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41 | I Série - Número: 059 | 4 de Março de 2011

Em segundo lugar, pergunto-lhe se, indo à Alemanha, o que Portugal devia fazer era não levar nenhum dado positivo. Reconheço que a divulgação parcial dos resultados da execução orçamental foi feita de maneira pouco ortodoxa,»

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. João Galamba (PS): — » mas peço-lhe que compreenda que, numa situação de excepção, o Governo português usa as armas que tem à sua disposição e uma delas é a de, se vai a uma reunião com um líder político que precisa de resultados de Portugal, levar os resultados que tem à sua disposição.
Última pergunta que farei ao Bloco de Esquerda é a de saber se achava que era melhor ter ido à Alemanha dizer: olhe, por respeito ao Parlamento português, não faremos nada até 20 de Março, mesmo que 20 de Março seja depois da tal reunião definitiva que vai ter lugar no Conselho Europeu de dia 12 e de dia 27.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Presidente, Sr. Deputado João Galamba, muito obrigada pelas questões que colocou.
Começo por perceber a confissão que acabou por fazer, que é a da ideia, que aqui nos trouxe e que é cara ao Partido Socialista, de que nós discutimos muito, nós até temos muitas discussões, até podemos estar em desacordo com algumas linhas que são seguidas ao nível da política europeia actual, até podemos discutir muito entre nós, mas, na verdade, temos de estar calados e não temos oposição consistente a fazer sobre esta matéria.

Protestos do Deputado do PS João Galamba.

De facto, fez-nos essa confidência, e eu agradeço que o tenha feito.
É também verdade, Sr. Deputado, que estas discussões e que esta retórica não muda a questão fundamental, que é a de saber o que está a ser decidido sobre a vida de cada pessoa deste País.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exactamente!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Esta é a questão de fundo, não menos, não mais! Vamos, então, falar da realidade, porque problemas com a realidade tem o Partido Socialista porque não consegue conviver com esta evidência. Foi embandeirar uma execução fiscal, foi fazer um «número» à Alemanha à custa de quem — eu até lhe devolvia a pergunta, se o Sr. Deputado pudesse responder — e à custa de quê? À custa dos cortes salariais, à custa da alteração das regras de despedimento, em que os trabalhadores vão pagar para serem despedidos,»

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Isso mesmo!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — » á custa dos cortes nas políticas sociais, á custa dos milhares de desempregados, que deixaram de ter direito ao subsídio de desemprego, subsídio de desemprego miserável que os senhores converteram numa espécie de benesse paternalista que o Governo lhes dá.
Foi isto que o Sr. Primeiro-Ministro foi colocar na mesa. Foram estas as pessoas, foram estas as vidas que estavam na mesa desta negociação. Esta é a realidade, Sr. Deputado! Esta é a realidade que o Partido Socialista não quer reconhecer e, em troca, vem aqui o Sr. Deputado defender esta espécie de fatalidade dizendo que é o destino, que o destino está marcado, que o Partido Socialista está condenado à fatalidade, que não há nada a fazer, que é uma chatice a Sr.ª Merkel e os governos de direita, mas que a política é esta, que não há alternativa, que estamos satisfeitos, e estamos satisfeitos porque estamos com o PSD a atacar os