35 | I Série - Número: 001 | 16 de Setembro de 2010
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Sr. Ministro Jorge Lacão, deixe-me que comece por dizer-lhe que acho que V. Ex.ª foi um pouco mal agradecido.
O Sr. Ministro veio aqui com um discurso que mais parecia do Deputado Francisco Louçã do que de um Ministro do Partido Socialista.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Era igual!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Mas esteja à vontade, Sr. Ministro, porque já tive oportunidade de ler o projecto de revisão constitucional do PSD e vi que fica lá o caminho para o socialismo!» V. Ex.ª, nessa parte, pelo menos, devia agradecer ao PSD, que deixa lá aquilo que V. Ex.ª, pelos vistos, agora quer fazer.
Aplausos do CDS-PP.
Risos do PSD.
Passo a uma segunda questão, Sr. Ministro.
Confesso que não percebo o chinfrim que V. Ex.ª quer fazer nesta matéria. Diz o PSD que quer abrir o processo de revisão constitucional, e é um direito que lhe assiste, que está na Constituição. Se V. Ex.ª não concorda, basta dizer que não está de acordo, uma vez que é essencial, para haver uma revisão constitucional, que os dois partidos se entendam. É escusada a vozearia, Sr. Ministro! Não é necessário este chinfrim! Basta que V. Ex.ª e a bancada do Partido Socialista digam que não dão o acordo para não haver um processo de revisão constitucional, para se fechar aquilo que, pelos vistos, o PSD quer abrir antes de tempo.
Também não concordamos com todas as matérias que estão no projecto de revisão constitucional do PSD e no tempo próprio o diremos.
Sr. Ministro, percebo por que é que V. Ex.ª teve a necessidade de vir a este Parlamento, substituindo os Deputados do Partido Socialista, fazer esse chinfrim: é que VV. Ex.as, pelos vistos, querem ser adversários numa matéria que é, neste momento, virtual para serem cúmplices no que é real.
A verdade é que, ao mesmo tempo que V. Ex.ª faz este chinfrim com o PSD, entende-se com o PSD para aumentar impostos, entende-se com o PSD para ter um modelo de SCUT, entende-se com o PSD no PEC I, que tem as deduções fiscais, entende-se com o PSD no PEC II, que tem aumentos de impostos, entende-se com o PSD, pelos vistos, no Código Contributivo, que será um dos maiores aumentos de impostos que podem cair sobre a nossa economia. E, neste momento, face a essa vozearia, não me restam muitas dúvidas de que se entenderá com o PSD até no próximo Orçamento do Estado.
Aplausos do CDS-PP.
Sr. Ministro, peço-lhe desculpa, mas há uma matéria sobre a qual tenho de o desmentir aqui, no Parlamento. Os senhores, agora, querem comportar-se como os arautos do Estado social, só existe Estado social para o Partido Socialista!
Protestos do Deputado do Partido Socialista Sérgio Sousa Pinto.
Mas a verdade é que foi este Governo do Partido Socialista que pôs portugueses que recebem pensões de 450 € a pagar IRS.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Foi este Governo do Partido Socialista que acabou com a convergência entre a pensão mínima e o salário mínimo.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!