36 | I Série - Número: 067 | 24 de Março de 2011
transparência, com lealdade e com respeito pela verdade, perante os portugueses, como se viu pelo desenrolar dos últimos acontecimentos.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Chegados a este ponto, em que foram desbaratados todos os factores de confiança que podiam existir, o problema que agora se coloca ao País, e que hoje se discute, já não é ao nível das medidas em concreto, se elas são boas ou más, se são correctas ou incorrectas, se são ou não necessárias.
Aplausos do PSD.
O problema que se põe a este Parlamento, com uma clareza gritante, é ao nível de quem as propõe e de quem se responsabiliza por elas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — E não há confiança nem nuns, nem noutros.
Aplausos do PSD.
E não se diga que esta minha afirmação resulta de um qualquer jogo partidário.
Vozes do PS: — Não!»
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — São já muitas e cada vez mais as vozes de responsáveis de importantes sectores da vida nacional, incluindo do Partido Socialista, que vêm a terreiro reconhecer com clareza que se esgotou irreversivelmente a confiança neste Governo.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Por isso, Srs. Deputados, não vale a pena insistir.
Já se percebeu que a reacção dos mercados está a ser determinada por algo de muito mais profundo do que pelo número de pacotes sucessivos e respectivo conteúdo, por mais drásticos que sejam.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — A crise política é uma crise inerente a este Governo, protagonizado por um Primeiro-Ministro em quem não se acredita e num Ministro das Finanças que perdeu o crédito que é essencial a quem desempenha esta função.
Aplausos do PSD.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Portugal precisa de resolver o seu principal problema, que é o do endividamento externo. Por isso, todas as políticas devem convergir para estimular a economia produtiva e a produção de bens que possam ser exportados ou substituir importações.
Deste modo, os recursos disponíveis devem ser prioritariamente canalizados para estes sectores e é neste contexto que o Orçamento é um instrumento precioso para a concretização deste objectivo.
A redução do défice liberta recursos que poderão ser aplicados com maior eficácia.
Assim, a política económica deve ser orientada no sentido de criar as condições para que a economia cresça pelo lado da oferta.