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12 DE MAIO DE 2001 11

tos e actualizá-lo, como também tentar «abrir novas por- a qualquer nível exorto, pois o seu dia-a-dia é feito com o tas» e «escancarar janelas», no sentido de consolidar o já brilho nos olhos de quem sabe estar no cumprimento de conseguido e de conquistar um maior envolvimento dos uma missão altamente nobre, mas, em simultâneo, nada parceiros parlamentares naquelas paragens. fácil, exortação que torno extensível aos portugueses inte-

O povo português mobilizou-se na causa, a diplomacia grados nas forças de defesa e de segurança do território. portuguesa havia feito o seu melhor e esta Assembleia, que A ONU é uma máquina pesada, todavia, e é bom que sempre esteve atenta, havia que, mais uma vez, fazer jus a se diga, a escolha de Sérgio Vieira de Mello para a admi-tão nobre desígnio. nistração temporária do território foi o melhor que podia

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Passadas duas ter acontecido a Timor Leste; não é fácil a sua tarefa num noites e um dia de viagem, começou-se o périplo. Os pro- mundo envolto de burocracia e complexidade. gramas haviam sido cuidadosamente preparados e confir- Timor Leste está hoje melhor, mas não há estradas, há mados pela nossa diplomacia, quer na Austrália, quer na caminhos; não há casas, há cabanas; não há água potável, Indonésia, quer nos territórios timorenses, trabalho e di- há um líquido a que chamam água; não há condições de plomatas que convém também aqui enaltecer e louvar. O acesso à saúde, há tuberculose e malária; não há escolas, sucesso desta missão também lhes pertence. há espaços onde se dão aulas; não há automóveis, há car-

A missão era tão mobilizadora quanto complexa. Éra- ros sem matrícula; não há cidadãos, há homens, mulheres e mos os primeiros Deputados portugueses que, depois de crianças sem identificação! nos avistarmos com as comunidades lusas, haviam de se A retirada Indonésia foi o que foi. Porém, a hora não é reunir com parlamentares, senadores, governantes, bispos, de carpir, é de olhar em frente. Das veredas, há que fazer chefes militares e outros considerados importantes quer na os caminhos que transformem Timor Leste num novo e Austrália quer na Indonésia. respeitável país.

A visita às comunidades lusas naquelas paragens foi Aos timorenses, exorto-os à persistência, à sagacidade, tónico e ânimo, se é que o ânimo nos faltava. É sempre ao trabalho e à tolerância, atributos indispensáveis a uma reconfortante ouvir e falar português lá tão longe e tão verdadeira cidadania. Queremo-los de pé, unidos, atentos e perto. empenhados na construção do que é seu, o seu país, Timor

Em sede própria, exprimimos a importância que o povo Leste. O povo timorense, que foi sábio na resistência ao português atribui ao alargamento e aprofundamento das invasor, agora, nesta fase crucial da sua história, saberá relações de Portugal com a Austrália e a Indonésia, rumo à também agarrar com ambas as mãos a felicidade conquis-construção de um triângulo amistoso que acabará por be- tada. Portugal e a comunidade internacional, que tão bem neficiar e envolver Timor Leste. defenderam os legítimos anseios dos povos vertidos na

Era e é importante continuar a degelar mãos, intensifi- Carta dos Direitos do Homem, só ficarão orgulhosos por car relações, animar espíritos, dialogar e estreitar laços isso. entre parlamentos. Prova disso, é a missiva de que éramos Quanto a nós, é público, Portugal mais não quer do que portadores, na qual o nosso Presidente, Dr. Almeida San- ajudar o povo irmão de forma solidária, fraterna e amiga a tos, convidava os Parlamentos australiano e indonésio a consolidar a liberdade conquistada, a construir o país prós-visitar Portugal, o que foi aceite por ambos. pero que quer pôr no mapa e a proclamar a sua indepen-

Perante a pretensão de Portugal de que este apenas quer dência. ajudar na viabilização de um Timor Leste livre, democráti- Como diz o poeta, já fomos Grécia, fomos Roma, tudo co, próspero e independente, sentimos que é desejável e fizemos e nada temos. Mas carregamos hoje o orgulho aceite que o Parlamento português estreite laços com aque- pátrio de termos dado novos mundos ao mundo, de termos les Parlamentos, no sentido de se criarem mecanismos dilatado a fé e o Império. geradores de uma boa relação de vizinhança na região que Estivemos em muitas paragens, em muitos povos, de-envolva Timor Leste. mos novas luzes, hoje somos um país livre, no qual a mai-

A ideia está lançada, todavia, ela requer novas respos- or riqueza consiste na lusofonia herdada da sementeira tas e acção e o Parlamento português pode agora, num feita em séculos de história. quadro interparlamentos, iniciar um ciclo de maior acuti- lância junto dos seus pares, em prol de um futuro que se Aplausos do PS. quer auspicioso para o povo irmão.

O Sr. Presidente (Mota Amaral): — Para uma inter-O Sr. Osvaldo de Castro (PS): — Muito bem! venção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira. O Orador: —Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presiden-

relatório aqui em debate regista o que vimos e ouvimos, te, Srs. Deputados: Na sequência do resultado do referendo bem como as recomendações que nos pareceram importan- de 30 de Agosto de 1999 e da violência, massacres e des-tes. truição que se lhe seguiram, a Comissão Eventual para

Todavia, este é um documento de partida e mais uma Acompanhamento da Situação em Timor Leste deliberou porta de saída para novas tarefas – o caminho só se faz no sentido da deslocação de uma delegação sua ao territó-caminhando; ademais, Timor Leste é, para já, o último rio para, in loco, avaliar a situação. É o relatório desta reduto e a última hipótese que temos para aumentar e visita que hoje discutimos. impor a nossa lusofonia. Apesar de não lhe ter sido possível fazer-se representar

Em Timor, foi bom ver e saber do carinho dispensado nessa delegação, o Grupo Parlamentar de Os Verdes tem, aos cooperantes, particularmente aos portugueses, a quem no entanto, acompanhado a situação; inclusivamente, inte-