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918 I SÉRIE - NÚMERO 27

mente obter algumas informações, inclusivamente sobre a sensibilidade dos próprios governadores civis relativamente à questão, já que eles estão mais em contacto com as populações. Por outro lado, ficou marcada uma reunião para o próximo dia 25 com os próprios promotores, onde se vai, então, tentar conjugar ambos os projectos, para que, em breve, tenhamos a Orquestra das Beiras, com este ou outro nome e com um determinado modelo.
Estou convencido de que, em breve, teremos uma orquestra de qualidade, tal como acontece no Norte. E hão-de verificar que a orquestra do Norte, que abrange vários distritos, de Braga a Bragança, passando por Vila Real e outros distritos daquela zona- aliás, costumo dar este exemplo -, tem a sede social em Vila Real e a sede administrativa em Fafe.
Portanto, há sempre formas de resolver estas pequenas disputas regionais, que, por vezes, surgem. Aliás, devo dizer-lhe que deparei com o mesmo problema no Algarve, em que os promotores queriam uma orquestra regional para área Sotavento e um outra para a área Barlavento, onde afirmei não aceitar este tipo de candidatura para esse projecto de orquestra regional. Assim, como vê, esta questão até nem é nova, não se passa apenas na região Centro, porque também ocorreu no Algarve. Ora, fui lá e disse claramente que só aceitaríamos um projecto único, porque o nosso objectivo é termos uma orquestra de qualidade, sólida, que) efectivamente garanta o desenvolvimento musical/de forma harmoniosa.
É tudo o que tenho a dizer-lhe, Sr. Deputado.

0 Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra o Sr. Deputado Ferreira Ramos.

0 Sr. Ferreira Ramos (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Subsecretário de Estado, começaria por manifestar aqui a minha inteira concordância com a generalidade daquilo que foi expresso por V. Ex.a- efectivamente, o que interessa é criar a Orquestra Regional das Beiras -, embora não tenha respondido claramente àquilo que identifiquei como o motivo da questão, ou seja, as declarações do Sr. Secretário de Estado da Cultura, dizendo que havia uma decisão e que o vencedor era o projecto de Coimbra. Porém, acredito perfeitamente, porque aconteceu e todos tivemos a ocasião de o verificar, que muitas dessas tomadas de posição, nessa altura, tenham sido posteriormente desmentidas, dizendo-se que não era bem assim, etc.
Ora, pretendia que o Sr. Subsecretário de Estado me dissesse se estas declarações, que li e transcrevi de um jornal As Beiras, de Coimbra, correspondem, ou não, à realidade, ou seja, se o projecto de Coimbra nunca assumiu uma preponderância em relação ao outro, que cumpriu os requisitos formais.
Sr. Subsecretário de Estado, sendo certo que esse aproveitamento de sinergias é óptimo, perguntava-lhe, a partir da análise que fez dos dois projectos, qual deles pode ser um catalizador maior para a criação da Orquestra Regional das Beiras, pondo à sua consideração o seguinte: é verdade ou é mentira que o projecto de Aveiro, Viseu e Guarda engloba 55 municípios, enquanto que o outro engloba 11? É verdade ou é mentira que o número de concertos já assegurados pelo primeiro é de 99 e pelo segundo é de 25, aproximadamente? É verdade ou é mentira que a comparticipação por concerto assegurada pelo primeiro projecto é de 750 contos e pelo segundo é de 250 contos? E verdade ou é mentira que, em relação ao primeiro projecto, há experiências anteriores desenvolvidas, nomeadamente uma série de orquestras, e que em relação ao segundo não há? É verdade ou é mentira que o primeiro projecto tem, relativamente a cursos superiores de música e a conservatórios, vários e o segundo não os tem?
Esta é a verdadeira questão. Não se trata aqui de qualquer bairrismo ou disputa em relação a outras capitais de distrito ou distritos mas, sim, de conseguir a melhor solução para toda uma região, que não está perfeitamente identificada mas que todos nós sabemos onde começa e onde termina.
0 que é estranho é que, havendo estes dois projectos e esta análise com estes números, que podem estar errados, mas que o Sr. Subsecretário de Estado corrigirá, possa haver uma decisão no sentido de esse catalizador e de essas sinergias, que têm interesse em ser criadas e com que pessoalmente concordo, serem atribuídas exactamente àquele projecto que, numa análise objectiva, parece não ser o que tem maiores possibilidades de conseguir congregar todos os esforços e, acima de tudo, uma capacidade económica e financeira e uma ligação às mais variadas estruturas.
Numa análise objectiva, parece-me - e o Sr. Subsecretário de Estado corrigir-me-á, se assim não forque o primeiro projecto tem, eventualmente, nesse sentido congregador, capacidade superior para conseguir "liderar" esse projecto, no sentido de ser capaz de aglomerar todos os intervenientes e interessados nesta questão.

0 Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos adicionais, tem a palavra o Sr. Deputado Ferraz de Abreu.

0 Sr. Ferraz de Abreu (PS): - Sr. Presidente, Sr. Subsecretário de Estado da Cultura, quero fazer minhas as considerações que foram feitas pelo Sr. Deputado Ferreira Ramos sobre os meios que existem em Aveiro, em contraste com a sua falta em Coimbra.
Existem mais alguns pormenores que justificam a sensibilidade dos Aveirenses nesta matéria: é que o distrito de Aveiro tem sido espoliado de todos os organismos representativos do poder central, os quais têm sido encaminhados para Coimbra. Ainda agora isso aconteceu com o Centro Regional da Segurança Social. É que, embora Aveiro tenha um desenvolvimento industrial 10 vezes superior ao de Coimbra e tenha 10 vezes mais empresários e trabalhadores, os seus residentes têm de ir a Coimbra resolver os problemas relativos à segurança social.
0 mesmo vai agora acontecer com a saúde. Com, a célebre regionalização da saúde, que não é mais do que um aumento ou agravamento da centralização, Aveiro perde a Direcção da Administração Regional de Saúde do distrito e, mais uma vez, tem de ter um intermediário até chegar ao Governo. 15to para não citar o caso das cerâmicas, das pescas, etc., que têm ido parar a Coimbra.
É claro que sei que não se trata de inimizade do Governo por Aveiro, mas há aqui um assunto subjacente muito mais grave: os senhores já fizeram a regionalização do País e, agora, querem promover e nomear as pessoas para os órgãos da região antes que a lei venha a impor que essas nomeações sejam ordenadas de outro modo que não a forma partidária como têm sido.

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