31 | I Série - Número: 001 | 16 de Setembro de 2010
Quando o PSD acaba a dizer que a satisfação das necessidades da tributação deve ocorrer, e cito, «de acordo com as necessidades socialmente sentidas», o que está a dizer é que as necessidades sociais não são já as que resultam de um pacto constitucional estabilizado mas as que forem politicamente seleccionadas sob os dogmas do Estado mínimo.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Muito bem!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Todos, porém, temos obrigação de saber: o Estado mínimo é, potencialmente, um Estado autoritário. Não admira, por isso, que, ao retirar o método de Hondt da Constituição e ao querer prolongar o tempo dos mandatos, o PSD opte por um modelo político que se afasta da vontade popular e do pluralismo democrático.
A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Onde é que isso está?!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — É uma alucinação!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — O PSD quer distanciamento e situacionismo, obviamente, com uma ambição: a de chegar depressa ao poder para depois o conservar por largo tempo, sem a participação dos eleitores.
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — É uma vergonha!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Falta ao PSD maturidade e responsabilidade na definição das prioridades e das necessidades do País.
O Sr. Presidente: — Faça favor de concluir, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — A tentativa de afirmar uma ambição política não justifica, todavia, a confusão total das prioridades nacionais.
É por isso que, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o Governo deixa clara a sua posição: apelar à disponibilidade de todos para o que importa. E o que importa é a concentração de esforços no combate à crise, em prol da recuperação económica e da recuperação do emprego, na modernização e na inovação, com critérios de rigor e de justiça social; é o estabelecimento de condições políticas que permitam viabilizar, com serenidade, o próximo Orçamento do Estado e, através dele, alcançar o objectivo traçado — a redução do défice público e a garantia de que Portugal está em condições de assegurar, com eficiência e estabilidade política, os seus compromissos nacionais e internacionais, nomeadamente no quadro da União Europeia e da moeda única.
O País precisa de estabilidade e de boa governação. Isso depende de um quadro de responsabilidades partilhadas tanto do Governo quanto das oposições. É essa a prioridade nacional; é para essa prioridade que o Governo, acima de tudo, convoca a atenção dos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Macedo.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, começo por dizer que entendo como absolutamente insólita a intervenção que o senhor, em nome do Governo, aqui quis fazer.
Aplausos do PSD.