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10 DE AGOSTO DE 1972 3867

daqueles que do estrangeiro nos atacam, respondem os soldados de Portugal, velando pêlos verdadeiros interesses dos povos integrados na Nação Portuguesa e pela defesa dos territórios, com a serenidade e a bondade de quem procura devotar-se a uma sincera cruzada de paz. E, por evidente, enorme o contraste entre quem assim procede e os sectários da subversão que teimam numa luta que não provocámos.

Nesta missão de guerra defensiva, que também é de paz, tudo tem sido feito para que não se exacerbem paixões ou se fomentem ódios, antes se procurando, socorrendo-me de palavras do Sr. Presidente do Conselho, «o convívio das raças, a formação progressiva de sociedades onde todos os homens tenham os mesmos direitos independentemente da cor da pele e onde os lugares de direcção sejam atribuídos em função da capacidade de cada um para os exercer. Assim, e ainda na mesma linha de pensamento, «a construção pacífica da sociedade multirracial portuguesa é a única via - que leva a resultados construtivos - com vantagens para a África e para o Mundo».

A guerra traduz-se afinal nas agressões por guerrilhas vindos do exterior, em determinadas zonas dos territórios, e que assim é demonstra-o a presença de V. Ex.ª, Sr. Presidente da República, quando das visitas às províncias ultramarina, que são carne e sangue da nossa Mãe-Pátria, em íntimo contacto com as multidões que o aclamavam, tão à-vontade e com o mesmo calor humano em que sempre é envolvido nas visitas a qualquer recanto de Portugal.

Essas manifestações de portuguesismo transbordante das populações de iodas as raças, de todos os credos e de todos as origens que V. Ex.ª comovidamente sentiu nos deslocações que efectuou, contropõem-se a toda a gama de explorações panfletários com que por vezes nos pretendem atingir. Pois só pelo profunda impressão e repercussão que essas triunfais viagens causaram no mundo, ficou o País o dever a V. Ex.ª mais um inestimável serviço.

Apesar de todas os vicissitudes, perigos e ciladas, uma coisa nunca poderemos esquecer: «quantos caíram ignorados, perdidos sobre as águas ou nas paragens longínquas de além-mar ...» e a segurança e o labor de quantos aí se acolhem à sombra da nossa Bandeira.

Por tal motivo o nosso esforço tem de permanecer no sentido de travar as guerrilhas vindas do exterior, constituídas por assassinos e violadores, orientados por grupos sem legitimidade e alimentados por uma onda avassaladora de ideológicos de índole subversiva e imperalismos económico-financeiros, a coberto de falsa bandeira de libertação de povos, quando alguns alinham entre os maiores opressores de nações civilizadas!

Contra todos as hipocrisias e todas as explorações, contra todas as tentativas dissimuladas de intromissão, Portugal tem de continuar, como alguém escreveu, o dar ao Mundo o exemplo admirável de uma Nação, dispersa no espaço pela multiplicidade dos seus territórios, mas unida no sentimento de uma viva comunidade nacional.

O Sr. Almirante Américo Tomás tem sido realmente, no momento histórico que atravessamos, a expressão da unidade que deve constituir preocupação dominante e imprescindível a congregar a família portuguesa, de maneira a que a vanguarda e a retaguarda, que se pretende converter também em teatro de luta, se mantenham coesas e invulneráveis aos fautores da intranquilidade, do desalento e da desagregação, obedecendo assim a um imperativo patriótico indiscutível.

Na hora difícil que atravessamos, como noutros momentos da nossa vida nacional, exige-se pureza de ideal, disciplina, unidade de acção.

Como Nação plurirracial que somos, impõe-se que os elementos mais conscientes desta comunidade saibam modelar a sua norma de vida, a sua linha de actuação, no sentido de poupai-mos este agregado humano aos perigos da desunião, aceitando voluntariamente a ideia de que hoje, mais do que nunca, se torna essencial uma disciplina política, factor indispensável para qualquer programa social ou económico. Não nos deixemos iludir nem arrastar por certas vozes enganadoras, que à sombra de palavras sonoras, de um significado discutível, querem conduzir-nos aos caminhos ínvios da derrocada. Em nome da liberdade, cujo conceito amoldam aos «eus interesses, pretendem implantar o anarquia, em nome de um apregoado progresso, palavra mágico de sentido cada vez mais difícil de precisar, não teriam dúvidas em nos conduzir pelos caminhos do aventura à noite tenebrosa das incertezas.

A palavra sensata e realista já foi dita e vivemos o momento em que todos os elementos úteis, todos o* homens de boa vontade, todos os portugueses que, na realidade, se sintam verdadeiramente portugueses, juntem os seus esforços, aproveitem abnegadamente todos os seus potenciais humanos e espirituais para o grande movimento onde têm lugar quantos desejem a integridade da Pátria e onde apenas não cabem aqueles que a negam.

Encarando realisticamente os verdadeiros interesses do País, manifestemos, de alma aberta, as nossas opiniões, mas não procuremos acentuar em demasia e sem exacta noção das realidades o que, porventura, seja motivo de desacordo. Não exijamos milagres, não tentemos resolver imprudentemente tudo quanto exige ponderação e uma autêntica hierarquização de valores e de necessidades e, assim, olhemos de frente tudo quanto desinteressadamente nos une, já que na hora dramática e decisiva que vivemos, só na união inteligente e patriótica, a merecer sabedoria e virilidade, encontraremos o verdadeiro caminho que nos permitirá sobreviver e continuar a revelar ao mundo, humildemente, mas com firmeza, que saberemos alicerçar a nossa felicidade terrena, vivendo o preocupação do progresso material, sem nunca esquecer o perfeito sentido dos valores morais e espirituais.

Quantas vezes, nos perspectivas da História se viram grandes ideias sossobrar só porque os homens isoladamente não foram suficientemente grandes, suficientemente sagazes, suficientemente generosos, para abdicar de pequenos sentimentos e, até, por vezes, de ressentimentos, que os haviam de conduzir tragicamente a desastres irremediáveis!

Unamo-nos pois para agir e, agindo, para salvarmos a integridade e perenidade de uma Pátria, constituída no decurso dos séculos, à luz de grandes ideais a que não são alheios os mais altos sentimentos humanos, argamassada no sangue dos nossos heróis e dos nossos mártires e no suor de tantos homens humildes e desconhecidos do nosso povo, grandes na alma e na generosidade dos seus sentimentos, que souberam através do tempo defendê-la a enignandecê-la. Saibamos, portanto, compreender esses extraordinários exemplos, abatendo todas as divergências e todos os interesses de grupo para juntar os nossos esforços na tarefa ingente de defender a integridade da Pátria.
Simboliza V. Ex.ª, Sr. Presidente da República, esse tão necessário elemento de união entre todos os portugueses autênticos. De formas diversas e em múltiplos locais deste Pais pluricontinental, tem V. Ex.ª constan-