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I SÉRIE–NÚMERO 6








A Sr.ª Odete Santos (PCP):–Estava desejoso de ser Deputado para vir fazer esse discurso!?


O Orador :– O que existira fora o socialismo estalinista. O sistema tinha-se esgotado a si próprio e estava condenado a desaparecer.»
Que sucedeu, por outro lado, ao capitalismo do mundo livre?
Num processo natural de globalização, o capitalismo ocidental tende a contradizer uma das suas mais elementares regras: a da livre concorrência, que, para ser livre, tem de ser justa e honesta.


O Sr. Paulo Portas (CDS-PP):–Muito bem!


O Orador :– Com as fusões, com o «encolher» das empresas, ou downsizing , com a des-regulamentação e outras medidas para aumentar a competitividade, muitos poderosos sonham em obter o monopólio do seu sector. A esperança é que o homem velho saiba reagir à velha tentação do poder absoluto que sempre seduziu o homem seu semelhante e muitas vezes até seu companheiro e amigo.
Gostaria de poder comemorar hoje, em nome do meu partido, com mais alegria e esperança a queda do Muro de Berlim e a junção da Europa ocidental à Europa oriental. Não posso esconder a alegria que sinto em ver desaparecido um sistema que atacou as próprias raízes da alma humana, e evito enumerar aqui os horrores que dele conhecemos, muito embora saiba que, desde Platão, o comunismo sempre existiu na história das ideias ocidentais.


O Sr. Paulo Portas (CDS-PP):–Muito bem!


O Orador :– O que vejo à minha volta, contudo, apesar da confiança que tenho nas potencialidades do bom senso do ser humano, não é de molde a levar-me a pensar que neste fim de milénio estaremos necessariamente perante a vinda de um mundo novo que não seja somente representado pelo controlo totalizante da informática ou pela força globalizante do nosso telefone celular.
Vai depender de nós todos o nosso futuro e a nossa sobrevivência com dignidade na passagem que estamos e vamos fazer inexoravelmente por este mundo.
O Partido Popular entregou um voto que amanhã será discutido, o resto, depois, depende das vossas consciências.


Aplausos do CDS-PP.


O Sr. Presidente (João Amaral):–Não havendo pedidos de esclarecimento, tem também a palavra para uma declaração política o Sr. Deputado Francisco de Assis.


O Sr. Francisco de Assis (PS):–Sr. Presidente, Sr. as e Srs. Deputados, no início desta minha intervenção, quero saudar a eleição do Sr.Eng.º António Guterres para a presidência da Internacional Socialista, que ontem ocorreu em Paris.


Aplausos do PS.


Quero saudar, nessa eleição, a ascensão de um cidadão português para o exercício de uma função de interesse relevantíssimo na vida da comunidade internacional, bem como saudar uma nova esperança que os socialistas são capazes de transmitir ao mundo.


O Sr. José Junqueiro (PS):–Muito bem!


Orador :– O orador que me antecedeu evocou um dos acontecimentos históricos mais importantes do nosso século: a queda do Muro de Berlim. Quero também, nesta circunstância, associar-me à comemoração desse evento.
O nosso século foi marcado por imensas e profundas contradições: um século em que o homem foi capaz do melhor e do pior; um século marcado por duas guerras mundiais, onde as atrocidades humanas foram elevadas a níveis até então nunca conhecidos; um século marcado por dois grandes fenómenos totalitários; um século marcado pela ascensão do mal, na sua versão mais horripilante.
Mas também foi–e não podemos esquecê-lo–um século marcado por grandes evoluções para a Humanidade; desde a ciência e da tecnologia, até aos direitos humanos, foi, este, um século marcado por grandes e profundas transformações.
Nós, socialistas democráticos, temos um particular orgulho em termos participado em todos os grandes combates do século e, na nossa perspectiva, termos estado sempre no lado justo no âmbito desses combates.


Aplausos do PS.

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11 DE NOVEMBRO DE 1999
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