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2100 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 111

centos de missionários que regaram com o seu sangue e o seu sofrimento o território bendito de Angola e fizeram milhões de criativos, de cristãos portugueses.
Constituem os padres do Espírito Santo, com 276 missionários II servir 823 escolas, 72 missões, 28 paróquias, 8 seminários e a assistir mais de 1 100 000 católicos, ou seja metade da população católica de Angola, o grupo missionário mais numeroso que hoje trabalha nas províncias ultramarinas portuguesas.
Paralelamente, mantém a Congregação na metrópole, que continua e continuará a ser, como nos tempos áureos, alfobre de missionários, cinco seminários, onde mais de 500 alunos se preparam, para a continuação da obra, o que constitui penhor seguro de que não possa voltar a dizer-se que «das missões de Angola e do Gongo só existe a memória».
Congregação de origem francesa, tem trabalhado por Portugal e por Angola como se portuguesa fora, e do mais puro cerne, integrando a sua acção na melhor linha da nossa missão civilizadora.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Angola é portuguesa, porque navegadores a descobriram, soldados e marinheiros a defenderam e defendem; e portuguesa e cristã, porque governantes e missionários se deram as mãos numa acção própria do gigantes.
É nisto vai todo o mérito da Congregação do Espírito Santo. Porque assim é, trouxe à Câmara esta palavra de apreço por uma instituição que bem merece da Pátria.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

Ordem do dia

O Sr. Presidente: - Continua em discussão na generalidade a proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1968.
Tem a palavra, o Sr. Deputado Águedo de Oliveira.

O Sr. Águedo de Oliveira: - Sr. Presidente: A minha intervenção parlamentar, ainda que condensada, interfere em vasto campo, não comportando assim exibição de documentos o números de apoio.
Divide-se em duas partes - a primeira, de economia monetária, no plano mundial, onde hão-de aflorar algumas das nossas certezas governativas e dos nossos anseios.
A segunda, sobre questões orçamentais e sobre as preocupações de equilíbrio, justiça e estratégia económica da documentação portuguesa.
Devo afirmar que esta primeira parte é da minha exclusiva responsabilidade, tem apenas valor representativo, no conjunto, pelo mandato franco e rasgado que os meus patrícios me conferiram.
Começarei por onde devo - pelas taxas de crescimento.
Referir-me-ei aos dramas da desvalorização do ouro e às ambições de, multiplicar o valor dele para acudir à África e à Ásia de Bandung. Não poderei deixar de referir os problemas da inflação, para depois me pronunciar sobre as intervenções providenciais na moeda e no crédito.
Na segunda parte, sucinta também, ver-se-á como princípios e regras de direito político vão sendo substituídos e suplantados por novas inquietações e técnicas.
Os que gostam de correr rapidamente para certezas teóricas e práticas hão-de ter hoje paciência comigo.
Começo pelo crescimento do produto nacional. Por toda a parte as taxas de. crescimento estão em declínio e algumas vezes em estagnação, o que não promete muito.
Elas, após a guerra mundial, atingiram alturas formidáveis.
Mas agora, em vários países, a mão-de-obra falta e o êxodo dos homens válidos elanguesce as produções.
Um progresso tecnológico exige, na alta de complexidade das organizações e mecânicas, operários qualificados, técnicos e administradores, que rareiam.
Faltam estes por toda a parte, e os países de maior capacidade estão facilitando e pagando a prémio a entrada de cérebros bem dotados - diz-se assim!
Certas capacidades agrícolas e industriais foram atingidas e existe um tecto do qual se não passa.
Também o aumento constante dos salários arrasa as condições de organização e funcionamento, enquanto a produtividade mostra limites intransponíveis.
Como se obviou a este declínio e às recentes dificuldades.
Travando, o travando para retardar, ou minorar, o crescimento.
Porque a utilização de recursos não é tão pronta como se planeou.
A inflação torna nominal uma fracção do rendimento nacional - e isto vemos todos nós.

Apoiados.

Mas dificilmente existe coragem para abandonar o azinhal, II mata, a fábrica que produz caro e não inteiramente modernizada, o estabelecimento herdado.
E porquê?
Pelas exigências morais da produção e da exploração, segundo os belos conceitos que o Dr. Castro Fernandes evocou anteontem.
E há mais - ninguém quer ouvir dois verbos de significado apropriado: desagravar e limitar.
Creio que devemos lutar por uma taxa de crescimento óptima.
Se não o conseguirmos, lutaremos por uma taxa o mais alta possível.

Apoiados.

Passado o arranque, estamos em plena subida, o grande passo para a frente será dado agora.
A tarefa multiplica com o êxodo, a atracção exterior de técnicos, a conversão agrícola e a lógica inteligível da produtividade; mas, enquanto uns combatem, o trabalho imenso da retaguarda terá de ser intensivo, criterioso, bem dirigido e resoluto - escolhendo, removendo, abrindo e marchando sem parar para os altos objectivos nacionais, que são centrais, regionais e sectoriais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:-A desvalorização pode ser um artifício, mas também é, por vezes, tuna necessidade inelutável. Internacionalmente, significa vender mais barato e pagar mais caro.
Dá-se um estímulo e um prémio à exportação e dificultam-se as compras no estrangeiro, abrem-se mais as