O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1686 I SÉRIE - NÚMERO 52

e propalarem aos quatro ventos baixas taxas de ocupação e, consequentemente, dificuldades dessas unidades, com alguns despedimentos dispersos à mistura.
Instalando um clima alarmista, pensavam eles, estava preparado o cenário político propício para o ataque ao Governo e ao partido que o suporta e apoia na região.
Seria até oportuna essa crise para que os atarantados presidentes de câmara PS, alguns endividados até ao pescoço pelas obras megalómanas lançadas nas últimas autárquicas, ou fruto da sua impreparação e proverbial gestão perdulária, pudessem, com algumas hipóteses de credibilidade, atirar para o Governo as culpas das suas próprias incapacidades e erros.
Mas, novamente, os objectivos falharam, como falharam as «guerras santas» feitas ao Governo e ao PSD/Algarve em relação ao boicote, junto, até, de instâncias comunitárias, na tentativa desesperada de inviabilizar e atrasar a Via do Infante, assim como, também, a campanha de desinformação e de intoxicação da opinião pública em relação ao PROTAL (Plano Regional do Ordenamento do Território do Algarve).
Perante isto, pode, legitimamente, concluir-se que, também no Algarve, o PS é o agente típico e defensor oficioso da estagnação e do mais retrógrado conservadorismo.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: A vontade e os desejos dos que pretendem pescar votos em águas turvas, fruto da tão almejada crise do turismo, não se concretizarão.
Mas, vamos aos factos.
É verdade que há uma desregulação do mercado turístico no Algarve em que se registou um aumento da capacidade de oferta de camas da ordem dos 30 %, enquanto que a procura teve uma evolução favorável de 6 %, taxa esta, aliás, acima da média dos outros mercados turísticos concorrenciais com o Algarve.
Todavia, apesar da tão anunciada crise que o PS procurou arranjar, já este ano há indicadores seguros da evolução favorável nos meses de Janeiro e Fevereiro, em comparação com igual período do ano transacto.
Assim, o número de turistas desembarcados no Aeroporto de Faro foi, em Janeiro do ano corrente, de 25 912 contra 18 744 no mesmo mês do ano de 1990. Mas, também em Fevereiro último, os turistas desembarcados no mesmo Aeroporto foram em número de 41 894 contra 36 879 no mesmo mós do ano anterior.
Ora, isto significa que se registou uma taxa de aumento de entradas de 35,24 % no mês de Janeiro e de 35,24 % em Fevereiro últimos, igualmente um aumento de 13,59 % em relação aos mesmos meses do ano anterior.
Mas as más notícias para os nossos inefáveis adversários socialistas no Algarve não ficam por aqui: as taxas de ocupação nas unidades de hotelaria tradicional registaram, nos primeiros dois meses do ano, um crescimento superior a 15%, tendo havido no sector dos apartamentos turísticos também um aumento de cerca de 10 %.
Neste momento, não posso precisar com exactidão estas percentagens, em contraponto com as correspondentes ao mesmo período do ano anterior. Posso assegurar, no entanto, que estes valores são, seguramente, muito próximos da realidade e apenas poderão pecar por defeito.
Vale a pena dizer, utilizando uma linguagem recentemente introduzida, que os Scuds com que o PS procurou atingir o Algarve foram, eficiente e atempadamente, interceptados pelos Patriots, mercê de uma actuação no campo da política externa cuidadosa, prudente e de bom senso, utilizada pelo nosso Governo na difícil situação internacional, originada pela guerra do Golfo.
Finalmente, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o PS perdeu mais esta cruzada ao pretender, a todo o custo, fabricar crises a fim de criar instabilidade social, dificuldades económicas e aí, no descontentamento provocado, tirar dividendos políticos e facturar votos.
Mas, mais uma vez, também as diferenças no estilo, no método e na acção são patentes. Senão vejamos: o PS vocifera, manobra e tenta a política do empate; o governo de Cavaco Silva idealiza, programa e projecta.

Aplausos do PSD.

O Sr. José Apolinário (PS): - Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.

O Sr. Presidente: - Embora o Sr. Deputado Carlos Brito queira pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Filipe Abreu, vou dar a palavra, em primeiro lugar, ao Sr. Deputado José Apolinário para interpelar a Mesa, sem antes lhe recordar os comentários que já fiz hoje.

O Sr. José Apolinário (PS): -O Sr. Presidente verá que estou a utilizar a figura regimental apropriada.
Sr. Presidente, reconheço que o facto de se trazerem ao conhecimento da Assembleia assuntos de interesse regional e local só prestigia e reforça a ligação entre os deputados e os seus eleitores, mas julgo que as regras da democracia implicam ganhar e perder.
Se é certo que não ponho em causa a gestão da Mesa nem o facto de ser a Mesa a conduzir os trabalhos, a verdade é que, julgo, foram utilizadas expressões que chegaram próximo da verborreia e que não dignificam o debate nem o tempo que, em boa hora, foi destinado pela Assembleia para analisar os assuntos de interesse regional e local.
Como tal, permito-me pedir ao Sr. Presidente para que, quando essas formulações voltarem a ser repetidas, chame a atenção dos Srs. Deputados, a fim de não fugirem ao jogo das regras do regime democrático.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Apolinário, estou convencido de que a Assembleia da República tem que criar um vocabulário das expressões autorizadas ou não para ter aqui, na Mesa.

O Sr. Filipe Abreu (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra para defesa da consideração.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Filipe Abreu (PSD): - Sr. Presidente, utilizo esta figura regimental porque a atitude do Sr. Deputado José Apolinário é absolutamente incorrecta e, à falta de argumentos, vem com insinuações e ataques pessoais. Apenas e só à falta de argumento, Sr. Presidente.
As insinuações e os ataques pessoais são o único argumento dos fracos e daqueles que, de facto, não querem ou não podem entrar em debate, isto é, não querem nem podem rebater toda uma situação que se passou e que se passa na região do Algarve e que eu trouxe aqui obviamente em termos de debate político, direi até, em termos de luta política, dado o mérito da mesma para ser trazida à Assembleia da República com toda a correcção.
Portanto, aquilo que também me é permitido sugerir, Sr. Presidente, é que seja a própria Mesa a refrear um pouco este tipo de actuação, em termos de interpelação,

Páginas Relacionadas
Página 1699:
9 DE MARÇO DE 1991 1699 No âmbito laboral, quero informá-la de que existe uma comissão pa
Pág.Página 1699