29 | I Série - Número: 059 | 4 de Março de 2011
Internacional de Turismo espanhola, apresentámo-nos com grande força, até para promover a nossa gastronomia, algo que também tem um valor patrimonial fundamental e que pode enriquecer muito o nosso produto turístico.
Não querendo fugir à questão do IVA, até porque foi uma associação, a AHRESPE (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), ouvida recentemente pelo Grupo de Trabalho para o Turismo, que nos colocou essa questão, devo dizer que, se é verdade que há diferenças no IVA da restauração, pois, em Portugal, ele é mais elevado que em Espanha, já, por exemplo, na hotelaria se passa o contrário, sendo o IVA da hotelaria, em Espanha, mais alto do que é em Portugal.
Portanto, tudo o que tem a ver com a harmonização das taxas do IVA é algo de muito complexo. E, neste momento, com as dificuldades que o País atravessa e que o Sr. Deputado também terá de reconhecer, não estamos em situação de poder rever essas taxas — há que enfrentá-lo e esclarecê-lo!
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Termino, Sr. Presidente, chamando a atenção para todo o trabalho efectuado na vertente formativa. Foram inauguradas novas escolas e está prevista, para os anos de 2011 e 2012, a abertura das escolas de Setúbal, de Santa Maria da Feira e de Portimão. Com isto, reforçamos a qualidade da nossa oferta formativa e apostamos na qualificação da nossa oferta turística. E, assim, enriquecemos o nosso produto turístico e os resultados deste sector tão importante para a economia nacional.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A governação do PS tem tido um efeito lesivo para o distrito de Beja. Este Governo tem dado um forte contributo no rumo de empobrecimento, despovoamento e atraso a que o distrito tem sido condenado, durante os últimos 30 anos, por sucessivos governos.
A realidade social do distrito de Beja é dramática: 23,80% dos quase 150 000 habitantes, ou seja, quase um quarto da população, tem mais de 64 anos. O grupo dos mais idosos é superior ao daqueles que têm até 24 anos. Os números oficiais do Instituto do Emprego e Formação Profissional indicam quase 9000 desempregados, mas entidades do distrito estimam que este número possa rondar os 12 000. O distrito de Beja, com 1926 famílias a beneficiarem do rendimento social de inserção (dados de 2010) é, dos distritos junto à raia de Espanha, aquele em que esse número é maior. Entre 2005 e 2009, enquanto o País aumentava a sua população em 0,45%, o distrito de Beja teve uma perda de 3,2%.
Como se não fosse já suficientemente grave a situação, o Governo continua a sua linha de ataque às populações e de encerramento do interior do País.
A rede viária no distrito está, em algumas situações, em completa ruptura. Muitas populações têm acessos penosos para se deslocarem à sede de concelho ou de distrito. Os itinerários complementares e principais continuam a escassear. A mobilidade ferroviária sofreu agora um revés, com a intenção de se eliminarem ligações e com o aumento dos tempos de deslocação, decisão esta que vem na linha do desinvestimento de que é vítima a ferrovia, desde há longos anos.
Os serviços de saúde, com a recorrente falta de profissionais e a tendência de concentração nos aglomerados populacionais de maior dimensão, estão cada vez mais afastados das populações que mais deles precisam. A agravar isto, é nebuloso o futuro de serviços que até agora receberam investimentos para se reconverterem.
Em cima da mesa, com tentativas frequentes, continuam o encerramento ou tentativas de passagem da gestão de postos de correio para as autarquias e o encerramento de quase 40 escolas do 1.º ciclo.
Os projectos estruturantes de desenvolvimento do distrito, que têm a marca pioneira dos comunistas na sua proposta e reivindicação e de que outros querem agora assumir a paternidade, há muito que deveriam