28 I SÉRIE — NÚMERO 90
Os Verdes têm apresentado diversas propostas de recomendação em várias assembleias municipais,
como aconteceu há cerca de 4 anos, em Lisboa, através das quais se recomenda às câmaras municipais a
implementação desse serviço. Mas, a par destas iniciativas isoladas, é necessário, de facto, tomar medidas e,
por isso, vamos votar a favor deste projecto.
Srs. Deputados do PSD, o que hoje aqui propõem exige verba, exige dinheiro, e Os Verdes esperam que,
no próximo Orçamento do Estado, o PSD altere o seu sentido de voto, porque no Orçamento do Estado para
2009 Os Verdes apresentaram uma proposta que previa uma verba destinada à criação de uma estratégia de
recolha e encaminhamento de óleos alimentares usados, e o PSD, tal como o CDS-PP e o PS, votou contra.
Portanto, vamos estar atentos porque temos a intenção de a voltar a apresentar.
O Sr. Presidente (António Filipe): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Jovita Ladeira.
as
A Sr.ª Jovita Ladeira (PS): — Sr. Presidente, Sr. e Srs. Deputados: Preservar o património natural, dar o
tratamento adequado aos resíduos, responder aos desafios das alterações climáticas e educar para o
desenvolvimento sustentável são algumas das metas traçadas por este Governo. Por isso, lançou e executou
políticas ambientais — repito, lançou e executou políticas — cujos efeitos positivos se farão reflectir durante os
próximos anos.
Hoje, tentou-se fazer passar a mensagem de que não há política para o ambiente, mas que também não há
política, por exemplo, para os óleos alimentares usados. É totalmente falso! Repito: é totalmente falso!
A gestão dos óleos alimentares usados obedece ao disposto no regime geral dos resíduos, que estabelece
as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos e é complementada por duas portarias, que regulamentam o
transporte e definem os elementos a apresentar pelo requerente no âmbito do processo de licenciamento de
gestão de resíduos.
Mesmo sendo proibido pela lei geral a deposição de óleos alimentares usados no meio ambiente, o que
acontece é que a mesma se verifica e é responsável pela poluição da água e dos solos, acrescido dos
elevados danos nos sistemas de recolha de resíduos e sistemas de drenagem e tratamento de águas
residuais domésticas municipais.
A valorização dos óleos alimentares usados permite a redução de prejuízos ambientais directos e,
cumulativamente, promove a auto-suficiência energética e reduz as emissões de gazes com efeito de estufa,
razões que são mais do que suficientes para uma política real, consciente e também ambiciosa para este
sector.
Vozes do PS: —Muito bem!
A Sr.ª Jovita Ladeira (PS): — Não é por acaso que Portugal, o nosso Governo fixou a meta de 10% de
incorporação de biocombustíveis nos combustíveis de origem fóssil a partir de 2010, antecipando em 10 anos
a meta fixada para 2020. Vantagens económicas e ambientais são evidentes.
Aplausos do PS.
O Sr. José Eduardo Martins (PSD): — 2010 é daqui a seis meses!
A Sr.ª Jovita Ladeira (PS): — Sei que o Sr. Deputado José Eduardo Martins não gosta de ouvir estes
factos, que são reais, porque põem em causa todo o tempo que esteve no seu ministério com
responsabilidades bem objectivas e bem claras!
Aplausos do PS.
Srs. Deputados: No respeito dos princípios de sustentabilidade ambiental e social, com a preocupação de
não entrar em concorrência com a cadeia alimentar, o aproveitamentos e gestão dos óleos alimentares usados
para biodiesel é uma atitude coerente e responsável.
Responsabilidade e acção configuram a actuação deste Governo na política delineada para este fluxo.