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36 | I Série - Número: 014 | 15 de Outubro de 2010

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Inês de Medeiros, vou, então, clarificar e explicar.
A Fundação Calouste Gulbenkian merece-nos todo o respeito e é completamente estratégica no sector. O respeito é, obviamente, um respeito crítico de quem sabe que uma instituição que é líder em todas as políticas culturais é também de interesse público e publicamente pode e deve ser discutida,»

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — » mas tambçm de quem sabe que quando a Fundação Calouste Gulbenkian «espirra» o sector cultural estremece e de quem sabe que quando, há quatro anos, o Ballet Gulbenkian acabou, o Estado, em vez de assumir as suas responsabilidades, muito pelo contrário, desinvestiu, e desinvestiu mais. Ainda por cima, pôs a Companhia Nacional de Bailado numa situação completamente insustentável.
Portanto, quando a Gulbenkian decide mudar a forma de investimento porque considera que o desenvolvimento em Portugal o permite, o Governo desdiz tudo aquilo em que a Fundação acredita e mostra que, afinal, ainda não há política sustentada do Estado e que, afinal, ainda precisamos, e muito, da Gulbenkian.
Para que se perceba, o Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian é o único serviço, neste País, que de forma continuada e sustentada dá bolsas de investigação artística; não há mais nenhum tipo de bolsas de investigação artística em Portugal, a não ser as do Serviço de Belas-Artes. É preciso que se perceba que ele é agora substituído por um projecto-piloto de três anos.
O que diferencia a Fundação Calouste Gulbenkian da actuação dos governos, e muito bem neste tempo todo, é que a Fundação habituou-nos a ter programas sérios e consequentes ao longo de décadas, e não ano a ano, casuisticamente, como os governos, infelizmente, nos habituaram.
Sr.ª Deputada, é esta a explicação. Espero que tenha ficado clarificada.
Registo com satisfação que se une a mim na exigência de um maior investimento público na cultura.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Para formular o seu pedido de esclarecimento, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Conceição Pereira.

A Sr.ª Maria Conceição Pereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, todos reconhecemos que a Fundação Calouste Gulbenkian, criada por disposição testamentária do Sr. Calouste Gulbenkian em 1956, é uma instituição reconhecida e que foi, nesses anos, uma lufada de ar fresco no campo cultural, foi uma esperança para muitos e muitos artistas em Portugal.
Passadas tantas décadas, esperávamos estar aqui a falar de outra forma mas, infelizmente, a Fundação Calouste Gulbenkian continua a ser, no panorama cultural, uma grande referência, nomeadamente o seu Serviço de Belas-Artes, que tem à frente um homem como Manuel Costa Cabral, que todos reconhecem pelo seu elevado nível. Quer a nível nacional quer a nível internacional, a sua capacidade tem sido uma referência no panorama das artes, nomeadamente das artes plásticas.
Estou certa que a Fundação Calouste Gulbenkian vai continuar a cumprir a sua missão, tal como é dito no artigo do jornal Público que a Sr.ª Deputada Inês de Medeiros já referiu e como também a historiadora Raquel Henriques da Silva diz.
Mas foi pena que a Sr.ª Deputada Inês de Medeiros não tenha lido esse artigo todo, porque remete-nos para a importància que tem a Fundação Calouste Gulbenkian. O coreógrafo Ricardo Aibço»

A Sr.ª Inês de Medeiros (PS): — Não é coreógrafo, é encenador!