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280 I SÉRIE - NÚMERO 10

cionalizações são o objectivo essencial de uma «guerra clássica» e ultrapassada, ...

O Sr. Américo Sequeira (PSD): - Muito bem!

O Orador: - ... esquecendo-se a necessidade de se pensar mais em termos de redistribuição da riqueza, de democratização dos canais de acesso aos centros de decisão e de funcionamento eficaz das estruturas produtivas existentes.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Também não é a partir de uma visão catastrofista da presente situação, considerando-se, nomeadamente - ou por ignorância ou de má fé -, que 70 % ou 50 % da economia nacional pertencem ao Estado (o que é manifestamente incorrecto, para além de ser uma forma imprecisa de se abordar a questão do peso relativo do sector público na nossa economia), comparando-se Portugal a alguns países de leste e buscando-se no desprestígio das instituições democráticas os argumentos indispensáveis para a diluição de todos os avanços sociais que se registaram no nosso país, que se serve os interesses reais de uma comunidade em busca de justiça na liberdade.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Uma opção social-democrática não é compatível com concepções estatizantes, centralizadoras e burocratizantes do funcionamento da economia, ...

O Sr. Guerreiro Norte (PSD): - Muitíssimo bem!

O Orador: - ... nem tão-pouco com projectos conservadores, quer apontem ou não para a admissibilidade pontual de quaisquer perturbações institucionais.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Existe uma crise económica. Crise económica que pode e deve ser debelada no respeito pelas leis fundamentais, incluindo a de delimitação dos sectores público e privado, a qual se continua a mostrar actual e suficientemente flexível para possibilitar a progressiva revitalização das nossas estruturas produtivas internas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas a crise está longe de ser apenas económica.
Em primeiro lugar, estamos perante uma crise de identidade nacional, a qual resulta do facto de se ter destruído um modelo injusto, passadista e opressor, sem que se tenham ainda definido, com a necessária clareza, os contornos de um novo projecto de sociedade do futuro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar, estamos perante uma crise política e social: política, porque nem sempre a presente estrutura partidária se tem revelado devidamente articulada com os mecanismos do poder; social, porque não tem sido possível aglutinar uma maioria compreendendo diversos estratos sociais em torno de uma política realista e progressiva.

O Sr. Américo Sequeira (PSD): - Muito bem!

O Orador: - E, conforme afirma Jacques Julliard, é preciso mudar «a pretensão insensata de os partidos políticos se comportarem como organismos monopolizadores da vida política», o que, no dizer daquele autor, acaba por «ser atentatório da liberdade dos cidadãos».

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Como é que, em boa verdade, não se há-de falar em crise institucional se as próprias instituições democráticas estão, em larga medida, limitadas de uma plena liberdade de acção política por direcções partidárias que nem sempre põem o interesse nacional acima dos seus interesses exclusivos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É o mal do carreirismo profissionalizado, do oportunismo de ocasião, do demagogismo, do apelo ao poder pelo poder ou das promessas que permanecerão para sempre incumpridas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Daí que seja, cada vez mais, necessário apontar para um projecto de reformas profundas, de recuperação da economia nacional, de modernização das estruturas existentes, de transformação de mentalidades, de descentralização progressiva e de abertura à Europa.

O Sr. Américo Sequeira (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Daí que se apresente fundamental a constituição de uma plataforma democrática progressiva e maioritária, a qual não deve ser confundida com bloco conservador, que evite a confrontação generalizada e que contribua para um Portugal mais próspero e justo, em paz e em abertura ao diálogo com outros países, na permanente conciliação dos factores endógenos condicionantes do processo político interno com as tendências verificadas ao nível dos grandes movimentos internacionais.
Portugal tem de existir. Portugal deve e pode progredir.
Mas para tal é preciso que se pretenda unir os Portugueses e não dividi-los, estabilizar e consolidar as instituições democráticas e não desprestigiá-las, encarar de frente os problemas e não ocultá-los em meras questiúnculas de ocasião; é, enfim, necessário que se pense mais em servir os outros e menos em servir-se dos outros.

Vozes do PSD: - Muito bem!