45 | I Série - Número: 075 | 24 de Abril de 2008
temos de lutar por uma Europa com mais coesão social, mais emprego, mais solidariedade, mais e melhor 
democracia. 
O Deputado do PS, Manuel Alegre. 
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1 — Votei a favor da proposta de resolução n.º 68/X, que aprova o Tratado de Lisboa, e fiquei orgulhosa 
por este diploma ter sido assinado em Portugal, o que foi mérito da Presidência Portuguesa da União 
Europeia, do Primeiro-Ministro e da Diplomacia Portuguesa. 
2 — O Tratado de Lisboa representa um decisivo passo na construção europeia, refundando a União 
Europeia na base de valores como a paz, a segurança, a justiça, o rigoroso respeito pelo Direito Internacional. 
A vontade política implícita é para o aprofundamento da democracia, com mais e mais vivida solidariedade, 
salvaguardando os interesses dos pequenos e médios países como Portugal. 
3 — Portugal tem a especificidade não só de ser das mais antigas nações da Europa mas também de ser 
intimamente europeu desde a sua fundação e de, através das navegações, ter de forma pró activa contribuído 
para o renascimento europeu, disseminando um pioneiro Humanismo. O nosso europeísmo está há séculos 
enriquecido com a dimensão marítima, o que propiciou, por exemplo, as recentes cimeiras com o Brasil e com 
África. 
Portugal, no contexto europeu, tem mais-valias extraordinárias, únicas. Lembro Fernando Pessoa: «De 
todos os povos da Europa somos aquele em que é menor o ódio a outras raças ou a outras nações» (In Obras 
de Fernando Pessoa, Lello & Irmão — Editores, vol. III, pág. 649). Espero que se concretizem os votos do 
poeta em a Mensagem: «E outra vez conquistemos a Distância — Do mar ou outra, mas que seja nossa!» 
A Deputada do PS, Matilde Sousa Franco. 
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Os Deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral da Madeira votaram favoravelmente a ratificação do 
Tratado de Lisboa. 
Fizeram-no exclusivamente por disciplina de voto visto que defenderam e defendem que a ratificação do 
Tratado de Lisboa devia ter sido objecto de referendo, discordando, por isso, da orientação da Direcção do 
PSD e da alteração ou não cumprimento da promessa do PS de referendar o Tratado Constitucional. 
O Deputado do PSD, Hugo Velosa. 
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Acompanhámos, por imposição da disciplina de voto, a posição da bancada do PSD. 
Posição que, contudo, consideramos errada e que não dignifica a política. 
Se é verdade que existe em Portugal uma inquestionável adesão ao projecto europeu, e que essa adesão 
vem sendo sucessivamente sufragada pelos portugueses no apoio esmagador que têm dado aos partidos que, 
na primeira linha, defendem esse projecto, não é menos verdade que a convocação dos cidadãos ao debate e 
à participação referendária na tomada de opções que bulem decisivamente com o nosso futuro colectivo é 
uma mais-valia para a qualidade da democracia. 
É essa a essência do instituto do referendo — instrumento privilegiado da democracia participativa. 
E, embora respeitemos profundamente aqueles que entendem não deverem, por definição, os tratados 
internacionais ser objecto de consultas populares, em nossa opinião é um erro aplicar essa doutrina à reforma 
do Tratado Europeu. 
Um erro porque se essa doutrina é compreensível no plano abstracto, de um qualquer tratado, os altos e 
baixos, os avanços e recuos, os sucessos e os inêxitos por que tem passado a construção europeia e o défice 
de envolvimento das populações neste processo recomendam, incontornavelmente, esse refrescamento de