27 | I Série - Número: 059 | 4 de Março de 2011
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Celeste Amaro (PSD): — Na semana passada, durante a BTL, nada ouvi sobre a implementação destas medidas a não ser o comentário, que não foi muito feliz, do Sr. Secretário de Estado Bernardo Trindade. Talvez a Sr.ª Deputada me possa explicar quais são, porque se precisamos de todos os mercados, principalmente dos mercados europeus, para sair da crise, então, este Governo tem de provar — tal como a Sr.ª Deputada disse, e muito bem, que crescemos em 2010 — que queremos crescer muito mais em 2011, face à crise que temos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Celeste Amaro, vou pegar em dados recentes do turismo na União Europeia que dizem que a União Europeia recuperou em dormidas. O aumento foi de 2,8%. Sabe a Sr.ª Deputada de quanto foi o aumento em Portugal? Foi de 4,8%.
As dormidas de residentes no próprio País foram de 1,1% na União Europeia e em Portugal foram de 6,7%.
A Sr.ª Deputada acha que se nada se fizesse tudo isto aconteceria, mesmo com a ausência de políticas públicas, com a ausência de promoção, se não tivesse havido reorganização das entidades das regiões de turismo, que o PSD sempre dizia que fazia e nunca teve coragem de o fazer?!
Aplausos do PS.
Foi preciso o Governo do PS para que essa reorganização fosse efectivada e, portanto, também ficava bem à Sr.ª Deputada reconhecer essa reorganização e o efeito do trabalho que essas entidades regionais estão a fazer no terreno. Aliás, eu reconheci que os resultados nessas novas regiões também têm muito a ver com o trabalho desenvolvido por essas entidades.
Quando fala da promoção, quero dizer-lhe que a promoção turística tem um investimento anual de 50 milhões de euros. A Sr.ª Deputada pode até achar pouco o orçamento para a promoção, mas penso que estará de acordo comigo em que temos de aplicar bem o dinheiro que possuímos, e ainda mais na actual situação em que vivemos.
Daí que lhe refira a importância da revisão do acordo de promoção turística, que tão bem conhece e que tem a ver com o reforço das parcerias público privadas, coisa que também é essencial, porque também já acabou o tempo em que os governos, por exemplo, do PSD, faziam e decidiam tudo isso sozinhos, de costas viradas para o sector privado. Ora, tudo o que tem sido feito, mesmo em termos legislativos, por este Governo, tem-no sido com o sector, com as associações do sector, ouvindo os parceiros privados e ouvindo aqueles que sabem trabalhar e estão no terreno.
Em relação às campanhas de publicidade, a Sr.ª Deputada vai dizer também que o facto de ter havido uma campanha para o turismo interno não teve nenhum reflexo no facto de termos mais de 90% de portugueses a fazerem turismo cá dentro?!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Sr.ª Deputada, faça favor de terminar.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, termino já.
Isto foi uma coisa que esteve à parte do facto de o Governo ter desenvolvido uma campanha de turismo interno?! Penso que não e os números demonstram-no, assim como lhe posso dizer que está prevista uma nova campanha de turismo interno, denominada «Descubra Portugal, Um país que vale por mil» — penso que esteve na BTL, onde estava anunciada esta campanha — e também uma nova campanha internacional, denominada «Portugal, A beleza da simplicidade».
Estes são apenas alguns exemplos que demonstram o trabalho que está a ser feito por um sector que representa 14% e para o qual o Governo já estipulou como meta 15,8%, em 2015.