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1012 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 57

João Ubach Chaves
Joaquim de Jesus Santos
Jorge Barros Duarte
José Dias de Araújo Correia
José Fernando Nunes Barata
José Henriques Mouta
José Janeiro Neves
José Manuel da Costa
José Maria de Castro Salazar
José de Mira Nunes Mexia
José Rocha Calhorda
José Soares da Fonseca
José Vicente de Abreu
Júlio Alberto da Costa Evangelista
Júlio Dias das Neves
Luciano Machado Soares
Luís Arriaga de Sá Linhares
Manuel Colares Pereira
Manuel João Cutileiro Ferreira
Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral
Manuel Lopes de Almeida
Manuel Marques Teixeira
Manuel de Sousa Rosal Júnior
D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos
D. Maria de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque
Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo
Mário Bento Martins Soares
Mário de Figueiredo
Miguel Augusto Pinto de Meneses
Paulo Cancella de Abreu
Rafael Valadão dos Santos
Raul Satúrio Pires
Raul da Silva e Cunha Araújo
Rogério Noel Peres Claro
Sebastião Garcia Ramirez
Sérgio Lecercle Sirvoicar
Simeão Pinto de Mesquita de Carvalho Magalhães
Sinclética Soares Santos Torres
Tito de Castelo Branco Arantes
Tito Lívio Maria Feijóo
Virgílio David Pereira e Cruz

O Sr. Presidente:-Estão presentes 83 Srs. Deputados.
Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 35 minutos.

Antes da ordem do dia

Deu-se couta do seguinte

Expediente

Cartão do P[...] Manuel da Costa Rego a felicitar o Sr. Deputado Peres Claro pelas ideias expostas em favor do escutismo.
Vários telegramas no mesmo sentido,

ários telegramas acerca do aviso prévio sobre a educação da juventude.
Telegrama do presidente do Grémio Nacional dos Industriais de Lacticínios a aprovar a intervenção do Sr. Deputado Cancella de Abreu sobre a falta de leite.

O Sr. Presidente: - Para cumprimento do disposto no § 3.º do artigo 109.º da Constituição, está na Mesa o Diário do Governo n.º 10, 1.ª série de 12 do corrente, que insere o Decreto-Lei n º 47 494, que adita um novo artigo 8.º, aos estatutos da Companhia de Diamantes de Angola, passando o actual artigo 8.º a 8.º- A
Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando de Oliveira;

O Sr. Fernando de Oliveira: - Sr. Presidente; sob a égide de «Celebrar o passado - Construir o Futuro», foi levado a efeito um notabilíssimo ciclo de conferências abrangendo alguns dos sectores mais importantes da vida da Nação. Conferencistas bem conhecidos, quer pela sua formação e cultura quer pelas provas de sobejo dadas na vida oficial ou em carreiras profissionais, estudaram problemas de base de administração pública portuguesa e para eles apresentaram soluções. Trata-se de um magnífico esforço individual que muitas horas e vigílias decerto ocupou a margem das actividades normais de cada um, há que apreciar na devida conta e louvar um tal esforço.
O talento e a boa vontade agora demonstrados existiam e eram conhecidos, não eram trazidos porém ao grande público. Surgiu o impulso coordenador e esse talento e essa generosidade manifestaram-se prontamente no palco do S N I, e pela imprensa, pela rádio e pela televisão foram levados ao longo do País. À comissão presidida pelo Dr. Baltasar Rebelo de Sousa e aos conferencistas eu felicito vivamente e rendo homenagem. O serviço prestado no País foi relevante. É mais digno de ter continuação. Não faltará, como aconteceu agora, assistência do mais alto nível intelectual extremamente atenta.
No ambiente sadio das elites da Nação Portuguesa há pois quem esteja disposto a ensinar, muito quem esteja pronto a aprender.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Qual poderá ser o plano de acção recomendado? Façamos uma análise breve dos factores.
Época de extraordinário desenvolvimento industrial, a dos nossos dias. Polarizada pelo crescimento interno da Nação, abertas perspectivas novas e grandes para a exportação, transporta da fase do artesanato para a da organização nacional, eficiente, a indústria portuguesa abre caminho.
Dirigentes de vistas largas preparam os seus corpos executivos. Cursos, simpósios, seminários, atestam a sede, a vontade de progresso. Produtividade é hoje uma legenda, é motivação. Os empresários portugueses elevam os seus olhos, já não se trata de conservar ou manter o que os seus avós ou pais iniciaram e engrandeceram, olham antes para o futuro. Honra lhes seja feita. Contudo, eles nem sempre têm encontrado o estímulo, o objectivo firme, que a administração pública lhes devia e podia facultar.
Em qualquer parte do Mundo, o Estado é sempre o grande dinamizador das suas indústrias, sendo o cliente principal de muitas delas, é seu dever orientar, ensinar, exigir e compensar. Aos serviços públicos incumbe portanto definir normas e especificações, concursar e escolher que é [...] [...] dos produtores mais e menos eficientes que vai a recompensa ao esforço honesto e inteligente para o industrial ao lado da maior economia para o Estado.
Administração pública e economia, eis os suportes, os alicerces de um todo [...] a defesa da Nação, que não compete somente aos militares.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Séculos atrás uniam-se a nobreza, o clero e o povo, as três forças vivas dessas épocas, sempre que a Pátria em perigo se encontrava. E eram os letrados a