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1446 | I Série - Número 024 | 27 de Novembro de 2003

 

A resposta dependerá, em larga medida, das políticas e programas dos EUA nos próximos anos. A mudança aproxima-se e os Estados Unidos e os seus parceiros mais chegados da Aliança ou efectuarão as reformas que permitam à OTAN adaptar-se ao mundo pós-Guerra Fria para se tornar um parceiro na Pax Americana, ou a Aliança definhará. Se Washington permitir que a OTAN definhe, terá que criar uma outra qualquer base institucional para servir de esteio a futuras coligações de interessados."
E prossegue: "Muitos europeus, como alguns americanos, tiveram dificuldade em adaptar-se à mudança da política e da estratégia dos EUA depois do 11 de Setembro de 2001. Desde então, o Presidente George W. Bush enunciou um novo sentido de missão nacional, que gradualmente se tornou uma 'doutrina Bush' formal, melhor considerada como um renovado sentido de objectivo para o poder dos EUA no mundo. Os Estados Unidos estão agora empenhados numa forma activa de liderança mundial e envolveram-se numa iniciativa ambiciosa de refazer a ordem política no Próximo Oriente, de que será impossível desistir sem admitir a derrota.
Muitos europeus ainda estão longe de partilhar este novo sentido de missão dos EUA ou de formular qualquer corolário europeu da doutrina Bush. Em termos gerais, e mesmo depois da guerra no Iraque, muitos europeus ainda vivem num mundo 'pré-11/9' e 'pré-doutrina Bush'. Acreditam que as instituições internacionais ou os mecanismos legais podem assegurar um mundo pacífico, próspero e liberal. E continuam relutantes em empregar a força militar, particularmente para atingir objectivos ambiciosos como os que actualmente os Estados Unidos procuram atingir no Próximo Oriente.
Contudo, também é verdade que, para o Reino Unido e outros países, a nova missão dos Estados Unidos é uma missão atlântica. Querem manter os Estados Unidos plenamente envolvidos na Europa. Estão cada vez mais desejosos de se envolver noutros locais do mundo juntamente com os Estados Unidos. Tendo apreciado o primeiro sabor da ordem internacional liberal dirigida pelos Estados Unidos, a Pax Americana, não estão interessados em criar um 'contrapeso' europeu.
Dum ponto de vista estritamente dos EUA, mesmo esta fractura da base geopolítica é suficiente para tornar a OTAN um instrumento útil da política e estratégia dos EUA, desde que a Aliança possa reformar as suas estruturas militares para superar a fraqueza militar da Europa."
A citação foi longa, mas foi esclarecedora, e as conclusões da Cimeira de Praga demonstram até que ponto a NATO está disposta a desempenhar o papel de "fornecedor de forças" que lhe foi atribuído pela Administração Bush.
Como já alguém referiu, uma tal divisão de trabalho entre os dois lados do Atlântico, poria a Europa a fazer a "limpeza" depois das intervenções dos EUA. Os Estados Unidos, com alguns aliados, forneceriam a dura capacidade de combate, a NATO forneceria uma força de imposição de paz para os problemas imediatos pós conflito e a União Europeia ficaria com o policiamento das sociedades desfeitas.
O Governo português aceita que o nosso país se preste a desempenhar esse papel. Nós não aceitamos!

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - No respeito pela Constituição da República e pela Carta das Nações Unidas, Portugal deveria defender no plano internacional uma prática de cooperação, de segurança, de diplomacia, de confiança e de paz, em vez de políticas de agressão, de imposição da força militar, de exacerbação de conflitos, de má fé, de golpismo e de guerra, que estão dramaticamente a marcar os tempos em que vivemos.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado António Filipe, uma vez que deduzi que o PCP irá votar contra os tratados de adesão destes novos países à NATO, e tendo em conta que nestes países foram feitos referendos que deram votações a favor da adesão da ordem dos 60%, 70% ou 80%, consoante os casos, pergunto-lhe se, apesar de tudo, para o PCP, a vontade expressa dos povos desses sete países de entrar para a NATO não conta para a formulação da sua decisão.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Rebelo, a resposta é muito fácil.

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