43 | I Série - Número: 049 | 10 de Fevereiro de 2011
triplicou entre 2005 e 2009 e a diversificação de mercados, onde o peso das exportações para países fora da EU, que passou de 20%, em 2005, para 25%, em 2010, estão na origem e são, entre outras, a razão desta importante transformação.
Bem sei que muitos, no debate político, preferem o acentuar da crise e na própria «pintura» que traçam, ainda que desfocada, utilizam as cores que melhor servem o quadro dos seus sonhos. Mas também sabemos que nem todos os quadros, porventura, ainda que aparentemente exímios, retratam a realidade e muito menos a vontade de todo um povo.
Um povo que hoje, felizmente, tem acesso à informação e que cada vez mais observa o que se vai passando no mundo que a todos nos rodeia. Um mundo em grandes dificuldades, a viver tensões, injusto, de imensa pobreza, em que a solidariedade e fraternidade não conseguem sobrepor-se ao egoísmo e individualismo que por aí patenteia.
O crescimento ou a estagnação da economia portuguesa em 2011 dependerá muito da nossa capacidade exportadora, da contínua conquista de novos mercados, da nossa competitividade, do esforço de todos. Todo o investimento a realizar na promoção das exportações é bem-vindo.
Temos problemas. Claro que os temos! Preocupa-nos a todos, e não só a alguns, sobretudo o actual desemprego, mas a diminuição deste depende muito do crescimento da economia, um crescimento cada vez mais dependente da nossa capacidade exportadora, mas também da necessária estabilidade política.
A diminuição do endividamento externo, de que tanto se fala e que muitos consideram excessivo, depende em grande parte, da nossa capacidade exportadora, da competitividade da nossa economia. Mas também não poderemos nem deveremos esquecer a importância das importações, que continuam a crescer e a merecer atenção, a merecer uma ponderação sobre novas políticas produtivas de substituição de importações.
O Governo, ainda que, neste Plenário, muitos teimem em não o reconhecer, tem feito o seu trabalho, e, nesta matéria de promoção das exportações, um bom trabalho, um trabalho que por todos, nesta Assembleia, deveria ser reconhecido.
Aplausos do PS.
Entretanto, reassumiu a presidência o Sr. Presidente, Jaime Gama.
O Sr. Presidente: — Há três Srs. Deputados inscritos para pedir esclarecimentos.
Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Almeida Henriques.
O Sr. Almeida Henriques (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Victor Baptista, cumprimento-o pelo tema. Na realidade, a questão das exportações é uma questão central da economia portuguesa e é um dado reafirmado aqui por nós que se, de facto, não conseguirmos incrementar as exportações portuguesas, o País não conseguirá sair do estado em que está.
Porém, já não o cumprimento pelo tom. VV. Ex.as, Srs. Deputados, têm as condições para poder executar o Orçamento. Portanto, está nas vossas mãos conseguirem a estabilidade e conseguirem a execução do Orçamento, conseguirem controlar a despesa e, ao mesmo tempo conseguirem a promoção e o desenvolvimento da economia.
Sobre esta questão das exportações, obviamente que o mercado tem tido um comportamento positivo; obviamente que as empresas têm respondido de uma forma positiva e o que se verifica é que nos últimos meses houve um comportamento positivo das exportações. Mas, Sr. Deputado, não regressem outra vez ao triunfalismo»
O Sr. Francisco de Assis (PS): — Não!
O Sr. Almeida Henriques (PSD): — » e à atitude permanente de que estamos num oásis.
O Sr. Deputado devia ter dito na sua intervenção, em nome da transparência, que, se compararmos os dados das exportações entre o que foi atingido em 2010 e o que eram as exportações em 2008, Portugal ainda está a 1100 milhões de distância desses valores. Era essa transparência, era essa a mobilização que se devia fazer da economia portuguesa, falando verdade.