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1324 I SÉRIE - NÚMERO 33

Estradas projecte e realize uma obra que tarda em surgir e que, a não ser resolvida nos próximos anos, porá em causa o desenvolvimento não somente da cidade de D. Leonor mas também de todo o concelho e até da região.
Basta de promessas eleiçoeiras. Os Caldenses exigem apuramento das responsabilidades nesta matéria.
A falta do projecto da variante das Caldas da Rainha já não é incúria, é crime de lesa-região.

Aplausos do PRD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, deu entrada na Mesa no passado dia 16 um voto de pesar subscrito por Srs. Deputados do PSD e do PRD, que vai ser lido de seguida.

Foi lido. É o seguinte:

Voto de pesar

Faleceu ontem, dia 15, em Aveiro, o Sr. Dr. David Cristo.
Aveiro perdeu um dos seus mais ilustres filhos. Este grande advogado, pioneiro do movimento do aveirismo, esta ilustre figura, era possuidor de um largo currículo, do qual destacamos:
Fundador do Corpo de Escuteiros de Aveiro;
Grande obreiro do Congresso dos Bombeiros Voluntários Portugueses, realizado em Aveiro em 1970, como grande defensor do voluntariado que era, e foi o arranque da organização dos bombeiros no País;
Membro fundador do Núcleo de Aveiro-Arte e do Núcleo de Estudos Aveirenses;
Orientador do restauro de várias igrejas da diocese, designadamente da igreja da Santa Casa da Misericórdia;
Jornalista emérito, com participação em vários jornais e fundador do semanário O Litoral; pintor, ceramista e escultor, foi autor de vários monumentos, entre os quais o de Egas Moniz e o de Jaime Magalhães Lima.
Enfim, uma vida cheia de actividades que tanto dignificaram Aveiro e o País.
Assim, proponho que a Assembleia da República lhe preste preito de homenagem, aprovando, um voto de sentido pesar.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos passar à votação deste voto de pesar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Corujo Lopes.

O Sr. Corujo Lopes (PRD): - Srs. Deputados: Ao associar-me ao voto de pesar pela morte de David Cristo, o PRD pretende reconhecer publicamente a figura de um homem a quem Aveiro bastante deve. E não apenas Aveiro - ainda que principalmente, já que aí desenvolveu grande parte da sua actividade -, mas também, de certo modo, todo o País, designadamente através dos seus escritos e da sua acção humanitária em prol dos bombeiros.
Advogado distinto, marcou uma época em Aveiro, tendo também exercido a sua actividade no sector do ensino.
Grande impulsionador do voluntariado, o Dr. David Cristo foi um dos principais obreiros do Congresso dos Bombeiros Portugueses, realizado em Aveiro em 1970, o que constituiu um marco histórico para o arranque da organização dos bombeiros no nosso país, tendo exercido o cargo de presidente da mesa de congressos da Liga, de que era sócio humanitário.
No domínio artístico, reuniu o Dr. David Cristo qualidades ímpares. Autor de vários monumentos, como o de Jaime Magalhães Lima e o de Egas Moniz, e de um apreciável número de esculturas e pinturas. Como barrista, também os seus méritos são publicamente reconhecidos, tendo colaborado numa série de programas televisivos.
Membro fundador do Núcleo Aveiro-Arte e do Núcleo de Costumes Aveirenses, o extinto orientou o restauro de várias igrejas da diocese de Aveiro, tendo ainda desempenhado as funções de director do Museu da Vista Alegre.
Como jornalista, além de ter colaborado em jornais diários e alguns semanários locais, fundou em 1954 o semanário O Litoral, do qual era director e proprietário.
Medalha de prata da cidade e comendador da Ordem da Imperatriz Leopoldina do Brasil, foi o insigne aveirense grande orador e conferencista, deixando o seu nome ligado às maiores actividades de natureza cívica realizadas em Aveiro.
O seu indesmentível aveirismo culminou com a entrega do seu espólio artístico e literário à sua terra natal, que ficará a testemunhar aos vindouros a expressão viva de um aveirense de eleição.

Aplausos do PRD e do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Frederico de Moura.

O Sr. Frederico de Moura (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Votámos, sem quaisquer reservas, o voto de pesar pelo falecimento do Dr. David Cristo porque, para isso, estávamos cientes dos méritos que lhe exornaram a vivência e determinaram uma vida inteira ao serviço da sua terra e da cultura de que, tão devotadamente, foi servidor.
Confinado, voluntariamente, à sua Aveiro, David Cristo sacrificou, sem hesitações, as múltiplas qualidades que, justissimamente, lhe permitiram ultrapassar as fronteiras do distrito, alargando-lhe a projecção.
E porque é possível que muitos dos Srs. Deputados desconheçam o que, na sua personalidade e na sua ofegante acção, serviu os motivos culturais que ultrapassaram, de longe, uma órbita bairrista confinante, não posso dispensar-me de, embora sumariamente, referir que em David Cristo convergiam variadas aptidões que lhe condicionaram uma vida dispersiva e determinaram uma prodigalidade patente aos olhos de todos os que o conheceram com alguma intimidade.
Artista plástico de raros méritos, tanto modelava a greda, realizando obras de escultura que, na sua expressividade, se testemunham nos monumentos ao Prof. Egas Moniz, na terra natal do cientista, e a Jaime de Magalhães Lima, na cidade de Aveiro; pintor que deixa bem marcadas as suas virtualidades em telas pletóricas de teor criativo e rigorismo técnico; desenhando com uma subtileza contida dentro de canónicas invulneráveis, David Cristo conseguiu, ainda, roubar tempo às suas tarefas de advogado para investidas no campo