40 | I Série - Número: 022 | 5 de Dezembro de 2008
Os senhores demoraram quase um ano a aceitar as críticas que têm vindo a ser feitas; os senhores precisaram de um ano para descobrirem problemas com as delegações de competências, para descobrirem problemas entre avaliadores e avaliados com as áreas científico-pedagógicas, com os horários e as dispensas da componente lectiva; os senhores demoraram quase um ano para descobrirem a burocracia, quando bastava apenas terem ouvido as críticas que sindicatos e professores fizeram na altura devida. E é isso que vos deixa isolados, é isso que deixa o Governo isolado.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se, no dia 26 de Março, o PS tivesse votado favoravelmente o projecto de resolução que o PCP trouxe à discussão da Assembleia da República não estávamos hoje com este problema.
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Pois não!»
O Sr. João Oliveira (PCP): — Porque o processo tinha acabado por ser suspenso em Março, tinha-se discutido, na Assembleia da República, com os sindicatos, com o Governo e com todos aqueles que devem participar nesta discussão, a correcção e a introdução das mudanças necessárias no modelo de avaliação e hoje não estávamos neste ponto.
Só estamos neste ponto porque o Governo teimosamente insiste em manter um modelo de avaliação que é injusto, que está a degradar a escola pública e que está a impor aos professores, às escolas e aos alunos um prejuízo insuportável na qualidade do sistema educativo. E é por isso que este Governo fica para a História: pelo prejuízo que causou à escola pública; pelo prejuízo que causou à formação de milhares de alunos no nosso País; e pelo prejuízo que causou a milhares de professores, que não têm condições dignas de exercício da sua profissão.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bravo Nico.
O Sr. Bravo Nico (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, em Fevereiro de 2008, o PS tinha uma proposta; o PSD não tinha proposta. Manuela Ferreira Leite não era líder do PSD; a esquerda estava contra.
Em Março de 2008, o PS mantinha a sua proposta e a sua posição. O PSD queria privatizar o sistema de avaliação.
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Está a delirar!
O Sr. Bravo Nico (PS): — Manuela Ferreira Leite opunha-se ao PSD e defendia, na televisão, o PrimeiroMinistro de Portugal, dava apoio à política do Governo; a esquerda estava contra.
Em Setembro de 2008, o PS mantinha a posição e os seus princípios. O PS negociava; o PSD estava contra e queria suspender o processo de avaliação. Manuela Ferreira Leite era líder do PSD»
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E isso interessa o quê?
O Sr. Bravo Nico (PS): — » e defendia a suspensão do processo de avaliação; a esquerda estava contra.
Hoje, o que temos? O PS mantém a sua posição e os seus princípios; o PS tem negociado, tem alterado o modelo, simplificando-o. O PSD está contra;»
Protestos do PSD.
» Manuela Ferreira Leite está contra. Mas o PSD da Madeira tem um modelo alternativo, que até já avaliou os professores antes de terminar o ano lectivo. Manuela Ferreira Leite concorda com o PSD nacional.
Não sei se Manuela Ferreira Leite concorda com o PSD da Madeira.