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30 | I Série - Número: 086 | 23 de Maio de 2008

conselho: use os seus vícios como quiser, como eu uso os meus, isso não tem nada a ver com a política.
Calvinismo foi o que o senhor fez e por isso não queira confundir debates.
O debate é importantíssimo, é o de saber como é que os portugueses avaliam as dificuldades e o senhor diz: «coitadinho do Governo, fazem-nos uma injustiça». Não é nenhuma injustiça, a democracia é exigência e é por isso que se a liberalização permite a especulação sem freio no preço dos combustíveis, então, ela tem de ser parada.
Sr. Primeiro-Ministro, os portugueses não são parvos. Se, como nos diz — e é verdade —, 60% do preço da gasolina são impostos e 40% são lucro dos produtores e distribuidores…

O Sr. José Junqueiro (PS): — Lucro?! Custo, também…

O Sr. Francisco Louçã (BE): — E custo!

Protestos do Sr. Primeiro-Ministro.

Se esse custo aumentou 16% — e são 40% —, então, é uma parte, mas a gasolina sobe mais do que o petróleo. Como é que é possível? O Professor de Economia que está ao seu lado talvez fique espantado com as contas, mas os portugueses sabem fazê-las, Sr. Primeiro-Ministro, e percebem que isto não está certo.
Aliás, digo-lhe mais: a manipulação dos números é inaceitável para um governo, e há uma que o senhor fez que não é possível deixar passar em branco. Diz-nos que baixou a taxa do desemprego neste primeiro trimestre. Os dados oficiais do INE dizem que houve 75 000 desempregados que deixaram de contar como desempregados, passaram a ser considerados inactivos, porque essas pessoas trabalhavam 15 horas, ou menos, e queriam um trabalho a tempo inteiro, ou, porque, estando desempregados há tanto tempo, não foram pedir emprego naquela semana em que se fez o inquérito. Trata-se de números do INE! É a verdade pura e estrita! O Sr. Primeiro-Ministro trata com muita facilidade a vida difícil das pessoas, mas se não quer saber do desemprego – e é por isso que nada faz quanto ao desemprego –, compreende-se por que é que o País tem tanta dificuldade e por que é que o País sabe que não se comete nenhuma injustiça perante este Governo quando ele é censurado.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Governo não quer assumir a culpa de absolutamente nada, parece que tudo o que de mal nos acontece cai do céu, e o Governo, coitado, até tem de se aguentar face a esta situação… Na verdade, quem está a sentir os efeitos das suas políticas, Sr.
Primeiro-Ministro, são os cidadãos e, em relação ao preço dos combustíveis, não descarte as suas responsabilidades nem as dos governos anteriores. É que a liberalização do preço dos combustíveis é da responsabilidade dos sucessivos governos e esta matéria foi «vendida» aos portugueses como o benefício da concorrência, isto é, a concorrência levaria à baixa dos preços. Pois, está a ver-se: tem sido sempre em escalada!...
Estão a ver-se os efeitos concretos da liberalização do preço dos combustíveis. As transportadoras sentem-no como sentem, as pessoas são atingidas como são pelo aumento do preço da gasolina, mas, por exemplo, a Galp, no primeiro trimestre deste ano, teve 175 milhões de lucro. Quem é que lucra com esta liberalização do preço dos combustíveis?! Gostava ainda de colocar outra questão: é ou não verdade que nos queremos livrar da dependência excessiva que temos do petróleo? É ou não verdade que a nossa economia precisa da independência desse combustível fóssil? É neste quadro, com o qual penso que o Sr. Primeiro-Ministro concorda, que gostava de perguntar o que é que se passou na Ericeira. É que, Sr. Primeiro-Ministro, a junta de freguesia recolheu óleo usado, utilizou-o como biodiesel em todos os seus veículos, cedeu-o a bombeiros e a várias instituições. De repente, levou uma

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