26 DE JANEIRO DE 2012
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isso que é importante confrontar as várias versões dos documentos técnicos que foram feitos e que foram
encomendados e as versões políticas.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, queira terminar.
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Termino, Sr.ª Presidente, deixando um repto a todos os partidos.
Penso que a Deputada Catarina Martins lhe irá responder positivamente, mas tenho dúvidas sobre as
bancadas do PSD e do CDS e tenho muitas dúvidas sobre o Governo.
Vamos ou não debater soluções para fazer face ao endividamento das empresas? Estamos à espera das
propostas do PSD, do CDS e do Governo, porque os senhores é que estão a governar e é tempo de deixarem
de falar no passado.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Rui Paulo Figueiredo, agradeço a sua
questão e julgo que, nesta altura, podemos concordar que é necessário ouvir, aqui, na Assembleia da
República, na Comissão de Economia, além do Secretário de Estado dos Transportes, as autarquias, e
esperemos que assim o peçam, porque sabemos que essa é a única forma, uma vez que a maioria
obstaculizou audições mais alargadas.
Sabemos que muitas autarquias têm grandes críticas a fazer aos planos do Governo, sabemos que as
autarquias estão a pensar na forma como se organiza todos os dias a vida das suas populações, a sua
economia local e, portanto, a sua opinião é essencial, havendo até autarquias que têm executivos dos
mesmos partidos que sustentam o Governo que têm críticas fortes a fazer a este plano e que devem ser
ouvidas.
Sabemos também que devemos ouvir os movimentos de utentes, devemos ouvir as organizações dos
trabalhadores, porque o Governo tem tido uma prática constante de anunciar que «vai partir tudo» e esperar
para ver o que acontece. E quando há contestação, quando há organização, depois, aparece a dizer: «afinal
até já não era assim tão mau, só se partiu uma perna».
O problema é que não queremos partir «perna» nenhuma. Os transportes públicos são essenciais e o
acesso das populações aos transportes públicos, ou seja, os transportes públicos terem horários, terem
carreiras e terem preços que servem as populações é essencial para que cumpram o seu papel.
Portanto, é também aqui, na Assembleia da República, que teremos de dar voz a todos aqueles que, fora
da Assembleia da República, têm vindo a dizer não ao Governo, obrigando o Governo a recuar nestas
propostas, e esperamos nós que, com a sua voz, também sejam capazes de fazer o Governo recuar nas suas
propostas obscenas dos preços.
Não à austeridade nos preços dos transportes públicos, a austeridade que há já chega bem.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A decisão tomada pelo Governo
que assegura a regência do nosso País em nome da troica de alterar as regras de financiamento do
transportes de doentes em ambulâncias está a ter consequências dramáticas e, se não for rapidamente
alterada, ameaça assumir proporções de tragédia.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — Uma recente reportagem da RTP, dando conta da situação de doentes
oncológicos residentes em Alfandega da Fé que não podem deslocar-se ao Porto e a Coimbra para os