30 | I Série - Número: 041 | 21 de Janeiro de 2011
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Gusmão.
O Sr. José Gusmão (BE): — Sr. Presidente, quando a proposta no sentido de aumentar a taxa das maisvalias de 20% para 21,5% foi chumbada no quadro do debate orçamental, o Partido Socialista disse que não votava essa proposta por causa da estabilidade parlamentar e porque o PSD não deixava.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Bem lembrado!
O Sr. José Gusmão (BE): — E o Sr. Deputado Eduardo Cabrita, que, infelizmente, não se encontra, hoje, no hemiciclo (ou, pelo menos, não estou a vê-lo), disse que era absurda essa situação e fez, indignado, a seguinte declaração: «O PSD aceita que a taxa sobre os juros de um depósito a prazo de um reformado seja de 21,5%, mas a taxa sobre as mais-valias bolsistas já pode ser de 20%» — afirmou o Deputado Eduardo Cabrita.
Pelos vistos, não é só o PSD que entende que pode ser assim. Pelos vistos, o Partido Socialista — que, na altura, argumentou com a estabilidade parlamentar e com o acordo do PSD — estava a fazer um discurso hipócrita, porque não é verdade. Chumbaram porque não estavam de acordo ou, então, «deram uma cambalhota». É porque o que dizia, aqui, o Sr. Deputado Eduardo Cabrita era que esta solução era absurda — e é — , e que esta solução era injusta — e é! Gostávamos de saber o que mudou, desde que o Sr. Deputado Eduardo Cabrita fez estas declarações até ao dia de hoje.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Sá, que dispõe de pouco tempo para responder.
O Sr. Nuno Sá (PS): — Sr. Presidente, responderei no curto espaço de tempo de que disponho.
Perguntou-me o Sr. Deputado José Gusmão o que mudou e eu respondo: o Partido Socialista não pára no tempo e assume as suas responsabilidades, que não são, felizmente, as do Bloco de Esquerda para com o País.
Aplausos do PS.
Protestos do BE.
O Sr. Deputado, num exercício que eu nem vou qualificar, vem aqui falar de uma posição pessoal e de uma declaração de voto de um Deputado do Grupo Parlamentar do Partido Socialista que foi feita em determinadas circunstâncias políticas, num momento político e que em nada contende com aquilo que acabei de dizer.
A forma como agora o Grupo Parlamentar do Partido Socialista encara a proposta do PS é, no dia de hoje, com o que entretanto já decorreu, isto é, com esse factor de estabilidade política, com os compromissos que assumimos, com o Orçamento do Estado aprovado, com as responsabilidades e com o sentido de Estado que temos e que o Bloco de Esquerda não tem.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PCP traz, mais uma vez, a discussão da matéria da tributação das mais-valias, neste caso, para insistir, outra vez, na passagem da taxa de 20% para os 21,5%.