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0108 | I Série - Número 002 | 19 de Setembro de 2003

 

O Orador: - Da primeira à última linha é uma condenação, única e simples, de um dos lados, ou seja, o Estado de Israel.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

Risos do BE.

O Orador: - O que é isto se não ser unilateral e completamente radical nesta matéria?! Do nosso ponto de vista, não é aceitável, como não é aceitável que, pensando no Médio Oriente, se faça um voto onde nem uma única vez, nem subentendido, nem de outra forma existe as expressões "terrorismo" e "condenação do terrorismo". É perfeitamente inaceitável.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sabemos que esta situação resulta de vários motivos, designadamente de uma espécie de neo-romantismo de pacotilha, de ideal mais ou menos revolucionário, que confunde mais ou menos o kefire do Sr. Arafat com a boina do Sr. Che Guevara.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Só disparates!

O Sr. António Filipe (PCP): - Está a falar do Prémio Nobel da Paz!

O Orador: - É mais ou menos este tipo de romantismo para quem gosta e já até aqui, no Plenário da Assembleia da República, não deixou trazer os seus disfarces de fedaíne de trazer por casa.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Mas esta não é uma confusão aceitável. O Sr. Arafat não é, pura e simplesmente, um herói romântico. O Sr. Arafat é um político, que, em muitos casos, cometeu erros e que, como alguém dizia, segurou um homem que era importante neste processo, o seu Primeiro-Ministro Abu Mazen, mais ou menos nos mesmos termos em que uma corda segura um enforcado.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É um político relevante, mas é também um político que cometeu vários erros. É, no entanto, um político que, na nossa opinião, seria objectivamente um erro afastar, porque poderia libertar as piores forças do terrorismo, designadamente o Hamas.
A posição do Governo de Israel é um erro e denunciaremos os erros cometidos por Israel, como vários são cometidos na Faixa de Gaza, na Cisjordânia. Não temos dúvidas de que existem erros, mas só faz sentido condenar esses erros se os fizermos de forma equilibrada, condenando os excessos de um lado e de outro e dizendo que, apesar de tudo, apesar de ódios tão antigos e tão enraizados, acreditamos, agora e sempre, na paz e que a paz tem de ser, apesar de tudo, possível.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Usamos da palavra, em nome do Grupo Parlamentar do PS, para apresentar o nosso voto, que, ao contrário dos outros dois apresentados, não é contra ninguém mas, sim, pela paz no Próximo Oriente.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Pela paz, como tem sido dito, como valor universal, como valor absoluto e como valor supremo.
Em segundo lugar, usamos da palavra para dizer, de forma inequívoca, que a única solução para nós admissível para a situação no Próximo Oriente deverá assentar em meios pacíficos.
Sabemos que já houve vários roteiros para a paz; sabemos que já houve vários acordos - recordamos, aliás, em 1993, o aperto de mão entre Arafat e o falecido Isaac Rabin. Há vários momentos, sobretudo ao longo da década de 90, que