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2772 | I Série - Número 70 | 07 de Abril de 2001

 

mente em vias de resolução. Mas já lá vai muito tempo e deveria ter sido resolvido antes, até porque a situação que se apura nesta zona é a de um policiamento feito com deficiência e com recurso a meios que estão distanciados da realidade local. Isto é, tem-se verificado o contrário, até hoje, da tal proximidade que se apregoa.

O Sr. Barbosa de Oliveira (PS): - Olhe que não!

O Orador: - É sim, Sr. Deputado Barbosa de Oliveira. Não sei se conhece a realidade de que falo, mas explico-lhe por que é que é assim. Até agora, o policiamento era feito em parte pelo apoio da PSP de Odivelas, em parte pelo apoio da PSP da Pontinha e pela própria GNR da Ajuda, que era quem fazia policiamento nesta mesma zona. Ora, para a proximidade que se apregoa, estas polícias parecem-me bastante distantes!
Para além deste problema e para além desta pretensão justíssima, há uma segunda questão, que é a de saber se zonas - e com o nascimento do novo município isto fará cada vez mais sentido - que denotam um elevadíssimo crescimento populacional, porque estas são zonas que estão claramente a crescer no País, e zonas que cada vez mais têm uma elevada densidade urbana não deveriam ter uma forma de coordenação e de realização policial única. O policiamento desta zona continua dividido entre a PSP da Pontinha e de Odivelas, com as dificuldades que têm, com esquadras em péssimas condições, e a GNR da Ajuda.
Assim, para além da futura satisfação concreta desta questão, fazemos votos para que este problema, que entendemos ser uma prioridade, seja resolvido, porque se há problema de insegurança no país, ele é particularmente grave nas periferias urbanas. Esta não é uma zona de grande pressão, de guetização ou outra, mas é uma zona descampada, que permite algum tipo de actividades relacionadas com a prática de actos ilícitos, e é desse facto que as populações se queixam.
Por fim, é preciso pensar se, no futuro, esta coordenação não terá de ser feita de outras formas, para não termos duas forças a actuar numa mesma zona, sem verdadeiras condições de resposta aos problemas das populações.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para uma última intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começo por dizer que consideramos justíssima a reivindicação da população e da autarquia de Caneças no sentido da construção de um posto da GNR nessa localidade. Essa reivindicação foi expressa na petição n.º 330/VI (4.ª), que deu entrada em 1995 e refere o facto de a mesma, naquela altura, já ter pelo menos 10 anos e de o primeiro processo nesse sentido ter dado entrada em 1992.
Além disso, alega a mesma que já em 1995 a Câmara de Loures mantinha disponibilizado um terreno para o efeito, ao contrário do que diz o Sr. Deputado Victor Peixoto, talvez para se desculpar do facto de estar anexa a este processo uma informação do MAI que diz que a obra foi consignada em Maio do ano 2000.
Ora, esta informação é espantosa porque, se formos consultar o PIDDAC dos últimos anos, verificamos como o Governo tem tratado este problema do posto da GNR em Caneças. De facto, a primeira inscrição em sede de PIDDAC apareceu em 1998. Ou seja, a obra só começou em Maio de 2000, mas em 1998 estavam já inscritos 15 000 contos, em sede de PIDDAC, com vista à obra do quartel da GNR de Caneças, obra essa que tinha a conclusão prevista para 2000, que foi no ano passado.

Protestos do PS.

Acontece que no PIDDAC para 1999 refere-se uma execução do ano anterior no montante de 9000 contos, havendo uma inscrição de 1000 contos para 1999. Além disso, no PIDDAC para 2000, há uma execução de 1999 no valor de 66 000 contos. Portanto, só estavam inscritos 1000 contos, em 1999, mas foram executados 66 000 contos. Isto, Srs. Deputados, é o que consta no PIDDAC para 2000, que refere uma execução do ano anterior de 66 000 contos, havendo uma inscrição para 2000 no valor de 183 000 contos e estando a conclusão prevista para 2001.
Ora, se formos ver o PIDDAC para 2001, verificamos que a execução de 1999, que estava declarada no PIDDAC do ano anterior, afinal não era verdade. Ou seja, a execução até 1999 tinha sido só no valor de 8836 contos. Isto é, nem sequer a execução declarada em 1998 se tinha verificado e regista-se agora que a conclusão está prevista para 2002.
Portanto, este tem sido todo um «folhetim» de deslizamentos e de protelamentos da obra e, ainda por cima, de falsidades incluídas no próprio PIDDAC, onde se referem execuções que, de facto, são cabalmente desmentidas em anos anteriores, porque é óbvio que se a obra só foi consignada em Maio de 2000 não se gastaram os 66 000 contos previstos no PIDDAC de 1999.
Mas, depois, há um outro aspecto que é intrigante; segundo a informação do MAI, que já referi, o Governo prevê 24 efectivos para o futuro posto de Caneças.
Analisemos este número de 24 efectivos num posto policial. Ou seja, se cada efectivo trabalhar oito horas por dia, que é aquilo que normalmente trabalha um cidadão, tendo em conta que há folgas e férias, evidentemente que isto significa seis efectivos a funcionar em simultâneo, porque temos de os repartir por quatro turnos. Ora, isto significa que o posto da GNR de Caneças teria, em princípio, seis pessoas.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Sr. Deputado, terminou o seu tempo, tem de concluir.