas áreas outrora destinadas a-cultura arvense.