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2360 I SÉRIE-NÚMERO 70

O Sr. Ministro começou por dizer que não lhe pesava a consciência de determinados disparates feitos. Ora, isso é natural! V. Ex.ª encontra-se no Ministério há apenas alguns dias, pelo que é natural que os problemas das obras públicas não lhe pesem.
V. Ex.ª também acrescentou que o Governo sempre entendeu que se devia resolver o problema da ponte e depois anunciou o que tinha para anunciar. Ora, isso não 6 verdade, Sr. Ministro! O Governo sempre entendeu que não sabia o que devia entender! Desde 1986 que o Governo ainda não acertou com o problema da ponte. Sr. Ministro peco-lhe que reconsidere o que disse sobre as seis faixas da Ponte 25 de Abril.
Actualmente, às horas de ponta da parte da manhã há três faixas no sentido sul-norte e uma, um pouco sobrecarregada, no sentido norte-sul. Mas se forem cinco faixas, da parte da manhã, haverá uma carregada e uma meia carregada de norte para sul e à tarde o contrário. Seis faixas são uma despesa suficientemente grande para o Sr. Ministro poder pensar... Supomos que as cinco faixas vão permitir-lhe lançar o caminho de ferro e ter tempo para estudar a nova ponte, sem se meter nas despesas que o seu anterior colega ia fazer devido às más informações que lhe foram dadas desde 1986.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Mas não se trata apenas do problema das cinco faixas. O Sr. Ministro foi suficientemente político e habilidoso - dou-lhe os meus parabéns - por se ter adiantado ao conjunto das nossas intervenções. Porém, não se esqueça que há também um problema de oferta de transportes públicos, que é deficiente, um problema de parques de estacionamento a norte e a sul, que é deficiente, e um problema de navegação fluvial que, em quantidade e em diversidade, tem de ser encarado. Ora, se o Sr. Ministro, além da coragem que demonstra em adoptar a quinta faixa, resolver esses problemas, não precisa de fazer o alargamento da sexta faixa porque vai ter um ganho de três anos sobre a solução anterior. E mais, vai permitir ganhar três anos ao atrasar a nova ponte até ter a solução adequada. Congratulo-me com isso!
Temos ainda algumas questões a colocar na continuação deste debate e fá-lo-emos com a elevação, que nos é habitual.
Gostaríamos, Sr. Ministro que, tanto neste caso como nos milhemos problemas que ainda estuo para resolver no âmbito do seu Ministério, V. Ex.ª continuasse com o mesmo nível que teve esta sua primeira intervenção.

Aplausos do PS.

Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente, Vítor Crespo.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para defesa da consideração.

O Sr. Presidente: - Tendo em conta o espírito e a letra do Regimento e respeitando os respectivos tempos, faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr. Deputado Eduardo Pereira, coloquemos de lado um aparte amistoso que lhe dirigi, tal como aquele que o Sr. Deputado me retorquiu. De qualquer modo, não valia a pena a segunda parte do seu remoque, porque, essa sim, já justifica a defesa da consideração, visto que ele tem ligação com as coisas de que devemos tratar com a maior elevação, seriedade e falibilidade, que é a característica humana de todos nós. Sr. Deputado Eduardo Pereira, quem foram os ministros que, no pós-25 de Abril-já não. falo do ante-25 de Abril-, formal e expressamente, apresentaram o ponto de vista com uma grande opção modernizante? De que filiação política foi postergada, deliberadamente, a prioridade do ataque à construção dos grandes eixos de ligação no nosso País?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quem foram, Sr. Deputado? Desafio-o a que me responda, preto no branco! Quem postergou, no pós-25 de Abril, deliberada e expressamente, apresentando uma grande opção moderna, a prioridade da construção dos grandes eixos de comunicação no nosso país?

O Sr. António Guterres (PS):-O PS!

O Orador: -Não perguntei se foi o PS! O que pretendo saber é quais foram os ministros e qual a sua filiação política! Formulei a pergunta em termos rigorosos porque se perguntasse se tinha sido o PS ou outro partido não estaria a ser rigoroso. As coisas devem ter o seu justo tempero!
Assim, repito a pergunta: quais foram os ministros e qual a sua filiação política?
Por outro lado, b Sr. Deputado foi Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, assim como outros colegas seus. Qual era, pois, o ponto da situação, nesse momento, no seu governo e que opções foram então tomadas?
Sr. Deputado Eduardo Pereira, responda-me a estas questões com frontal idade, porque se só assim poderemos dirigir os remoques que quisermos sem afectar as responsabilidades e as obrigações que impendem sobre nós.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações à defesa da consideração, tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Pereira.

O Sr. Eduardo Pereira (PS): - Sr. Presidente, vou responder ao Sr. Deputado Silva Marques, mas não vou usar dessa figura regimental porque, na verdade, não ofendi o Sr. Deputado nem a sua bancada.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Como quiser!

O Orador: - De qualquer forma, devo lembrar que quanto mais difíceis são os debates para a bancada do PSD, menos seriedade e elevação há por parte dessa bancada.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Silva Marques (PSD): - Responda, Sr. Deputado!

O Orador: - Estou a responder, ponto por ponto, ao que o Sr. Deputado disse. Sempre que a discussão é difícil os senhores levantam a voz porque não têm argumentos, só têm vozes.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.