13 | I Série - Número: 016 | 6 de Novembro de 2008
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Que interesses é que o Governo quer proteger?
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Com esta nacionalização, feita à pressa, sem qualquer discussão prévia, sem cuidado, sem que possamos examinar os dados e, aparentemente, sem transparência — porque ainda não apresentou aqui quaisquer dados —, o que o Governo está a fazer é a esconder uma falha completa da regulação, é a esconder uma intervenção não atempada do Governo. Portanto, nessa medida, não lhe admitimos qualquer insinuação! Há, aliás, uma coisa que lhe digo: é necessário — e tenho receio que a nacionalização do BPN não o permita — que tudo seja investigado até ao fim!
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — Tudo!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — E nós, havendo um banco nas mãos do Estado, não temos as garantias de que essas investigações sejam conduzidas até ao fim!
O Sr. José Manuel Ribeiro (PSD): — Aí é que está!
Aplausos do PSD.
Sr. Ministro de Estado e das Finanças, pela consideração pessoal que tenho por si e pela forma sempre digna como tem estado neste Parlamento,»
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Isso não é verdade!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — » exijo que apresente um pedido de desculpas á bancada parlamentar do PSD!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Ministro de Estado e das Finanças.
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Rangel, desde o início que fui muito claro, tanto ontem em sede de Comissão como hoje em Plenário, ao afirmar que estou a defender o interesse dos depositantes, o interesse da estabilidade do sistema financeiro e o interesse dos contribuintes.
Não ouvi, da parte da bancada do PSD, ser feita a defesa de quaisquer interesses. Por isso, é legítimo que me interrogue quanto a eles.
O Sr. Deputado, ontem, e hoje, envolveu-se em questões de estilo legístico, em matéria de legística, quanto à forma como a lei é feita, e não ouvi uma palavra sua de preocupação pelos depositantes desta instituição e quanto à necessidade de garantirmos a estabilidade do sistema financeiro.
Aplausos do PS.
Daí, Sr. Deputado, que a dúvida pairasse no meu espírito e daí que eu tenha levantado uma dúvida e não uma insinuação.
Insinuação levanta o Sr. Deputado, ao insinuar que o Governo tem uma «agenda escondida».
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Foi o que o Sr. Deputado acabou por fazer!