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100 I SÉRIE-NÚMERO 4

defunto Papa jamais deixou de apelar e peregrinar pela paz e convidar à concórdia todos os homens, independentemente das concepções filosófico-políticas ou religiosas adoptadas ou professadas.
Igualmente, e aquando da viagem em pré e adida a Portugal -ao atar do mundo, a Fátima, em 13 de Maio de 1967-, Paulo VI, como simples peregrino, sã associa à manifestação histórica de maior significado, com multidão de seu pastoreio. Medita, faz apelos à paz e à concórdia e a todos convida à dignificação da pessoa humana.
Que a sua palavra de então, o sou conselho e os seus apoios permaneçam vivos e bem presentes no coração e na alma do povo português.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Paulo VI morreu!
Mas as suas virtudes, os seus "ensinamentos, o seu exemplo e a sua palavra de apelo e convite à Humanidade, para no respeito se esforçar por criar e estabelecer condições de paz e concórdia, permanecerão, como luz das luzes, na consciência universal dos povos de boa vontade.
Paulo VI conservar-se-á como "luzeiro" para uma sociedade renovada, tem mundo melhor.
A doutrina social que relembra, explicita e expande e os princípios doutrinários e sociológicos que encarna e materializa em variadíssimos documentos pontifícios são a eloquência e bem a expressão de uma obra a que meteu ombros e de uma vida altruísta que consagra ao bem comum e à felicidade da Humanidade.
As suas atenções dirigem-se ao Homem, "no seu todo", como obra-prima da criação, e ao mundo em que se insere.
E com vista a estes fins, anuncia a continuação do Concilio Vaticano 11 e propõe o programa para a seu pontificado, explanando sobretudo o sentido do autêntico diálogo na Igreja e no mundo moderno.
É a sua primeira encíclica, de 1964, a Ecleseae Suam.
Em 1968 publica a encíclica Humanae Vitae sobre a moral conjugal
A vida humana e suas origens e implicações na moral, e a deterioração do "amor e dai virtude" levam Paulo VI, com firmeza, a reafirmar e a proclamar doutrina sobre a matéria: lei divina natural e divino-positiva.
Em 1971, nas cartas apostólicas Octagessima Adveniens e na encíclica Populorum Progresso, o pontífice clarifica bem e define a posição doutrinal da Igreja em matéria social. É a dignidade dia pessoa humana que está em causa e é defendida; são os direitos legítimos do indivíduo e da colectividade, que são proclamados e, com justiça, acautelados. E, permito-me até neste momento recordar que Paulo VI ainda não eleito Papa, mas já arcebispo de Milão - então cardeal Montini-, apreciava intitular-se "arcebispo dos trabalhadores". É que a imagem de Cristo se configura no trabalho, pelo sacrifício. e na pessoa do trabalhador, pela virtude imanente deste.
São do então cardeal Monlini as palavras que passo a citar: "Compete aos padres deslocarem-se e não ao povo. É necessário que os sacerdotes compreendam a>s sirenes das fábricas, esses templos da técnica, onde vive e papila o mundo moderno" (fim de citação).
Igualmente para o cardeal Montini, a juventude e seus problemas lhe sensibilizavam o coração.
Participava em encontros da juventude e não foi a primeira vez que se viu irmanado em festas desportivas, como a realizada mo Estádio de Vigorei, em Milão. As sociedades humanas estão em perigo e a crise que tão gravosamente as toca tem muito que ver com a sua "ordem moral".
Ignorá-lo ou menos perspectivá-lo, poderia significar suicídio.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Com emoção, e a finalizar o preito de homenagem que, com profunda humildade, presto à memória de S.S. Paulo VI, quisera relembrar ainda suas palavras aquando da presença em Portugal, a 13 de Maio de 1967, dirigidas aos peregrinos e ao mundo. Cito:

Homens, dizemos neste momento singular, procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens sede homens. Homens sede bons, sede. cordatos, abri-vos à consideração total do Mundo.

Portugueses- Paulo VI proferiu na sua homilia estas palavras aos peregrinos, mas igualmente o foram para todos nós, Portugueses, como para as demais gentes de todo o orbe.
Que os Portugueses tenham bem presentes esses conselhos e que profundamente meditem tais pensamentos para, inspirados neles, e em consonância com Paulo VI, poder-se reconstruir um Portuga bem português e m vivência efectiva da democracia, mais justo e mais feliz, livre e independente, onde fraternalmente caibam e possam viver, em paz, todos os portugueses.
Esta a melhor homenagem que poderia prestar-se à memória de Paulo VI; este o veemente apelo que desta tribuna dirijo ao povo português.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: E aqui terminaria a minha intervenção dos três outros factos correlacionados, igualmente de alta transcendência e relevância entretanto não houvessem ocorrido.
Com efeito, a 26 de Agosto último 6 deito pana suceder a Paulo VI o cardeal Albino Luciani. patriarca de Veneza e que ascende ao papado com o nome de João Paulo I.
As palavras por Sua Santidade proferidas da varanda de S. Pedro, no dia da sua designação, são bem a definição do seu carácter e prefiguram vectores de um pontificado.
A legenda da humildade e do zelo apostólico refulge no espírito do patriarca de Veneza, que, na investidura papal, reitera esses dons.
Polariza os sentimentos com a vontade expressa de trilhar o caminho dos seus dois últimos predecessores no Vaticano -os Papas João e Paulo- e define a "heráldica" da sua nova acção pastoral. Daí, e até a justificação do nome tomado.
O seu programa é bem conciso e cristalino e, no concernente à defesa da fé e ao esforço a depender na salvaguarda da paz e da concórdia entre os homens, não se poderia ser mais explícito e inequívoco.
Não resistiria a transcrever algo das suas palavras de posse:

Queremos prosseguir pacientemente e com firmeza o diálogo construtivo mesmo com aqueles que não partilhem da nossa fé.
Queremos encorajar todas as iniciativas boas e louváveis que podem trazer a paz ao mundo perturbado. Apelamos à colaboração de todos os