23 | I Série - Número: 059 | 4 de Março de 2011
Sabemos que isto foi alcançado com um forte contributo das exportações, que cresceram 15,5%, o que é, relembro, o maior crescimento dos últimos 16 anos!
Aplausos do PS.
Ao olharmos para as nossas exportações, verificamos que, desde 2000, o sector do turismo ocupou, sempre, o primeiro lugar das nossas exportações, apenas com a excepção dos anos de 2006 e 2007, em que ocupou o segundo lugar. Aliás, em 2008, foi 1,02 vezes superior ao sector das «Máquinas e Aparelhos» e 1,60 vezes superior ao sector dos «Veículos, Outros Materiais de Transporte», onde se inclui a Auto-Europa.
Sr.as e Srs. Deputados, importa conhecermos o comportamento da nossa economia em 2010, que, como sabemos, foi um ano difícil, para percebermos como poderemos aproveitar melhor o nosso potencial de crescimento. Temos de saber trabalhar melhor, aproveitar melhor os nossos recursos, ser mais eficientes e mais produtivos, porque só com criação de riqueza poderemos melhor apoiar quem, efectivamente, precisa! Só com criação de riqueza poderemos criar emprego, de forma sustentada.
Ora, isto é tanto mais relevante quanto sabemos que o sector turístico representa, neste momento, 14% das nossas exportações! E pesa 45% da balança de serviços! Um outro dado importante é o facto de o saldo do sector, isto é, a diferença entre exportações e importações, ser mais de 4,1 mil milhões de euros! Isto mostra bem a importância deste sector estratégico e o trabalho que foi realizado pelas empresas, pelas entidades regionais de turismo, em conjunto com o sector público, através das políticas públicas.
Neste momento já podemos fazer o balanço do ano de 2010, e verificamos que crescemos em todos os indicadores: em receitas, em dormidas, e em número de passageiros. Aliás, dados do Banco de Portugal confirmam a boa evolução do turismo em 2010.
As receitas superaram os 7,6 mil milhões de euros, o que é um acréscimo de 10% face a 2009! Srs. Deputados, 2010 foi, sem dúvida, o melhor ano turístico de sempre! Para isso, foi fundamental a aposta na diversificação dos mercados, nomeadamente em termos dos mercados emergentes. O Brasil, por exemplo, cresceu perto de 58%; os Estados Unidos, 24,5%; mas também a França, o Reino Unido, a Alemanha e a Bélgica tiveram crescimentos acima dos 4%. Portugal tem de continuar este esforço de promoção e continuar a trabalhar em conjunto com os empresários em termos de internacionalização.
Temos ainda de reconhecer o trabalho das agências e das entidades regionais de turismo que resultaram da reorganização turística feita pelo Governo do PS. É essencial este trabalho no terreno, em conjunto com os privados.
E os últimos dados também demonstram o crescimento do turismo em novas regiões: no Alentejo, na região Centro e no Norte de Portugal, destinos turísticos emergentes; mas também nas outras regiões, à excepção da Madeira, devido à tragédia de que todos nos lembramos e de que ainda não conseguiu recuperar.
E permitam-me que realce a importância de estarmos a falar de acréscimo de receitas e não, apenas, de ocupação, uma vez que isso significa criar mais valor.
Sr.as e Srs. Deputados: Ainda nos lembramos dos tempos em que os objectivos eram definidos de forma tímida, ao nível da ocupação, apenas, e, às vezes, nem isso! Pelo contrário, com os governos do PS, о turismo passou a assumir, em definitivo, o devido espaço estratégico nas políticas públicas. E, sem dúvida, Portugal tem de continuar a reforçar a importância do turismo na economia. Aliás, conforme foi já definido pelo Sr. Ministro da Economia, Portugal deve apostar no chamado «triângulo virtuoso»: no turismo, na energia e na floresta.
Portugal não pode desperdiçar o potencial de crescimento deste sector e do efeito extremamente positivo que tem na nossa economia.
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Concluo de imediato, Sr. Presidente.
Portugal tem de aproveitar todos os seus recursos, de forma mais eficaz, e tirar partido de todas as suas potencialidades. Temos diversidade, singularidade e qualidade.