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5214 I SÉRIE - NÚMERO 107

o Sr. Presidente Srs. Deputados: As ultimas semanas tornaram evidente um facto relevante que alterou qualitativamente a situação política portuguesa tida nos últimos anos. Tal facto foi a celebração do tão publicitado acordo entre comunistas e socialistas aparentemente tendo como único objectivo a disputa das eleições autárquicas em Lisboa. Porém poucos dias foram precisos para se perceber que a lógica desse acordo e o estabelecimento de uma convergência política entre ambos e que visa disputar as conquista do Governo em 1991.
De nada serve a histeria dos desmentidos e dos juramentos apressados de alguns dirigentes socialistas. O Dr. Álvaro Cunhal já confessou com jubilo o que VV. Ex.ªs negam com vergonha. Implacável nos propósitos políticos com o mesmo a vontade com que cambalescamente vai silenciando as vozes criticas que no interior do seu partido clamam pela perestroika o líder Comunista explicou aos portugueses em conferência de imprensa a seguinte e idêntica do Diário Popular de 30 de Agosto de 1989.
O novo relacionamento entre os partidos democráticos nomeadamente entre o PCP e o PS é um facto que terá as suas repercussões em toda a vida política nacional (algumas delas já bem visíveis) adiantando ainda que é um partido de esquerda pode instituir e em alternativa ao actual Governo.

Em dois dias apenas oito {socialistas desmentiram historicamente as declarações proferidas pelo Professor Cavaco Silva em Faro já passou uma semana e ainda nenhum desmentiu aquelas afirmações do Dr. Cunhal que são a confissão expressa nua e crua do debate político da coligação PC/PS para além da Câmara Municipal de Lisboa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:- Sr. Deputados socialistas tudo está claro. Não é por as nuvens taparem o sol que ele deixa de brilhar.
As coisas são o que são e esta coisa do nosso acordo que é uma aliança com os comunistas que progressivamente vai alargar a todos os sectores da vida portuguesa começando nas lutas laborais comuns que sem rebuço são publicitadas pelo inefável secretário geral da UGT e acabando na divertida moção de censura por conta da qual todos nos vamos ainda rir um pouco.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados socialistas em particular e V. Ex.ª Sr. Deputado José Lello.
O PSD não pode deixar de vos dizer com frontalidade democrática algumas coisas.
Em primeiro lugar que a inadaptação o vazio de ideias e de projectos enquanto oposição da vossa direcção está a conduzir os a um beco sem saída. Os senhores que o conhecem que não tem capacidade de se considerar autonomamente uma alternativa a uma ao Governo. A única saída que encontram era do comício político com a mais caduca direcção comunista do mundo ao lado da chinesa e albanesa.

O Sr. Silva Marques (PSD) - Fazem muito bem!

O Orador: - Em segundo lugar que com este gesto os senhores estão a dar a Álvaro Cunhal e a direcção política do PCP aquilo que lhe foi negado ao longo de mais de treze anos por Mário Soares e até por Vítor Constâncio. A orientação política e os objectivos do PCP não mudaram pelo que quem mudou foi a direcção socialista.
Em terceiro lugar ao dar a Álvaro Cunhal e a linha dura que o apoia - a chamada linha troglodita - o reconhecimento, político que lhe faltava os senhores estão a coonestar o extermínio político a que se procede no interior do PCP da geração de jovens comunistas que quer proceder a abertura a renovação e a democratização do partido.
Em quarto lugar esta direcção do Partido Socialista precisamente no momento em que a recente Revisão Constítucional desmantelou o que restava do quadro institucional do gonçalvismo na área económica celebra um acordo com uma força politica que é contra as privatizações a iniciativa privada e os mecanismos de mercado ou seja contra a liberalização da economia. Parece que o Dr. Jorge Sampaio recuou até ao dia 25 de Novembro de 1975 (e que pôs a folha do dardo a andar para trás.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Infelizmente!

O Orador: - Sobre as preocupações que já grassam nas forças sociais em que os senhores tanto falam chamo a atenção para o aviso feito há dias pela Associação Nacional dos Jovens Empresários e repetido ontem pelo Conselho Empresarial do Norte que aqui reproduzo esta coligação prejudica o clima de optimismo que atravessam as empresas portuguesas que ao recear um regresso ao passado aos anos da governação do PCP. E nos temos um momento extremamente ambicioso da economia
nacional mas também delicado porque o texto da adesão de Portugal á Comunidade Económica Europeia pode ser comprometido por um clima de, instabilidade política.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: O País ouviu ontem sem estremecimento ou qualquer emoção o secretário geral socialista anunciar a apresentação de uma moção de censura ao Governo Jorge Sampaio segundo relataram alguns jornais acabara de regressar da Disneylândia pelo que a reacção de muitos portugueses vá seria de pensar que passados uns dias ainda continua a ser natural que lhe fuja o pé para a brincadeira.
Nós porém não pensamos assim. A apresentação desta moção de censura é mais uma prova evidente de que a obsessão de Jorge Sampaio não é a Câmara de Lisboa tal como diz mas sim o Governo do País. Na verdade de uma obsessão se trata já que os trabalhos da Assembleia da República estão a mais de cinco semanas do seu inicio pelo que anunciar agora esta iniciação não passa de uma pueril e saloia manobra para atrair atenções.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Atrair atenções sobre si e desviar as atenções dos problemas graves que começam a viver no interior da coligação devido ás críticas - que são reais e que ninguém pode ignorar- que sectores do próprio PCP dirigem a direcção socialista esse mesmo balão de oxigénio oferecido á direcção comunista